Carlota Joaquina de Bourbon: diferenças entre revisões

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É fato sabido que ela tinha um fetichismo confesso em relação aos sapatos:<blockquote>''Assim como alguns contam carneirinhos para dormir, há quem diga que Carlota contava sapatos. Carneirinhos aparentemente são iguais, sapatos existem tantos quantos propõe o imaginário. Haja tempo para dormir! Carlota tinha, sem exagero, dezenas de pares, onde destacavam-se os vermelhos e os de salto alto. Homem sábio este, porque, os estudiosos do assunto juram que a cor vermelha é a cor da sedução. Mas, certamente não levou isto tão a sério, já que os mesmos estudiosos ainda nos lembram que o vermelho é também a cor do poder e da dominação. Carlota com seu instinto aguçado aprendeu desde menina que os sapatos de salto alto e ainda vermelhos, eram muito poderosos. Como a cor possui uma intensa força de comunicação, a vaidosa Carlota preferia os vermelhos acima de qualquer outra cor e os usava - altos - impedindo que alguém esquecesse quem ela era. Como se fosse possível. Então, o vermelho da Imperatriz do Brasil evidencia sua posição, comanda atitudes, ordena aos que a rodeiam. Segundo os especialistas ainda, o vermelho também é uma cor erótica e, talvez seja a mensagem de cor mais direta que se pode enviar, paixão e poder são claramente comunicados. Viajantes, surpreendiam-se com a quantidade de sapatarias existentes no Rio de Janeiro - capital do Império Português na América - repletas de trabalhadores nesta cidade onde, de cada seis habitantes, cinco andavam descalços. Mais ainda, ao observarem que as senhoras brasileiras, usavam sapatos de seda para andar em qualquer tempo nas calçadas de pedras desniveladas e mal cuidadas, esgarçando em pouco tempo o delicado tecido do calçado. Não esquecendo que naquele momento, também este tecido era tido como erótico conseqüentemente, os sapatos confeccionados com ele, representavam peças insinuantes. Assim, as senhoras também tinham objetos que por elas falavam. Apesar dos extremos das cores, as senhoras da Corte tinham sua munição e com ela comunicavam suas intenções, esperado serem admiradas como mulheres desejáveis, sem apelos diretos, que podiam estar sendo compreendidos como ameaçadores à sua posição de “senhora” numa sociedade patriarcal como da época, bem como de enfrentamento à Carlota.''<ref>{{citar web|url=http://www.sjonline.com.br/content/view/1083/116/|título='''Os sapatos de Carlota''' - por Cláudia Kiewel}}</ref></blockquote>Viveu alguns anos afastada da política, sempre separada de seu marido, que então já havia sido aclamado Rei, por ter falecido D. [[Maria I de Portugal|Maria I]] em 1816, até que a [[Revolução do Porto]] em 1820, que trouxe para a Europa a família real, pôs novamente em evidência a rainha, reunindo algum tempo os esposos.
 
=== Retorno àa Portugal, conspirações e morte ===
[[Imagem:DomJoao6 CarlotaJoaquina.jpg|thumb|left|''João VI e Carlota Joaquina'']]
 
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[[Imagem:Carlota Joaquina de Borbón (Museo del Prado).jpg|thumb|rigth|Rainha viúva, por Luis de la Cruz, [[Museu do Prado]], {{ca.}} 1826.]]
 
A 10 de março de 1826 D. João VI faleceu, no [[Palácio da Bemposta]], D. João VI, tendo previamente nomeado regência presidida por sua filha, a infanta D. Isabel Maria, e composta do cardeal patriarca, [[Duque de Cadaval]], [[Marquês de Valada]], [[Conde dos Arcos]] e os seus ministros de Estado.
 
Instituíra uma ordem exclusivamente destinada às senhoras, com a autorização do príncipe regente, seu marido, por decreto de 4 de novembro de 1801, com a designação de ''[[Ordem das Damas Nobres de Santa Isabel]]'', cujos estatutos foram confirmados pelo alvará de 25 de abril de 1804.<ref>[http://books.google.pt/books?id=yqZVAAAAcAAJ&pg=PR36&lpg=PR36&dq=%22Ordem+das+Damas+Nobres+de+Santa+Isabel%22&source=bl&ots=fAW6EHdnmQ&sig=p3SlOjHy3jdJSFYbmiITOMqrRhM&hl=pt-PT&sa=X&ei=IKhoU5fjFquR0QXL3ICoDg&ved=0CE8Q6AEwBQ#v=onepage&q=%22Ordem%20das%20Damas%20Nobres%20de%20Santa%20Isabel%22&f=false Resenha das familias titulares do reino de Portugal, por João Carlos Feo Cardozo de Castello Branco e Torres, Manuel de Castro Pereira de Mesquita, Imprensa Nacional, Lisboa, 1838, pág. 36]</ref>