Filipe IV de Espanha: diferenças entre revisões

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== Vida ==
Nasceu em Valladolid e morreu em Madrid e teve os cognomes de ''o Gordo'', ''El Grande'', o ''Rei Planeta''. Foi, como Filipe III, rei de Portugal, de Nápoles, da Sicília, rei titular de Jerusalém, rei da Sardenha. Príncipe das Astúrias, aclamado rei de Espanha em [[31 de março]] de [[1621]] aos 16 anos. Rei dos Países Baixos, foi Duque de Milão, Conde da Borgonha e Conde de Charolais, Conde de Artois.
 
Reinou 44 anos. Envolvida em guerras, a Espanha teve momentos difíceis. No [[Brasil]], em [[1621]], favoreceu a divisão em dois Estados: o Estado do Brasil, com as capitanias ao sul do Rio Grande do Norte atual, e o Estado do Maranhão, do cabo São Roque à [[Amazónia]].
 
Entregue aos dez anos ao homem forte do reino, D. Gaspar Filipe de Guzmán, [[conde-duque de Olivares]], cuja queda aconteceria em [[17 de janeiro]] de [[1643]]. Adepto de política centralizadora e de submissão das províncias espanholas ao governo de Madrid, com Olivares aumentou o descontentamento de Portugal{{Carece de fontes|geo|si|data=setembro de 2010}}. Depois, seu valido até [[1661]] foi Luís de Haro, sobrinho de Olivares.
 
Em [[14 de julho]] de [[1619]] foi jurado príncipe de Portugal. No começo do reinado, chamou D. Gaspar de Guzmán, fez dele conde-duque de Olivares, seu Ministro e homem forte, em que depositava a maior confiança e a quem encomendou a administração. Os portugueses aceitaram de bom grado a demissão do [[marquês de Alenquer]], vice-rei de Portugal, substituindo-o por uma junta de três membros, composta do Conde de Basto, D. Nuno Álvares Portugal e o bispo de Coimbra. Promulgou decretos sobre bens da Coroa, sobre a fiscalização financeira, que feriam os interesses do povo e provocaram indignação; arrancou tributos, a título de subsídios voluntários, ameaçou fechar outra vez os Portos do Reino aos holandeses, medidas que contribuíram para a ruína de Portugal, que esperara lucrar com a atividade do novo ministro.
 
A trégua com as [[República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos|Províncias Unidas]] estava concluída, e a luta recomeçava, não muito desvantajosa, na [[Europa]], onde Spínola mantinha o prestígio das armas da Espanha.
 
As colónias portuguesas eram menos protegidas que as de Espanha. Em [[1623]], [[Ormuz]] caiu em poder dos persas auxiliados pelos ingleses; em [[1624]], os holandeses tomaram a [[Bahia]]; [[Macau]] e a [[Mina]] repeliram os holandeses, e a Bahia foi reconquistada em [[1625]] por uma forte esquadra que Olivares mandou aprestar. A França, porém, aliara-se aos protestantes da Alemanha, à Dinamarca e à Holanda, e um dos planos dos aliados era o enfraquecimento da Espanha pelos repetidos assaltos às suas colónias pelas esquadras holandesas. Olivares aumentou os impostos aos diversos reinos. Olivares de tal forma o oprimiu que o povo se revolucionou. Os governadores do reino, o [[Conde de Basto]] e [[D. Afonso Furtado de Mendonça]] protestaram contra os tributos e vexações. As ordens de Olivares tinham executores em [[Diogo Soares (secretário)|Diogo]], secretário do conselho de Portugal em Madrid, e no seu parente, Miguel de Vasconcelos, nomeado escrivão de fazenda e secretário de Estado de Portugal, quando a Duquesa de Mântua, parenta do rei, foi nomeada em [[1631]] vice-rainha de Portugal.
 
A política europeia estava marcada pela influência dos cardeais [[Mazarino]] e [[Richelieu]], que procuraram quebrar a hegemonia de Espanha na [[Europa]]. Neste período se reacendeu a guerra da Espanha com as Províncias Unidas. Apesar de todas as medidas de Filipe IV, o poderio da Holanda tornava-se cada vez maior, como o demonstra a criação da [[Companhia das Índias Ocidentais]] em [[1621]]. Não é de estranhar, portanto, o interesse dos holandeses pelo [[Brasil]], que levou à conquista da [[Bahia]] em [[1624]] e de [[Pernambuco]] em [[1630]]. Um pouco mais tarde, os Ingleses apoderaram-se também da ilha da [[Jamaica]].
 
Vasconcelos tornou-se impopular aos portugueses. Os impostos eram cada vez maiores. Olivares tivera a ideia de obrigar os portadores de títulos de divida publica a um empréstimo forçado, mandando que os tesoureiros das alfândegas retivessem um trimestre de juros aos portadores, a quem os pagavam. Com esta simplicidade entendia também Vasconcelos que se deviam cobrar os tributos. Em Évora ocorreram tumultos. O movimento propagou-se no Alentejo, Algarve, Porto e em alguns pontos do Minho.
 
=== Restauração de Portugal ===
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[[Ficheiro:Philip_IV_of_Spain.jpg|thumb|direita|''Retrato de Filipe IV''<br><small>Por [[Diego Velásquez]], 1656, [[National Gallery (Londres)|National Gallery]]</small>]]
O recrutamento de homens para auxiliar o exército espanhol na revolta da Catalunha e de parte da nobreza para acompanhar o rei nas Cortes de Aragão e Valência fora importante em Lisboa, facilitando a ação do pequeno grupo liderado pelo que seria D. João IV. Em [[1 de dezembro]] de [[1640]], um grupo denominado de ''[[Os Conjurados]]'' invadiu o Palácio da Ribeira, residência da [[Duquesa de Mântua]] e matou a tiros [[Miguel de Vasconcelos]], ao serviço dos espanhóis. É então consumada a [[Guerra da Restauração|Restauração do Reino]], acabando-se o poder da [[dinastia Filipina]] em [[Portugal]]. A notícia do sucedido chegou a [[Madrid]] sete dias após a sublevação, enquanto continuava uma revolta na Catalunha. A [[15 de dezembro]] de [[1640]], o [[Duque de Bragança]] foi aclamado publicamente [[D. João IV]], rei de Portugal.
 
Olivares foi substituído por D. Luís de Haro. Deram-se em seguida grandes batalhas, como as das Linhas de Elvas, do Ameixial, de Castelo Rodrigo, terminando a campanha. da Independência com a de Montes Claros, em 1665. Filipe faleceu nesse mesmo ano, pouco depois desta batalha.
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# [[Maria Teresa de Áustria (1638–1683)|Maria Teresa de Áustria]] (20 de Setembro de 1638 - 30 de Julho de 1683), casada com [[Luís XIV de França|Luís XIV]], rei de [[França]].
 
* Casou-se por segunda vez em Navalcarnero no outono de [[1649]] com sua sobrinha carnal (30 anos mais jovem) [[Maria Ana de Áustria, Rainha de Espanha|Mariana de Áustria]], filha do Imperador do Sacro Império Fernando III e da Infanta [[Maria Ana de Áustria, Rainha de Espanha|Maria Ana de Áustria]], sua irmã. Tinha sido noiva de seu filho o infante [[Baltasar Carlos, Príncipe das Astúrias|Baltasar Carlos]]. Tiveram cinco filhos dos quais três varões:
 
# [[Margarida Teresa de Habsburgo|Margarida Teresa de Áustria]] (12 de julho de 1651 - 12 de março de 1673)
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[[Categoria:Monarcas católicos romanos]]
[[Categoria:Naturais de Valladolid]]
[[Categoria:Cavaleiros da Ordem de Santiago]]