Batalha de Poitiers (732): diferenças entre revisões

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A '''Batalha de Poitiers''', também conhecida como '''Batalha de Tours''', travou-se entre o exército do [[Reino Franco]], liderados por [[Carlos Martel]] — prefeito do palácio de Paris, da dinastia [[Dinastia carolíngia|Carolíngia]], governante ''[[de facto]]'' do reino — e os [[mouros]], do exército do [[al-Andalus]], liderado por [[Abdal Ramane ibne Abdalá Algafequi|Algafequi]], governante de [[Córdova (Espanha)|Córdova]] sob domínio do Califado Omíada de Damasco, entre 25 e 26 de [[outubro]] de [[732]].<ref name="HV">{{Citar web |url=http://www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/a_batalha_de_poitiers_barrou_uma_invasao_arabe__falso_.html |título=Batalha de Poitiers barrou uma invasão árabe. FALSO! |obra=História Viva |data= |acessodata=29 de fevereiro de 2016}}</ref>
 
Esta batalha é citada como sendo o marco do final da [[invasão muçulmana da Península Ibérica|expansão muçulmana]] na [[Europa medieval]]. O exército [[francos|franco]] postou-se junto à cidade de [[Tours]], para sua defesa. O ataque [[Islão|muçulmano]] foi rechaçado, com a morte de seu comandante, junto à cidade de [[Poitiers]].
O exército [[francos|franco]] postou-se junto à cidade de [[Tours]], para sua defesa. O ataque [[Islão|muçulmano]] foi rechaçado, com a morte de seu comandante, junto à cidade de [[Poitiers]].
 
== Importância ==
O [[emirado]] de [[Córdoba (Espanha)|Córdoba]] havia invadido anteriormente a [[Gália]], tendo sido parado no seu avanço mais ao norte na [[Batalha de Tolosa (721)|Batalha de Tolosa]], em 721. O herói do evento, que é menos celebrado, foi [[Odo, o Grande]], duque da [[Aquitânia]], que não foi o progenitor de uma estirpe de reis nem patrono dos cronistas.
 
Embora Odo tivesse derrotado os invasores [[muçulmanos]] antes, quando eles retornaram as coisas estavam muito diferentes, com a chegada nesse ínterim de um novo [[califado de Córdoba|emir de Córdoba]], [[Abdal Ramane ibne Abdalá Algafequi|Abdal Ramane Algafequi]], que trouxe, com ele, uma grande força de cavaleiros [[árabes]] e [[berberes]], dando início à grande invasão. Algafequi havia estado em Toulouse e as crônicas árabes deixam claro que ele se opôs fortemente à decisão do [[emir]] de não assegurar as defesas externas contra uma força de socorro, o que permitiu a Odo e sua infantaria atacar sem piedade antes que a cavalaria islâmica pudesse estar preparada. Algafequi não tinha a intenção de permitir outro desastre. Desta vez, os cavaleiros islâmicos estavam prontos para a batalha e os resultados foram terríveis para os aquitanos. Odo, o herói de Toulouse, foi duramente derrotado na invasão muçulmana de 732, na batalha do [[rio Garona]] - onde os cronistas ocidentais declaram que "só Deus sabe o número de mortos" - e a cidade de [[Bordéus]] foi saqueada. Odo fugiu ao encontro de Carlos em busca de ajuda, que, por sua vez, concordou em ir em seu resgate, desde que ele e sua casa fossem reconhecidos como seus soberanos - o que Odo fez oficialmente e de imediato. Assim, Odo desapareceu na história enquanto Carlos Martel despontou. Pragmático, Carlos formou o flanco direito de suas forças em [[Tours]] com seu antigo inimigo, Odo, e seus nobres aquitanianos.
 
A [[batalha de Tours]] deu, a Carlos, o [[cognome]] "Martel", pela crueldade com que ele batia seus inimigos com sua arma de escolha, o martelo de guerra. Muitos historiadores, incluindo o grande historiador militar ''sir'' Edward Creasy, acreditam que, tivesse ele fracassado em Tours, o [[Islã]] provavelmente teria invadido a Gália e, talvez, o restante da Europa cristã ocidental. [[Edward Gibbon]] acredita claramente que os muçulmanos teriam conquistado de [[Roma]] ao [[rio Reno]] e até mesmo a [[Inglaterra]] com facilidade, caso Carlos Martel não vencesse. Creasy diz que "a grande vitória obtida por Carlos Martel...Martel… deteve decisivamente o avanço árabe na conquista da Europa Ocidental, salvando a cristandade do Islã, [e] preservando as relíquias da [[Antiguidade]] e as origens da civilização moderna". Para Gibbon, o fato de a cristandade depender dessa batalha é ecoado por outros historiadores incluindo William E. Watson e era muito popular em [[historiografia]]. Ficou um pouco fora de moda no [[século XX]], quando historiadores como Bernard Lewis sustentaram que os árabes não tinham grandes intenções em ocupar o norte da [[França]]. Não obstante, muitos historiadores em tempos recentes tendem novamente a ver a batalha de Tours como um evento bastante significativo na história da Europa e da cristandade.
 
Atualmente, Matthew Bennett e seus coautores de "''Fighting Techniques of the Medieval World''" ("Técnicas de Ataque do Mundo Medieval"), publicado em 2005, argumenta que "poucas batalhas são lembradas depois de mil anos depois de disputadas... mas a Batalha de Poitiers (Tours) é uma exceção. Carlos Martel fez retroceder uma invasão muçulmana que, se não fosse evitada, talvez tivesse conquistado a [[Gália]]". Michael Grant, autor de "''History of Rome''", dá, à Batalha de Tours, tal importância que ele a lista entre as principais datas históricas da era romana.