Gueorgui Júkov: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Adequação ao Livro de Estilo.
m Correção de texto e pequenos ajustes
Linha 115:
Em 2 de julho, as forças do [[Império do Japão]] cruzaram o rio, e dois contra-ataques mecanizados foram necessários para detê-los.{{sfn|Alexieff|2017|p=7-8}} Além disso, em de 13 de julho Kulik foi substituído por [[Lev Mékhlis]], um dos organizadores dos expurgos e membro do [[Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética]].{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=242}} Ciente de que estava sendo observado, Júkov ordenou a execução de soldados que se haviam mutilado para escapar ao confronto.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=237}}
 
Em 19 de julho, o 57.º Corpo se tornou o principal destacamento do Exército Vermelho, depois de receber reforços significativos: as 57.ª e 82.ª Divisões de Fuzileiros, a 6.ª Brigada Blindada, uma divisão mongol de cavalaria, a 212.ª Brigada Aerotransportada, um grupo de artilharia pesada e mais aeronaves.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=235}} Suas tropas também sãoforam reabastecidas, apesar da distância de setecentos quilômetros que separavam o confronto do terminal ferroviário de [[Ulã Bator]], na Transmongol[[Ferrovia Trans-Mongoliana]].{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=234}}
 
A partir das 6h15min de 20 de agosto, Júkov lançou o ataque da última batalha de Halhin-Gol,{{sfn|Alexieff|2017|p=8}}. Depois de um intenso bombardeio e de confundir as tropasos japonesasjaponeses com medidas de desinformação, Júkov liderou um ataque frontal com duas divisões de infantaria, enquanto suas brigadas motorizadas atacavam a retaguarda do inimigo.{{sfn|Bering|2012}} As tropas soviéticas contavam com cerca de quinhentos tanques BT modelos 5 e 7,{{sfn|Coox|1985|p=579}} apoiadas por cerca de quinhentos [[bombardeiro]]s e [[Caça (aeronave)|caças]],{{sfn|Coox|1985|p=590}} nessa que foi a primeira operação caça-bombardeiro da nascente [[Força Aérea Soviética|Força Aérea soviética]].{{sfn|Coox|1985|p=633}} Os dois grupos mecanizados se reagrupam em 23 de agosto, cercando as duas divisões do 6.º exército japonês e capturando seus depósitos de abastecimento, em uma operação que replicou a estratégia do general [[Aníbal]] dois mil anos antes, durante a [[Batalha de Canas]].{{sfn|Roberts|p=62|2012}} Em 31 de agosto, os últimos bolsões nipônicos foram liquidados,{{sfn|Alexieff|2017|p=8-9}}{{sfn|Coox|1985|p=633}} e o restante das tropas bateu em retirada, abandonando cerca de 3três mil homens, quase todos feridos, e a maior parte de seus equipamentos.{{sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=249}}
 
Esta foi a primeira derrota japonesa para uma força-armada moderna,{{sfn|Alexieff|2017|p=1}} e por alguns considerada humilhante.{{sfn|Le Tissier|1996|p=5}} Do lado soviético, a vitória decisiva foi interpretada como uma vingança pela [[Guerra Russo-Japonesa|derrota russa de 1905]], e permitiu pôr fim ao ímpeto expansionista japonês sobre o seu território.{{sfn|Haskew|2018b}}{{sfn|Bering|2012}} Júkov, o primeiro comandante soviético vitorioso contra uma potência estrangeira, em 31 de julho foi promovido a ''Komkorkomkor''{{#tag:ref|Em russo: Комкор. Equivalente a Generalgeneral ou Comandantecomandante de Corpocorpo de Exércitoexército,{{sfn|Chaney|1996|p=33}} posto então novo no Exército Vermelho.{{sfn|Alexieff|2017|p=9}} Mais tarde esse posto seria substituído pelo de [[Coronelcoronel-general]].|group="nota"}}{{sfn|Alexieff|2017|p=9}} e na sequência, em 29 de agosto de 1939, recebeu pelasua primeira vez a medalha de [[Herói da União Soviética]].{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=253}}{{sfn|Chaney|1996|p=75}}
 
Halhin-Golie permitiu a Júkov testar técnicas de batalha que se popularizariam nos anos seguintes,{{sfn|Coox|1985|p=998}} e maneiras de melhorar a coesão das tropas,{{sfn|Coox|1985|p=991}}, conjugando infantaria, artilharia, blindados e aviação.{{sfn|Chaney|1996|p=74}} Além disso, ela permitiu a Júkov propor melhorias que depois seriam consolidadas no modelo [[T-34]].{{sfn|Chaney|1996|p=75}} Veteranos dessa batalha foram transferidos para unidades inexperientes, como forma de difundir as experiências adquiridas.{{sfn|Coox|1985|p=998}} Por esses motivos, mais tarde Júkov consideraria essa experiência inestimável para o posterior esforço contra os alemães.{{sfn|Coox|1985|p=996}}
 
=== Às vésperas de Barbarossa ===
Após o armistício de 15 de setembro de 1939 entre o Japão e a URSS, Gueorgui Konstantínovich se estabeleceu em Ulã Bator, aguardando o fim das negociaçõestratativas. Sem muitos compromissos de trabalho, ele fazfez vir sua família, e participou de caçadas com [[Khorloogiin Choibalsan|Horloogiin Choibalsan]], o primeiro secretário do Partido Revolucionário do Povo Mongol.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=255}}
 
Retornando a Moscou, em 2 de junho de 1940 Júkov conheceu pessoalmente Josef Stalin, que lhe convocou paradesejava discutir a batalha de Halhin-Golie,{{sfn|Alexieff|2017|p=9}}{{sfn|Zhukov|1991|loc=t. 1|p=166-167}}{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=258-259}} e nos dias 3 e 13 de junho assistiu às reuniões do [[Politburo do Partido Comunista da União Soviética|Politburo]]. [[Ficheiro:Georgy Zhukov 6.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|240x240px|O Comissário de Defesa [[Semyon Timoshenko|Semion Timoshenko]] (à esquerda, com uniforme de Marechal) e seu Chefe de Estado-Maior, general Júkov (1940).]] Algumas semanas depois, Júkov foi um dos três primeiros promovido ao recém-criado posto de Generalgeneral do Exércitoexército,{{#tag:ref|Em russo: Генерал армии|group="nota"}}{{sfn|Zhukov|1991|loc=t. 1|p=167}} e nomeado chefe do Distrito Militar Especial de Kiev, o principal comando ao longo da fronteira ocidental russasoviética.{{Sfn|Chaney|1996|p=486}} Uma vez na Ucrânia, ele buscou melhorar a disciplina, o treinamento e a supervisão de suas tropas, e a partir de 28 de junho foi chamado a envolver suas tropas contra o [[Reino da Romênia]], durante a ocupação soviética da [[Bessarábia]] e da parte norte da Bucovina. Com os romenos tentando evacuar seus equipamento para além do [[rio Prut]], Júkov tomou a iniciativa e decidiu-se por lançar [[Paraquedistas militares|paraquedistas]] sobre os entroncamentos ferroviários de [[Belgrado]], [[Cahul]] e [[Izmail]], efetivamente frustrando a fuga inimiga.{{sfn|Zhukov|1991|loc=t. 1|p=171}} Por essa época, Júkov conheceu [[Nikita Khrushchov]].{{sfn|Zhukov|1991|loc=t. 1|p=238}}
 
Desde o verão de 1940, o [[Pacto Molotov-Ribbentrop|pacto de não-agressão germano-soviético]] foi marcado por tensões diplomáticas. Além de atritos relacionados à [[Finlândia]], a [[Alemanha Nazi]] colocara sob sua tutela a [[Reino da Hungria (1920-1946)|Hungria]], a [[Eslováquia]] e a Romênia, e seu comportamento nos [[Bálcãs|Balcãs]] era fonte de crescente preocupação. Embora os soviéticos não tivessem provas disso, [[Adolf Hitler]] havia encarregado o general [[Erich Marcks]] de elaborar planos tendo como objetivo tático a [[Linha A-A]] (o chamado Plano Marcks, um antecedente da [[Operação Barbarossa]]).{{Sfn|Kay|2006|p=31}}
 
Nesse contexto perturbador, em 23 de dezembro de 1940 os principais generais soviéticos e o Politburo se reuniram em Moscou para uma conferência militar. Júkov falou em 25 de dezembro, palestrando sobre "o caráter das operações ofensivas modernas", tema de um relatório que ele escreveuescrevera com [[Hovhannes Bagramyan|Hovhannes Bagramian]] e [[Maksim Purkaiev]].{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=277-278}} A reunião terminou com duas simulações de ataque alemão à URSS. A primeira, de 2 a 6 de janeiro de 1941, teve Júkov à frente do time azul (os alemães) e [[Dmitry Pavlov|Dmitri Pavlov]] comandando a equipe vermelha (os soviéticos), assistido em particular por [[Ivan Konev]]. A segunda simulação aconteceu de 8 a 11 de janeiro, invertendo-se os papéis. Timoshenko, Budionni, Meretskov, Kulik, Golikov, Chápochnikov e [[Nikolai Vatutin]] foram os árbitros. Esses exercícios terminam no primeiro caso com a vantagem dos azuis, e no segundo caso com uma vitória mais clara dos vermelhos.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=282-283}} Para além de seus resultados, as análises desses exercícios fornecem aos líderes soviéticos informações valiosas: eles poderiam manter um grande número de unidades ao longo da fronteira (na [[Linha Molotov]]), sem perigo delas serem cercadas; o deslocamento e o posicionamento de tropas, de ambos os lados, levariam vários dias para serem completados; um ataque alemão se concentraria ao sul dos [[pântanos de Pinsk]]; e uma forte contra-ofensiva, partindo da Ucrânia ocidental em direção ao sul da Polônia, daria a vitória aos soviéticos.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=283-285}}[[Ficheiro:Georgy Zhukov 7.jpg|miniaturadaimagem|250x250px|Júkov enquanto Chefe do Estado-Maior do Exército Vermelho (1941).]]
Em 13 de janeiro de 1941, Stalin nomeou Júkov Chefechefe do Estado-Maior General do Exército Vermelho,{{sfn|Le Tissier|1996|p=6}} apesar de sua falta de experiência nesse posto.{{Sfn|Bering|2012}} Em 1 de fevereiro, ele tomou posse em Moscou, tornando-se membro do Comitê Central e o segundo homem do país em assuntos militares,{{Sfn|Chaney|1996|p=486}} abaixo apenas do Comissário de Defesa Timoshenko. Durante cinco meses, ele e Júkov trabalharam na atualização do "plano de implantação estratégica" MP-41, prevendo a estratégia militar soviética até 1942. Apresentado em 11 de março de 1941, ele prevêprevia a possibilidade de mobilização de até de 8,7 milhões de homens (trezentas divisões e, teoricamente, 33 corpos mecanizados) durante o período.{{sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=292-292}}
 
A inteligência soviética vinha alertando para um ataque iminente da Alemanha, e, em 5 de maio de 1941, após um discurso belicista de Stalin, a dupla Júkov-Timoshenko propôs sem sucesso um [[Guerra preventiva|ataque preventivo]].{{Sfn|Lopez|Wieviorka|2018|p=70-73, 86}} Depois, em 13 e 14 de junho ele e Timoshenko pediram a Stalin permissão para colocarpôr em alerta as tropas ao longa da fronteira oeste, iniciando assim uma mobilização parcial, mas este se recusou, temendo provocar os alemães.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=305}}{{Sfn|Bering|2012}} O [[estado de emergência]] foi finalmente autorizado na madrugada de 21 para 22 de junho, mas com instruções para que os militares não respondessem a eventuais provocações dos nazistas.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=308-309}}
 
== Segunda Guerra Mundial ==
Linha 139:
=== Início (1941) ===
{{Artigo principal|Frente Oriental (Segunda Guerra Mundial)}}
Júkov passou a noite de 21 a 22 de junho de 1941 no prédio do Comissariado da Defesa. No final da noite, ele chamou pelo rádio os três comandantes dos distritos militares de fronteira, e que comporiam o grosso das forças soviéticas naquilo que os [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]] viriam a chamar de [[Frente Oriental (Segunda Guerra Mundial)|Frente Oriental da Segunda Guerra Mundial]], e que para os russos consistiu na [[Grande Guerra Patriótica]].{{#tag:ref|Em russo: Великая Отечественная война|group="nota"}} Júkov falou sucessivamente com [[Fyodor Kuznetsov|Fiodor Kuznetsov]] (chefe do Distrito Especial do [[Mar Báltico|Báltico]], que se tornatornaria no dia seguinte a [[Frente Noroeste (URSS)|Frente Noroeste]]), Dmitri Pavlov (chefe do Distrito Ocidental, em seguida a [[Frente Ocidental (URSS)|Frente Ocidental]]) e [[Mikhail Kirponos]] (chefe do Distrito Especial de Kiev, logo mais a [[Frente Sudoeste]]), anunciando-lhes o estado de emergência. Às 3h17min o almirante da [[Frota do Mar Negro]] reportou um grande número denumerosos aviões desconhecidos chegando por via marítima. Júkov, embora formalmente não tivesse autoridade para isso, deu-lhe permissão para abrir fogo. Às 3h30min foi a vez do Distrito Ocidental relatar um bombardeio aéreo, depois Kiev, e finalmente o Báltico às 3h40min.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=317}} Às 4h, Timoshenko e Júkov ordenammandaram que acordassemacordar Stalin, e pediram por telefone permissão para revidar. Este último respondeu convocando os dois militares e o Politburo ao [[Kremlin]]. Uma reunião começou às 4h30, com Stalin bastante exaltado. Vatutin, então um dos adjuntos de Júkov, informou-os que após uma preparação de artilharia, as tropas alemãs atacavam. Às 5h o embaixador [[Friedrich von der Schulenburg]] entregou a [[Viatcheslav Molotov]] a declaração de guerra alemã.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=322}} Às 5h30min, Stalin finalmente autorizou uma resposta limitada,{{#tag:ref|A Diretriz n.º 2 foi emitida às 7h15min da manhã do dia 22 de junho de 1941, sendo a n.º 1 (retroativamente) aquela que autorizara o estado de alerta.|group="nota"}}{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=323}} mas sua demora em lançar um contra-ataque custou caro aos soviéticos.{{Sfn|Bering|2012}}
 
De volta ao Estado-Maior General por volta das 8h, Júkov não conseguiupôde contatar os diferentes comandos do exército: as linhas de comunicação haviam sido cortadas por meio de bombardeio e sabotagem, e as tropas pareciam incapazes de usar os códigos de rádio. De volta ao Kremlin às 9h, Júkov e Timoshenko propuseram umaa mobilização geral das tropas e a formação da [[Stavka]], o comando supremo das forças armadas em tempos de guerra. Stalin recusou ambas propostas,{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=324-325}} mas no dia seguinte concordou com a formação da Stavka.{{sfn|Chaney|1996|p=486}}
[[Ficheiro:Georgy Zhukov 8.jpg|miniaturadaimagem|Júkov em campanha (1941).|250x250px|esquerda]] Às 13h, Stalin informou a Júkov que o Politburo decidira enviá-lo para a Frente Sudoeste como representante da Stavka, por considerar quepois os comandantes da linha de frente não tinham experiência e estavam desnorteados.{{sfn|Zhukov|1991|loc=t. 1|p=246}} Simultaneamente, os marechais Chápochnikov e Kulik foram enviados à Frente Ocidental, e Vatutin substituiu Júkov na chefia do Estado-Maior General. No final da tarde, Júkov chegou a Kiev, que acabara de ser bombardeada, e à noite ele e Nikita Khrushchov chegaram a [[Ternopil]].{{sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=326-327}}
 
Na manhã de 23 de junho, Júkov não conseguiu contatar várias grandes unidades da frente de batalha. Apesar de tudodisso, ele ordenou contra-ataques com os cinco corpos mecanizados que tinha à disposição,{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=867}} incluindo o 9.º Corpo do major-general Rokossovski. Embora tenham atrasado os alemães, entre 26 e 30 de junho elas foram destroçadas pelo [[1.º Grupo Panzer (Alemanha)|1.º Panzergruppe]] do general [[Paul Ludwig Ewald von Kleist|Paul von Kleist]], durante a [[Batalha de Lutsk-Brody-Rovno]]. No dia 26 de junho Júkov, Timoshenko e Vatutin reuniram-se com Stalin, para cuidar da Frente Ocidental, cujo cerco parecia iminente nos [[Batalha de Białystok-Minsk|bolsões de Białystok e Minsk]].{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=331}} Entre 27 e 28 de junho, Júkov ordenou várias vezes, às tropas dessa frente, devários contra-atacaremataques, mas sem qualquer resultado prático. No dia 29, a cúpula dos militares foi alvo da cólera de Stalin: Kuznetsov foi rebaixado, Meretskov preso, Pavlov e Vladimir Klimovskikh executados.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=342}} Por esses dias, Alexandra Dievna e suas filhas foram evacuadas para [[Samara (Rússia)|Kuibishev]], onde mais tarde se juntaram a elas a mãe de Júkov a uma de suas tias.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=338}}
 
Em 10 e 11 de julho, a Stavka e o Estado-Maior foram movidos para um abrigo antiaéreo. Júkov ordenou uma série de contra-ataques que beiravam o suicídio, nos quais os corpos mecanizados soviéticos foram aniquilados: em [[Lépiel]] de 6 a 11 de julho, contra o flanco do [[3.º Grupo Panzer (Alemanha)|3.º Grupo Panzer]] do general [[Hermann Hoth]]; em [[Jlóbin]] no dia 13, contra o [[2.ª Divisão Panzer (Alemanha)|2.º Grupo Panzer]] do general [[Heinz Guderian]]; na Ucrânia entre 10 e 14 de julho, em uma operação em [[Novohrad-Volinski]]; perto de [[Pskov]] de 14 a 18 do mesmo mês, contra o [[LVI Corpo de Exército (Alemanha)|LVI Corpo de Exército]] do general [[Erich von Manstein]] (Operação Soltsi-Dno).{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=351}}
 
Em 10 de julho, Júkov convenceu Stalin a posicionar as tropas da reserva em duas linhas para proteger a capital, a primeira no [[Rio Duína do Norte|Duina]] e no [[Dniepre]] (passando pela [[linha de Stalin]], [[Polotsk]], [[Vitebsk]], [[Orsha]], [[Mogilev]] e [[Mazir]]), e a segunda passando por [[Nével]], [[Smolensk]], [[Roslavl]] e [[Gomel]].{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=332-333}} Em 14 de julho, Stalin autorizou Júkov a formar uma "Frente da Reserva" com novos exércitos. No dia 16 de julho, Smolensk foi tomada pelos alemães, e Júkov foi confrontado por um Stalin furioso. De 21 a 26 de julho um contra-ataque planejado por Júkov foi lançado em torno de Smolensk, e enfim interrompeu a marcha doo Grupo de Exércitos Centro alemão.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=357}}{{sfn|Stahel|2009|p=285; 348}}
 
=== Ielnia e Leningrado (1941) ===
{{Artigo principal|Cerco a Leninegrado}}
[[Ficheiro:RIAN archive 2410 Marshal Zhukov speaking.jpg|miniaturadaimagem|242x242px|Júkov fala aos membros do Politburo, em setembro de 1941.]]
Durante a reunião de 29 de julho de 1941 com Stalin, na presença de Mékhlis e [[Lavrentiy Beria|Lavrenti Beria]], Júkov expôs seus novos planos, que embora sólidos do ponto de vista militar, previam um alto custo político: abandonar Kiev aos alemães.{{sfn|Stahel|2009|p=362-363}}{{sfn|Le Tissier|1996|p=7}} Enfurecido, Stalin acusou-o de "falar bobagem", e Júkov então apresentou sua demissãodemitiu-se e pediu para ser enviado ao ''front''.{{sfn|Zhukov|1991|loc=t. 1|p=328}}{{sfn|Stahel|2009|p=363}} Assim, em 30 de julho Chápochnikov assumiu o posto de Chefe do Estado-Maior, enquanto Júkov foi rebaixado a comandante de uma frente, embora mantendo seu lugar na Stavka.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=359-362}}
Júkov deixou Moscou em 31 de julho, a fim de se juntar à equipe da [[Frente da Reserva]], que se encontrava estacionada perto de [[Gagarin (cidade)|Gjatsk]]. Júkov encontrou uma situação adversa, para além do conflito armado que se desenrolava. Seu ''politruk'' éera [[Sergei Kruglov]], um amigo próximo de Beria, e suas unidades, compostas de conscritos, não possuempossuíam oficiais qualificados ou armas e equipamentos decentes. Sua missão éera retomar [[Yelnya|Ielnia]], que estáestava no centro de um bolsão alemão cercado por linhas soviéticas: seu antecessor não conseguira retomar a cidade, daí a sua substituição. No comando do 24.º Exército, a 120 quilômetros de Gjatsk,{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=369}} de 2 a 6 de agosto Júkov relançou-o em ataque contra o saliente. Inicialmente sem sucesso, ele persistiu, ameaçando executar os oficiais que não cumprissem suas missões.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=372}} Depois de uma pausa para reforçar suas provisões, o ataque recomeçou em 30 de agosto. Eventualmente as tropas de Júkov conquistaram uma importante vitória, e os alemães do [[XX Corpo de Exército (Alemanha)|20.º Corpo de Exército]] abandonaram Ielnia a partir de 2 setembro.{{sfn|Stahel|2009|p=362-363}}{{sfn|Roberts|p=130-133|2012}}
[[Ficheiro:Zhukov in October 1941.jpg|miniaturadaimagem|250x250px|Júkov em outubro de 1941, durante o [[Cerco a Leninegrado|cerco a Leningrado]]. Esta foto foi publicada no jornal ''Krasnaia Zvezda'', por ordem direta de [[Josef Stalin|Stalin]].|esquerda]]
Essa vitória éfoi amplamente utilizada pelacomo propaganda, com o objetivo de levantar o moral das tropas e da população soviéticas.{{Sfn|Werth|1964|p=430}} Quatro unidades envolvidas no confronto mudamforam de nomerebatizadas: as 100.ª, 127.ª, 153.ª e 161.ª divisões de fuzileiros tornam-se respectivamente a 1.ª, 2.ª, 3.ª e 4.ª Divisão de Fuzileiros "[[Unidades da Guarda|da Guarda]]", as primeiras tropas de elite desse tipo.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=375}}
 
No início de setembro, Júkov foi chamado de volta ao Kremlin. De acordo com suas memórias, Stalin o recebeu na madrugada entredo os dias 8 edia 9, e lhe ordenou organizar a defesa de [[São Petersburgo|Leningrado]] a partir do dia 10.{{sfn|Chaney|1996|p=486}} No dia 12, Júkov partiu de avião e desembarcou próximo ao [[lago Ladoga]], a nordeste da cidade.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=388-389}}
 
Vorochilov foi rebaixado por Stalin, enquanto Júkov tentava restaurar o moral de suasdas tropas. Agora cercado por alemães e finlandeses ([[Shlisselburg]] caíra no dia 8), ele destinadestinou ao combate todos homens que conseguepôde engajar, apoiados pelos canhões da [[Frota do Báltico]]: tropas do [[NKVD]] e do [[Infantaria Naval (Rússia)|Corpo de Fuzileiros Navais]], marinheiros e milícias populares.{{#tag:ref|As Divisões Narodnogo OpolcheniyaOpolchenia, em russo: дивизии народного ополчения.|group="nota"}} Um terço das milícias são munidas de armas anti-tanque, as fábricas se esforçam para produzirem meio milhão de [[Mina terrestre|minas]], a polícia militar caça os desertores, as famílias daqueles que se rendem espontaneamente são executadas.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=397-399}} Aos poucos, a linha de frente se estabiliza e começa o [[Cerco a Leninegrado|cerco a Leningrado]], possivelmente o conflito urbano mais sangrento de toda a história. Embora os soviéticos tenham sofrido pesadas baixas sob as ordens de Júkov, o desempenho deste em Stalingrado tem sido louvado pela maioria dos analistas.{{sfn|Roberts|p=133|2012}} Além disso, sob seu comando, que duraria até 7 de outubro de 1941,{{sfn|Chaney|1996|p=486}} os soviéticos imobilizaram cerca de um terço das forças alemãs disponíveis na época.{{Sfn|Bering|2012}} Após vitórias consecutivas em Halhin-Golie, Ielnia e Leningrado, Júkov viu sua reputação crescer consideravelmente.{{sfn|Roberts|p=133|2012}}
 
=== Protegendo Moscou (1941) ===
{{Artigo principal|Batalha de Moscovo}}Estabilizada momentaneamente a situação em Leningrado, em 5 de outubro de 1941 Stalin chamou Júkov de volta a Moscou., pois Desdedesde 30 de setembro os alemães haviam retomado a ofensiva no centro dado linha de frente''front'', pressionando e cercando as unidades da Frente Ocidental (sobcomandadas o comando depor Ivan Konev), da Frente da Reserva (comandadas por Budionni), e da [[Frente de Briansk]] (lideradas por Ieremenko), a oeste de [[Viazma]] e em ambos os lados de [[Briansk]]. Júkov foi enviado para lá, e, na noite do dia 6, viajou de carro para juntou-se juntar ao Estado-Maior da Frente Ocidental, instalado perto de Gjatsk. No dia 7, sempre por estrada e viajando durante a noite, éfoi a vez da Frente da Reserva em [[Obninsk]], e depois de Budionni em Maloiaroslavets. Ele encontrou unidades sem liderança e agindo de maneira desordenadadesordenadamente.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=419-420}} No dia 9 de outubro, Júkov foi novamente re-designado para o comando da Frente da Reserva.{{sfn|Chaney|1996|p=486}} As chuvas da ''rasputitsa''{{#tag:ref|A rasputitsa (em russo: распутица, literalmente "estação das estradas ruins") designa o período em que, por causa daa neve derretida ou dasas chuvas, umatransformam grande parte das terras planas são transformadas em um mar de lama. O fenômeno afeta particularmente as estradas, quando elas não são pavimentadas.|group="nota"}} tornam tudo lamacento, diminuindo consideravelmente a mobilidade. No dia 10, Júkov receberecebeu também o comando da Frente Ocidental, e decide montar seu Estado-Maior perto de Moscou, abandonando seu plano para se deslocar para [[Arzamás]]. A Frente da Reserva foi absorvida pela Frente Ocidental no dia 12. Por essa época, Júkov tomou como amante uma jovem cirurgiã assistente, a primeira-tenente Lida Zakharova.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=424}}
[[Ficheiro:Разгром немецких войск под Москвой (1942) документальный фильм.webm|miniaturadaimagem|250x250px|thumbtime=20:27|Filme documentário soviético de 1942, mostrando Júkov na liderança da [[Batalha de Moscovo|defesa de Moscou]].]]
Júkov organiza a defesa de Moscou aplicando os mesmos métodos usados em Leningrado, no mês anterior. Tropas sobreviventes foram reforçadas pelascom divisões de milícias populares (trabalhadores e estudantes), e recrutas (nascidos em 1921, 1922 e 1923, mobilizados por antecipação{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=430}} e enviados para o combate por vezes sem instruções ou uniforme), e dispostas em um arco, partindo de [[Tver|Kalinin]], ao norte, até Kaluga, no sul, passando por [[Volokolamsk]] e [[Mojaisk]], enquanto as forças alemãs ainda buscavam reduzir os bolsões de Viazma e Briansk. O Grupo de Exércitos Centro alemão, contudo, retomou a ofensiva no dia 12 de outubro. No dia 13, a [[4.ª Divisão Panzer (Alemanha)|4.ª Divisão Panzer]] do general [[Erich Hoepner]] tomou Kalinin, enquanto 2.º Exército Blindado do general Guderian chegou a Kaluga. Naquela noite, o [[Teatro Bolshoi]] foi evacuado para [[Kuybyshev|Kuibishev]] (incluindo trajes, conjuntos e poltronas), e no dia 16 éfoi a vez do governo, do [[Internacional Comunista|Comintern]] e das embaixadas partirem, instalando-se a novecentos quilômetros mais a leste. Dirigentes moscovitas fogem, e; a cidade assiste a saques maciços; e cargas explosivas são colocadas no metrô e em pontes, estações ferroviárias e instalações elétricas e sanitárias.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=421}} No dia 19, o estado de sítio é proclamado na capital, e a ordem é restaurada.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=427-429}} Mojaisk (a cem quilômetros de Moscou) caiu no dia 18, e no dia 22 foi a vez de [[Naro-Fominsk]]: o comandante local e seu ''politruk'' sãoforam fuzilados emdiante frente àsde suas tropas, e Júkov ordenaordenou um contra-ataque, resultando em uma batalha de oito dias que bloqueiabloqueou os alemães. A mesma coisa ocorreu em Volokolamsk, no dia 23, onde Rokossovski escapou por pouco da execução, por ter recuado. No dia 28 de outubro, os alemães chegaram a [[Tula (Rússia)|Tula]], mas no dia 30 foram parados pela defesa soviética e pela lama, que os privava de combustível, munições e alimentos.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=427-430}}
 
Em 1 de novembro Júkov foi novamente convocado por Stalin, que indagava se, por ocasião do 24.º aniversário da Revolução de Outubro, seria possível organizar um desfile militar. Júkov respondeu afirmativamente, pois a frente de batalha encontrava-se estável e aguardava a chegada da neve. Em 7 de novembro, sob a neve, desfilaram vários regimentos na [[Praça Vermelha]], diante de Budionni em seu cavalo e de Stalin, posicionado na tribuna do [[Mausoléu de Lenin|Mausoléu Lenin]]. A tropa desfila e parte para a frente de batalha.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=431}}
 
Júkov previu a retomada da ofensiva alemã uma vez que o solo estivesse congelado, incluindo um ataque particularmente duro na linha de [[Rjev]]-Volokolamsk-[[Istra]], e especialmente dois ataques nos flancos, no norte, perto do [[Canal de Moscou|canal Volga-Moscou]] (na fronteira com a [[Frente de Kalínin]], comandada por Konev) e no sul, perto de Tula (junto à Frente Sudoeste, de Timoshenko). Embora Júkov tenha se queixado ao Comando Supremo da falta de coordenação com as frentes vizinhas, ele reforçou ambos os flancos, fazendo recuar seus 16.º e 50.º exércitos e concentrando atrás deles as suas principais unidades de cavalaria e blindados.{{sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=440}}
Linha 178:
 
=== Rjev (1942) ===
[[Ficheiro:Rzhev salient 1941-1942.JPG|miniaturadaimagem|Mapa das operações de dezembro de 1941 a fevereiro de 1942: a contra-ofensiva liderada por Júkov recuperou [[Moscovo|Moscou]] mas perdeu fôlego antes de chegar a [[Rjev]] e [[Viazma]].|250x250px]]Em 7 de janeiro de 1942, uma reunião no Kremlin entre Júkov, Stalin e Aleksandr Vassilevski,{{#tag:ref|Desde que [[Borís Chápochnikov]], doente, é evacuado em 15 de outubro de 1941, na prática Alexander Vassilievski dirige o que resta do Estado-Maior em Moscou.|group="nota"}} define novos objetivos para os nove exércitos da Frente Ocidental: sua ala direita (1.º de Choque, 20.º e 16.º exércitos) deve participar da destruição do saliente de Rjev; o centro (cinco exércitos) deve tomar Gjatsk, [[Iukhnov]] e Viazma; a ala esquerda (10.º Exército e o 1.º Corpo de Cavalaria comandado por Belov) deve fazer uma incursão na retaguarda alemã e juntar-se ao 11.º Corpo de Cavalaria (em Kalinin), cercando o Grupo de Exércitos Centro nazista. Em 10 de janeiro, a Carta Diretriz da Stavka n.º 3 "sobre as ações de grupos de choque e a organização de ofensivas de artilharia" ordena todas as frentes soviéticas a atacarem rumo ao oeste.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=471}} No mesmo dia, Júkov, instalado com sua equipe em Obninsk, reenviou ao ataque a sua Frente Ocidental e a Frente de Kalínin: elas avançaram por meio de assaltos frontais, mas não conseguiram tomar Rjev, Viazma e Iukhnov. Nos dias 3 e 4 de fevereiro, a situação mudou: o [[9.º Exército (Alemanha)|9.º Exército alemão]] cercou um exército da Frente de Kalínin; o [[4.º Exército (Alemanha)|4.º Exército alemão]] fez o mesmo com o 33.º Exército soviético e o 1.º Corpo de Cavalaria da Guarda.{{sfn|Chaney|1996|p=198-199}} Júkov tentou socorrer essas tropas, mas a Stavka lhe atribui objetivos nas regiões do [[Rio Desna|Desna]] e do Dniepre, incluindo uma série de ataques frontais compostos por ondas de infantaria. Embora as tropas de Belov tenham escapado, os soldados da 33.ª foram esmagados perto do [[rio Ugrá]].{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=481-483}}
 
Em meados de abril o derretimento da neve interrompeu a luta, que já vinha ocorrendo em um mar de lama. Quando o solo está mais seco, a Stavka ordena uma série de ofensivas. Na Ucrânia, a liderança das frentes Sul e Sudoeste (Timoshenko, com Bagramian como chefe de gabinete e Khrushchov como comissário político) lançou um ataque perto da Carcóvia, no dia 12 de maio. Apesar de um início promissor, no dia 15 a ofensiva foi detida por amplos bombardeios alemães, que na sequência contra-atacam durante a [[Segunda Batalha de Carcóvia]]. Esta, transformou-se em desastre para os soviéticos, que perderam 22 divisões.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=487}}
 
Em 28 de junho os alemães retomaram a iniciativa, e a metade sul de suas forças avançou em direção ao [[rio Don]], [[Volgogrado|Stalingrado]] e [[Baku]]. Para frear a metade norte das forças alemãs, a Stavka{{#tag:ref|Vassilevski fora nomeado Chefe do Estado -Maior Geral, substituindo Chapochnikov, em 26 de junho de 1942.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=492}}|group="nota"}} instrui outras frentes a atacar. Para a Frente Ocidental de Júkov, o alvo é primeiro [[Oriol]], entre 5 e 14 de julho. O ataque falha, por falta de coordenação entre os ramos das forças armadas. O segundo ataque, parte da Operação Pogoreloé-Gorodishche, ocorre a partir de 4 agosto e é novamente direcionado a Rjev e à vizinha Sichiovka. Ele é complementado por um ataque mais a sul, objetivando retomar Gjatsk e Viazma, mas ambos fracassam.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=499-500}}
 
=== Stalingrado (1942) ===
Linha 337:
Júkov também chefiou a comissão, que, em abril de 1956, obteve do Comitê Central o fim das perseguições contra os 1,8 milhões de soldados soviéticos aprisionados pelos alemães, com o pagamento de seus soldos atrasados, e em janeiro 1957 conseguiu a reabilitação póstuma de Mikhail Tukhachevski e Dmitri Pavlov.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=757-759}}
 
Em 29 de outubro de 1955, o encouraçado Novorossisk naufragou, depois de romper o casco em uma mina alemã esquecida na baía de Sebastopol. Júkov foi duro com os responsáveis,{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=763-764}} e usou o episódio para reduzir o papel da [[Marinha Soviética]] nas forças armadas. No exército, com grande número de violações da disciplina, acidentes e crimes, Júkov fez cumprir o despacho n.º 90 de 12 de maio de 1956, que reforçou a autoridade do comandante militar em relação aos seus oficiais políticos.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=760-764}} Esse episódio culminou a longa oposição de Júkov à interferência política nas forças armadas{{sfn|Le Tissier|1996|p=9}}, e lhe valeu hostilidade da Direção Política Principal do Exército. A fim de melhorar a qualidade das forças armadas, ele apoiou a redução do número de tropas (que passou de 4,8 milhões de pessoas em 1955 para 3 milhões em 1957) e o encurtamento do serviço militar.{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=763}}
 
Sua posição como Ministro da Defesa lhe conferiu um pequeno papel na [[Guerra Fria]]. Em 14 maio de 1955, ele assinou pela URSS o [[Pacto de Varsóvia]], documento que ele ajudara a redigir em reação à entrada da Alemanha Ocidental na [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]].{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=764}} Essas tensões não impediram decisões mais pacíficas, incluindo a proclamação da neutralidade austríaca em 15 de maio de 1955 e a evacuação da base Porkkala na Finlândia, implementada em 1956. De 18 a 23 de julho de 1955, Júkov fez parte de uma delegação soviética em Genebra, onde se reencontrou com D. Eisenhower, agora presidente dos Estados Unidos, com quem trocou presentes e gentilezas.{{sfn|Ambrose|1990|p=390}}{{Sfn|Lopez|Otkhmezuri|2017|p=765-766}}[[Ficheiro:Zhukov, Pokryshkin, Kozhedub.jpg|miniaturadaimagem|240x240px|Júkov com pilotos de caça russos (1957)]]
Linha 588:
*{{Citar livro|título=Dictionary of Minor Planet Names|ultimo=Schmadel|primeiro=Lutz D.|editora=Springer Verlag|ano=2003|local=New York|lingua=en|titulotrad=Dicionário de Nomes de Asteróides|isbn=3-540-00238-3}}
*{{Citar periódico|ultimo=Shlapentokh|primeiro=Dmitry|data=22/06/1996|titulo=The Russian boys and their last poet|url=https://archive.fo/20130103035128/http://www.highbeam.com/library/docfree.asp?DOCID=1G1:18583351&ctrlInfo=Round20:Mode20b:DocG:Result&ao=|jornal=The National Interest|acessodata=17/07/2002|titulotrad=Os Garotos Russos e seu Último Poeta|lingua=EN|}}
*{{Citar livro|título=L'etat-major general soviétique en guerre|ultimo=Shtemenko|primeiro=Sergei Matveevich|editora=Éditions du Progrès|ano=1971|lingua=FR|titulotrad=O Estado -Maior Soviético na Guerra|local=Moscou|OCLC=757188015}}
*{{Citar livro|título=Неизвестный Жуков: портрет без ретуши в зеркале эпохи|ultimo=Соколов|primeiro=Б.В.|editora=Родиола-плюс|ano=2000|local=Мински|lingua=ru|titulotrad=O Desconhecido Jukov: Um Retrato sem Retoques, no Espelho da Época}}
*{{Citar livro|título=Zhukov: The Rise and Fall of a Great Captain|ultimo=Spahr|primeiro=William J.|editora=Presidio Press|ano=1993|lingua=en|local=Novato|titulotrad=Jukov: A Ascenção e a Queda de um Grande Capitão|ISBN=0-89141-551-3}}