Isabel II de Espanha: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Isabel II, niña.jpg|thumb|left|Isabel II enquanto criança.]]
[[Rainha reinante|Rainha]] da [[Espanha]] foi coroada em 2 de outubro de [[1833]] e proclamada Rainha em 24 de outubro de 1833. Reinou até [[1868]], quando foi forçada a abdicar ou deposta em 30 de setembro de [[1868]] e se exilou em [[Paris]], [[França]], onde abdicou da coroa em [[25 de junho]] de [[1870]].
 
Foi declarada maior em [[1843]] aos 13 anos. Seu tio o infante [[Carlos Maria de Bourbon]], [[conde de Molina]], não aceitou a sua subida ao trono, invocando a antiga [[lei sálica]], pelo que reclamou o trono, iniciando a pretensão chamada [[carlista]] à coroa. Lançou o «Manifiesto de la gobernadora al país» em 4 de outubro de 1833, obra do político moderado [[Cea Bermúdez]] que deu início a nova etapa ministerial, para atrair o apoio da Inglaterra, que pretendia dirigir o mundo liberal, e da França, onde reinava Luís Filipe, rei constitucional, que reconheceram Isabel II. Mas Portugal e o reino das Duas Sicílias apoiaram Don Carlos. O papa [[Gregório XVI]], e as potências centro-europeias e a Rússia, guardaram reserva. O Ministério Cea Bermúdez caiu porque no interior do país o Manifesto não agradou; subiu [[Francisco Martínez de la Rosa]] que tentou satisfazer as exigências dos políticos liberais.
 
Em [[22 de abril]] de [[1834]] assinou-se o [[Tratado da Quádrupla Aliança (1834)|Tratado da Quádrupla Aliança]] entre [[Espanha]], [[Portugal]], [[Inglaterra]] e [[França]]. A Espanha foi ajudada por França e Portugal na 1ª guerra carlista contra o conde de Molina, Don Carlos (1833-1840) em que triunfaram os liberais no Convênio de Vergara, apesar da continuação da luta por Cabrera. Grande anarquia imperava, pedia-se a supressão dos conventos, e o chefe de Governo [[Juan Álvarez Mendizábal]] (de setembro de 1835 a maio de 1836) atendeu. Em [[1836]] subiram ao poder os moderados.
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Uma das características do reinado de Isabel II seriam os numerosos golpes militares. Houve sete anos somente de guerra carlista. A Rainha-mãe (regente até 1849 por disposição testamentária do pai, assessorada por Conselho de Governo integrado por um cardeal, nobres, militares e magistrados) renunciou [[1840]] em favor de [[Baldomero Espartero]].
Declarada maior pelas Cortes em novembro de [[1843]] aos 13 anos, Isabel II jurou a Constituição de [[1837]] que havia substituído a Constituição de Cádiz de 1812, sob o governo Calatrava. Ficou em vigor até [[1845]]. O primeiro Governo [[Ramón María Narváez|Narváez]] durou de maio de [[1844]] a fevereiro de [[1846]]. O eterno problema da sucessão perturbou a vida e o governo da Rainha. A escolha do marido foi influenciada pelas potências europeias. O candidato do rei francês [[Luís Filipe]] era um de seus muitos filhos; o de [[Leopoldo I]] da Bélgica, um sobrinho Coburgo. Isabel foi forçada ao pior candidato seu primo, o Infante Francisco de Assis. Houve enorme desgosto das Cortes, mas o casamento foi apoiado pela França, que ainda propôs que a Infante [[Luísa Fernanda]] simultaneamente casasse com o Príncipe Antônio de Bourbon-Orleans, Duque de Montpensier, quinto filho do rei Luís Filipe. A Áustria se inclinava por um filho do Infante D. Carlos, conde de Molina. A Inglaterra queria um Saxe-Coburgo, a Rainha mãe queria o Duque de Cádiz ou seu irmão caçula Henrique, Duque de Sevilha. Foi infelizmente descartado o Conde de Montemolín, segundo pretendente carlista ao trono, o que teria terminado o problema do carlismo. O marido de Isabela se mostrou mais interessado em suas próprias roupas rendadas do que na esposa. Corriam versos em Madri: "Isabelona, tan frescachona, y don Paquito, tan mariquito…"
 
[[Ficheiro:Isabella II of Spain in exile.jpg|thumb|left|Isabel II no exílio.]]
 
Isabel II afinal rodeou-se de grande quantidade de companheiros masculinos, decidida a que de qualquer modo haveria um herdeiro. Já com poucos dias de casados se haviam separado ostensivamente. A Rainha se dedicou a favoritos que preenchiam o vazio: o primeiro deve ter sido o belo general Serrano, feito depois Capitão Geral de Granada para o afastar da corte, depois de embolsar milhões do pecúlio privado da rainha; seguiram-se o atraente cantor José Mirall; um extravagante músico italiano, Temístocles Solera; o marquês de Bedmar, enviado depois de dois filhos natimortos como embaixador em São Petersburgo com a condecoração do Tosão de Ouro; o capitão José María Ruiz de Araña. O pai de Alfonso XII, segundo todos os cronistas, foi o jovem militar do Corpo de Engenheiros, Enrique Puigmoltó; depois, a rainha teve por amante o ribombante [[Miguel Tenorio de Castilla]], rico e culto andaluz que seria o pai de seus filhos Pilar, Paz, Eulalia e Francisco. Seguiram-se Tirso Obregón, tenor; em [[1867]], o próprio sobrinho do autoritário [[Ramón María Narváez|general Narváez]], Carlos Marfori, de quem mais se falou, posto que aparecia em público com a Rainha: era governador de Madri, intendente do palácio, Ministro do Ultramar. Tinha havido outros da guarda real que seguiam turno, segundo o capricho da Rainha. Com tudo isso, é óbvio que perdeu a popularidade, seu nome passou à imprensa (separam-se oficialmente apenas na França, em maio de [[1870]]). Em contraste, Luísa Fernanda e Montpensier produziam muito felizes grande quantidade de filhos.
 
[[Ficheiro:Queen Isabella II of Spain by Franz Xavier Winterhalter, 1852.jpg|thumb|Isabel II, em 1852. Próximo a sua filha Isabel, retratado por Francisco Xavier Winterhalter.]]
Montpensier tinha intenções quanto ao trono, conspirava sem cessar para colocar nele a esposa. Por se meter em assuntos de Estado, terminou exilado várias vezes durante o instável reinado de Isabel. A rainha, após quatro décadas, foi afinal deposta pelo povo em [[1868]]. A Revolução militar republicana de 17 de setembro de 1868 que os espanhóis chamaram ''[[La Gloriosa]]'' até pensara na Infanta Luísa para a coroa mas a Espanha se cansara da sorte instável do reino, de ter um monarca incapaz de restaurar a glória nacional. A vida de casada da Rainha era um desastre, alguns membros da família a combatiam abertamente. O seu foi um reino perturbado por intrigas, rumores de escândalos, perturbações civis, grande instabilidade política.
 
A família real foi exilada do país basco, onde veraneava, para a França, entrando em Pau no final de setembro de 1868, protegidos por Eugênia de Montijo. Em Paris, radicaram-sem Isabel II e seus filhos. Na atual Avenida Kleber número 19 ela comprou no mesmo ano a mansão que batizou "Palácio de Castela", antigo hotel particular do colecionador Basilewski, pagando cerca de dois milhões de francos. Ali se ergue o Hotel Majestic, comprado pelo Estado em 1939.
 
Renunciou ao trono em Paris em [[25 de junho]] de [[1870]] em favor do filho, o príncipe das Astúrias. Durante sete anos a Espanha havia tentado achar um sucessor para os Bourbons afastados. Poucos príncipes europeus se arriscaram. No final, os próprios políticos que a exilaram foram vê-la em Paris. Isabel II não podia obter restauração, mas seu único filho parecia a escolha adequada. Em [[1874]] o Príncipe das Astúrias recebeu a oferta do trono vago da mãe, ao qual ascenderia como [[Afonso XII]] em [[1875]]. Pela segunda vez em sete décadas os Bourbons eram restaurados.
 
Isabel, pouco popular na Espanha, continuou na França. Vivia em Paris com sua corte e seu favorito Marfori, antigo Ministro da Marinha, dando esplêndidas festas (nas quais se viu até o xá da [[Pérsia]]) e recebendo discretamente o marido, que pensionava. Viveu no final da vida com um sevilhano casado, José Ramiro de la Puente, capitão de artilharia, adido à embaixada espanhola. Quem geria a casa e sua vida era um judeu de origem húngara, José Haltmann{{carece fontes}}.
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== Ancestrais ==
{{ahnentafel top|width=100%|Ancestrais de Isabel II de Espanha<ref> {{citar web|url=http://www.antoniourdiales.es/urdiales/reyes/300.htm|título=Antepassados de Isabel II de España (La de los tristes destinos)|acessodata=30 de junho de 2019 }} </ref> }}
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* T. Aronson, ''I Borbone e la corona di Spagna'', Milano 1966.
* A. Drago, ''I Borbone di Spagna e Napoli'', Mondadori, Milano 1972.
 
 
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{{Commonscat|Isabella II of Spain}}
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{{NF|1830|1904|Isabel 02 de Espanzza}}
 
[[Categoria:Monarcas da Espanha]]
[[Categoria:Monarcas católicos romanos]]
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[[Categoria:Agraciados com a Rosa de Ouro]]
[[Categoria:Naturais de Madrid]]
[[Categoria:Cavaleiros da Ordem de Santiago]]