António de Oliveira Salazar: diferenças entre revisões

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Em [[1900]], após completar os seus estudos na escola primária, com 11 anos de idade, Oliveira Salazar, ingressou no [[Seminário de Viseu]], onde permaneceu por oito anos. Em [[1908]], o seu último ano lectivo no seminário, tomou finalmente contacto com toda a agitação que reinava em [[Viseu]] e também em todo o país. Surgiam artigos que atacavam o governo, o rei e a Igreja Católica. Foi também nesse ano que se deu o assassínio do rei dom [[Carlos I de Portugal]] e do seu filho, o príncipe [[Luís Filipe, Príncipe Real de Portugal|Luís Filipe]]. Não ficando indiferente a esses acontecimentos, Salazar, católico praticante, começou a insurgir-se contra os republicanos jacobinos em defesa da Igreja, escrevendo vários artigos nos jornais. Após completar os estudos, permaneceu em Viseu por mais dois anos. Porém, em [[1910]], mudou-se para [[Coimbra]] para estudar [[Direito]].<ref name="História de Portugal.Info" /> Em [[1914]], concluiu o curso de Direito com a alta classificação de 19 valores e torna-se, dois anos depois, assistente de [[Ciências Económicas]]. Assumiu a regência da cadeira de Economia Política e Finanças em [[1917]] a convite do professor [[Jose Alberto dos Reis]] e do professor Aniceto Barbosa, antes de se doutorar em [[1918]].<ref name="História de Portugal.Info" />
 
Durante esse período em Coimbra, materializa o seu pendor para a política no [[Centro Académico de Democracia Cristã]] onde faz amigos como Mário de Figueiredo, José Nosolini, [[Juvenal de Araújo]], os irmãos Dinis da Fonseca, [[Manuel Gonçalves Cerejeira]], [[Fernando Baeta Bissaia Barreto Rosa|Bissaya Barreto]], entre outros. Alguns haveriam de colaborar nos seus governos. Combate o anticlericalismo da [[Primeira República Portuguesa|Primeira República]] através de artigos de opinião que escreve para jornais católicos. Acompanha Cerejeira em palestras e debates. Enquanto estuda [[Charles Maurras|Maurras]], Le Play e as encíclicas do [[Papa Leão XIII]], vai consolidando o seu pensamento, explicitando-o em artigos e conferências, onde se revelaafirma que "Salazar nasceu para a política pugnando pelo acertar do passo com a Europa, e com a paixão pela Educação".<ref>{{Citar web |url=http://www.angelfire.com/pq/unica/monumenta_jmq_origens_salazar.htm |título=José Manuel Quintas, "Origens do pensamento de Salazar", ''História'', nº 4/5, Julho / Agosto 1998, pp. 77-83. |acessodata=2007-12-29 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080430035054/http://www.angelfire.com/pq/unica/monumenta_jmq_origens_salazar.htm |arquivodata=2008-04-30 |urlmorta=yes }}</ref>
 
Entre 1920 e 1923 foi [[provedor]] da [[Santa Casa da Misericórdia]] de Coimbra.<ref>{{citar web|url=http://www.misericordiacoimbra.pt/corposgerentes/provedores//|título=Provedores da Santa Casa, por século:|acessodata=8 de Novembro de 2014|publicado=[[Santa Casa da Misericórdia]]}}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref>
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Em [[1932]], ano em que a 21 de abril recebeu a grã-cruz da [[Ordem do Império Colonial]] e a 28 de Maio (sexto aniversário do golpe) a grã-cruz da [[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]],<ref name="OHn">{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=154 |título=Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas|publicado=Presidência da República Portuguesa|acessodata=2016-04-11 |notas=Resultado da busca de "António de Oliveira Salazar".}}</ref> era publicado o projecto de uma nova constituição que seria aprovada em 1933 através de um plebiscito popular directo{{sfn|Kay|1970|p=49}} e em que pela primeira vez em Portugal algumas mulheres são autorizadas a votar.<ref>O direito de voto tinha sido dado às mulheres portuguesas, pela primeira vez, em 1931,com o Decreto n.º 19.694 de 5 de maio, em que as mulheres eram admitidas a votar se possuidoras de curso especial, secundário ou superior, enquanto que ao homem era apenas exigido que não fossem analfabetos</ref> Esta foi a única Constituição Portuguesa a ser aprovada por sufrágio referendário. Num universo eleitoral de cerca de um milhão e trezentos mil eleitores, as abstenções e os votos em branco contaram como votos a favor e o número de “nãos” ficou-se por pouco mais de seis mil votos.{{sfn|Kay|1970|p=49}}
 
Com esta constituição, Salazar cria o Estado Novo, uma ditadura antiliberal, anticomunista, e antidemocrática<ref>{{citar livro|título=História de Portugal|ultimo=Tengarrinha|primeiro=José (editor)|editora=Editora da Unvirsidade do Sagrado Coração (EDUSC)|ano=2000|páginas=318|acessodata=}}</ref>que se orienta segundo os princípios conservadores autoritários: "Deus, Pátria e Família", trilogia que expõe durante pronunciamento por ocasião do décimo aniversário do [[golpe do 28 de Maio]] em [[Braga]] e que servirá de base à sua política. A nova constituição estabeleceu um estado corporativo, semelhante ao regime Austríaco de [[Engelbert Dollfuß]], inspirado na doutrina social da Igreja Católica, em particular nas encíclicas [[Rerum novarum]] e [[Quadragesimo anno]].{{sfn|Kay|1970|pp=22, 23, 50-51}} A pedra angular do sistema era o Presidente, eleito por sufrágio direto, para períodos de sete anos, e a quem era atribuído o poder arbitral de nomear um presidente do conselho onde, por sua vez, estavam totalmente concentrados os poderes executivos. A Assembleia Nacional tinha poderes legislativos mas com limitações, nomeadamente nos casos de leis que pudessem afectar as contas públicas. {{sfn|Kay|1970|pp=50-51}} Terminou assim o período da Ditadura Militar (1926-1933) e iniciou-se um novo período autoritário a que Salazar chamou o “Estado Novo”. O Parlamento, a quem Salazar atribuia as culpas do caos da Primeira República, fica quase vazio de poderes. Em teoria o país passa a estar organizado em [[corporação|corporações]] de nomeação e direcção estatal, articuladas numa [[Câmara Corporativa]] — era também um [[Corporativismo|Estado Corporativo]] (negação da luta de classes) e autoritário (há um partido único, a União Nacional, e uma polícia política).<ref>Rémond, René. "Les Droites en France, Paris, Aubier Montaigne (1982).</ref>
 
Mantendo as doutrinas coloniais que vingaram na Primeira República, [[Portugal]] afirmava-se como "um Estado pluricontinental e multirracial". Durante o Estado Novo, os presidentes da república, que foram regularmente eleitos por sufrágio universal até 1958, tinham na prática funções meramente cerimoniais. O detentor real do poder executivo era o presidente do Conselho de Ministros e era ele que dirigia os destinos de Portugal.