Apollo 17: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
+ cat |
m |
||
Linha 30:
==Fim do Começo==
Apesar
Para explorar esta preciosidade geológica, a direção de voo tinha escolhido uma tripulação de dois homens com, talvez, a mais ampla gama de capacidades de todas as tripulações da Apollo. O comandante [[Eugene Cernan]] era um veterano de duas missões anteriores, tendo voado na [[Gemini IX]] e na [[Apollo 10]]. Era o único comandante que já havia pilotado o Módulo Lunar no espaço e havia poucos, no corpo de astronautas, que conheciam a espaçonave tão profundamente. E o seu co-piloto e piloto do ''Challenger'', [[Harrison Schmitt]], não apenas conhecia o módulo profundamente, mas também era um [[geólogo]] profissional, que havia sido um ativo participante no planejamento das primeiras missões Apollo. Se a região lunar de Taurus-Littrow era um paraíso geológico, então Schmitt era o geólogo.
==A montagem do ALSEP==
Após o pouso perfeito, Cernan e Schmitt começaram seu trabalho na superfície, descarregando e montando o [[jipe lunar]] e depois os experimentos do ''ALSEP'' - sigla que denominava o conjunto de material e experimentos tecnológicos que acompanhava cada missão. Muitos destes experimentos eram exclusivos da Apollo 17 e de vários deles se esperava que transmitissem informações da estrutura geológica ao redor do vale de Taurus-Littrow. Os experimentos que já haviam sido usados em missões anteriores
Os novos experimentos
==Eugene, o lanterneiro==
Em algumas das missões anteriores, os astronautas passaram um tempo na cabine do Módulo Lunar, entre as [[
[[Ficheiro:NASA Apollo 17 Lunar Roving Vehicle.jpg|thumb|left|O [[jipe lunar]] em Taurus-Littrow.]]
Durante o período de descanso após a primeira AEV (Atividade
O que aconteceu é que, enquanto Cernan carregava equipamento no jipe, no início da AEV, ele acidentalmente prendeu seu [[martelo]] sob o
A tripulação da Apollo 16 perdeu um
O primeiro passeio lunar foi um pouco
==O Buraco-na-Parede==
[[Ficheiro:Moon-apollo17-schmitt boulder.jpg|thumb|250px|right| Harrison Schmitt no solo lunar]]
No segundo dia na Lua, para iniciar os trabalhos, Cernan e Schmitt dirigiram seis quilômetros para [[oeste]], a um lugar chamado ''Buraco-na-Parede'' - porque, visto e fotografado do [[espaço]], que era a referência para denominação de todos os acidentes geográficos lunares pela [[NASA]], ele parecia, obviamente, com um buraco numa parede - na base da [[escarpa]] de montanhas. Nas fotografias tiradas em [[órbita]] pela Módulo de Comando da Apollo 15, ele parecia ser um lugar por onde seria possível subir os oitenta metros até o topo da escarpa, sem forçar as capacidades do jipe lunar. Do módulo Challenger, durante o descanso, Cernan e Schmitt podiam ver uma parte do ''Buraco-na-Parede'' no [[horizonte]], além da borda da cratera chamada ''Camelot''. Ele estava, como Cernan o descreveu, a uma pequena distância em direção ao [[sul]]. A superfície era suave e apesar de estarem dirigindo boa parte em uma encosta da montanha, não precisaram de muito esforço para subir. Uma vez no topo, eles dirigiram mais um quilômetro até os pés do ''Maciço Sul'' das montanhas e lá passaram uma hora coletando amostras de [[pedra]]s soltas, roladas do alto.
Apesar de terem gasto a maioria de seu tempo de trabalho num aclive bastante íngreme e precisar vigiar onde pisavam, eles acharam o aclive muito pouco desconfortável, assim como a tripulação da Apollo 16. Os dois [[astronautas]] conseguiam se movimentar com relativa facilidade dentro de suas roupas pressurizadas e usavam suas [[ferramenta]]s de mão como [[bengala]]s para se levantarem do chão, após se abaixarem para ver mais de perto alguma pedra no solo.
A primeira parada da dupla para coleta geológica foi tranquila, e por isso o Controle de Voo em Houston decidiu alongar a estada deles, até o máximo permitido por uma volta a pé forçada, por causa do estoque de [[oxigênio]]. Com a experiência
==A jornada lunar continua==
Continuando o passeio, a tripulação coletava amostras sem precisar descer do jipe, nem retirar o [[cinto de segurança]], usando uma pá de cabo longo para apanhar as pedras mais vistosas do solo. O tempo nestas excursões lunares sempre era muito controlado. Enquanto Schmitt coletava amostras, Cernan aproveitava para tirar fotos, com a nova lente de 500 mm fabricada para a NASA.
A maneira como os astronautas subiam de novo no jipe lunar, após descer para observar e coletar amostras
[[Ficheiro:Ap17 schmitt falls.ogv|thumb|right|200px|Vídeo da queda do astronauta Schmitt.]]
A próxima parada da dupla estava planejada para a borda de uma pequena cratera, algumas centenas de metros ao norte do ''Buraco-na-Parede'', na base da escarpa da montanha. Os dois tiveram uma viagem algo selvagem descendo a ladeira e, quando saíram dela, Cernan pediu uma homologação de [[recorde]] de velocidade lunar, de 18 km/h. Apesar de seu pedido não poder ser auditado por fonte independente, não há dúvidas de que ele estava andando rapidamente e ainda teve que manobrar para evitar uma rodada na descida da encosta.
A ferramenta favorita de Schmitt era uma pá com a qual ele podia ser mais seletivo na coleta e que também podia ser usada para cavar pequenas valetas. Durante a missão, ele trabalhou com uma técnica de descansar a ponta da pá no chão e descer seus dedos pela haste do cabo o suficiente para que o ato de despejar a [[rocha]] coletada dentro do saco se tornasse algo mais fácil;
==Solo laranja==
Trinta e sete minutos após terem parado, Eugene Cernan e Harrison Schmitt estavam em movimento novamente. O próximo alvo era uma cratera chamada ''Shorty'' e todos tinham grandes esperanças de que fossem encontrado algo geologicamente não usual. Vista da órbita, a ''Shorty'' parecia ser sinistra e diferente. Ela se localiza após a extremidade do terreno desabado da montanha e é muito mais escura que a [[região]] em torno. Como era típico durante as paradas geológicas da Apollo 17, quando Cernan estacionava o jipe lunar, Schmitt pulava para fora e dava uma rápida olhada em volta, enquanto Cernan cuidava do empoeiramento no jipe e outros "afazeres domésticos". Eles estavam parados perto de uma grande pedra quebrada e Schmitt saiu primeiro para olhar e depois levar uma tina de coleta. Estando um pouco envergonhado da experiência do primeiro tombo lunar de um astronauta, ele não começou a coleta até que Cernan estivesse pronto para ajudá-lo. Tendo visto de perto a grande pedra arredondada e quebrada a sua frente, ele retornou para apanhar a tina e começar a apanhar amostras, quando imediatamente notou que havia algo muito incomum no solo que havia mexido com seus pés e parou por uma fração de
[[Ficheiro:Ap17 strolling.ogg|thumb|right|200px|Vídeo dos astronautas da Apollo 17 caminhando e cantando na Lua]]
Como eles podiam andar três vezes mais rápido do que a velocidade de uma caminhada a pé presumida pelos planejadores da AEV, quando Cernan e Schmitt se dirigiam de jipe em direção do ML Challenger, o [[tempo]] necessário para a caminhada a pé deixou de ser uma consideração importante. Após andarem uma parte do caminho de volta, deram uma breve parada para montar uma carga sísmica, fazer uma rápida coleta e continuaram em direção
Por cerca de vinte minutos, Cernan e Schmitt trabalharam num [[quadrante]] limitado de um campo de rochas na ''Camelot'', conscientes do potencial de tropeçarem em algo. Coletaram amostras de rocha, amostras de solo jogados sobre as rochas por impactos próximos e compararam amostras de solo escavado entre as rochas. Trabalharam rápida e eficientemente e satisfeitos com eles próprios por um dia de trabalho bem feito, pulavam e cantavam enquanto faziam seu caminho de volta até o jipe lunar e, depois, para o ML.
==Último passeio na Lua==
Os planos para o terceiro e último dia eram tão desafiadores quanto os do Dia 2 e o trabalho acabou sendo igualmente recompensador. Saindo do [[Módulo Lunar]], Cernan e Schmitt se dirigiram cerca de três quilômetros ao norte, à base do
[[Ficheiro:Apollo 17- Lunar Roving Vehicle and Eugene Cernan.jpg|thumb|left|250px|Eugene Cernan em Taurus-Littrow; ao fundo, o 'Maciço Sul'.]]
Apesar
Após a missão, apenas Cernan teve algum pesar com seu trabalho no penúltimo local de coleta; ele estava triste de não ter tido tempo de escrever o [[nome]] de sua filha na saliência superior coberta de poeira da rocha. Ele coletou uma amostra da poeira e o ponto pode ser visto numa famosa fotografia tirada por Schmitt, com o vale visível ao fundo. Alan Bean, que se tornou pintor após ter ido
Se a subida até a pedra havia sido extenuante – e é importante dizer que apesar do esforço nenhum deles teve batimentos cardíacos superiores a 130 por [[minuto]] – a descida não deixou de ser divertida. Após terminar sua coleta sob a ''Pedra de Tracy'', Cernan voltou em direção ao jipe pulando muito rápido. Quando ele se aproximava vindo pela trilha da pedra, colocou muito peso sobre seu pé direito e levou um tombo espetacular. Como o solo era macio, sem pedras protuberantes no chão e como
Neste momento, os astronautas já estavam fora do ML por cerca de cinco horas. Eles tinham estado trabalhando duro o dia inteiro, andando em [[terreno]] áspero e rugoso em volta das escarpas. Apesar
==Encerramento dos trabalhos na Lua==
Linha 88:
Nenhuma das missões Apollo podia ser mais do que uma rápida viagem de reconhecimento a uma [[área]] de pouso em particular, em virtude da contenção de custos de todo o Projeto Apollo. O prazo final dado em [[1962]] pelo [[Presidente John Kennedy]] para um pouso lunar - fim da [[década]] de 60 - havia forçado a NASA a desenvolver o mais simples [[hardware]] capaz de completar uma missão de pouso e é um crédito às equipes de construtores que, na época destas missões, as tripulações pudessem passar três dias na Lua e tivessem o jipe lunar para ampliar seu alcance na [[superfície]]. Não havia mais nenhuma esperança de fazer algo, além de arranhar a superfície lunar e produzir um esboço da [[história]] geológica da Lua.
Como estavam capacitados pelas experiências das missões anteriores, Cernan e Schmitt ficaram com todos os recordes de tempo gasto na [[superfície]], distância percorrida, números de amostras coletadas e quantidade de fotografias tiradas; as experiências anteriores lhes deram confiança em suas habilidades para fazer um trabalho bem feito. Como as outras tripulações, eles aprenderam rapidamente como tirar proveito das condições do [[ambiente]] lunar. Então, apesar do fato de que equipamentos e procedimentos mais eficazes ainda serão produzidos no [[futuro]] para tornar possível a condução de operações lunares de maneira mais efetiva, há muito
{{referência}}
|