Paradigma: diferenças entre revisões

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'''Paradigma''' (do [[latim tardio]] ''paradigma'', do [[língua grega|grego]] παράδειγμα, derivado de παραδείκνυμι «mostrar, apresentar, confrontar») é um conceito das [[ciências]] e da [[epistemologia]] (a teoria do conhecimento) que define um exemplo típico ou modelo de algo. É a representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto [[Filosofia|filosófico]], matriz, ou seja, uma [[teoria]], um conhecimento que origina o estudo de um [[Ciência|campo científico]]; uma realização científica com [[método]]s e [[valor]]es que são concebidos como [[Modelo científico|modelo]]; uma referência inicial como base de [[Padrão|modelo]] para estudos e [[pesquisa]]s.
 
O conceito originalmente era específico da [[gramática]], em 1900 o [[Merriam-Webster]] definia o seu uso apenas nesse contexto, ou da [[retórica]], para se referir a uma parábola ou uma fábula. Em [[lingüística]], [[Ferdinand de Saussure]] (1857 - 1913), utiliza o termo paradigma para se referir a um tipo específicioespecífico de relação estrutural entre elementos da linguagem.
 
[[Thomas Kuhn]] (1922-1996) , físico célebre por suas contribuições à história e filosofia da ciência, em especial do processo que leva à evolução do desenvolvimento científico, designou como paradigmáticas as realizações científicas que geram modelos que, por períodos mais ou menos longos e de modo mais ou menos explícito, orientam o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da solução para os problemas por elas suscitados<ref>{{Citar livro|url=http://worldcat.org/oclc/923761021|título=Filosofia da ciência de Thomas Kuhn : conceitos de racionalidade científica.|ultimo=Laskowski.|primeiro=Tozzini, Daniel|data=2000|editora=Editora Atlas S.A|isbn=9788522488995|oclc=923761021}}</ref>.
 
Em seu livro a ''[[Estrutura das Revoluções Científicas]]'' (1962)<ref>Kuhn, Thomas. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1978. - [http://books.google.com.br/books?id=xnjS401VuFMC&printsec=frontcover&dq=thomas+kuhn&hl=pt-BR&ei=-ZQ4TujRNqnZ0QG9zNzYAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCkQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false Google Books] <small>Aug. 2011</small> </ref> apresenta a concepção de que "um paradigma, é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em pessoas que partilham um paradigma", e define "o estudo dos paradigmas como o que prepara basicamente o estudante para ser membro da comunidade científica na qual atuará mais tarde".
 
Hoisel, (1998, )<ref>Hoisel B. Anais de um Simpósio Imaginário SP, Editora Palas Athena, 1998 ISBN 85-7242-022-3</ref>, autor de um ensaio ficcional que aborda como a ciência haveria de se encontrar em 2008, chama atenção para o aspecto relativo da definição de paradigma, observando que enquanto o termo é relacionado a uma constelação de pressupostos e crenças, escalas de valores, técnicas e conceitos compartilhados pelos membros de uma determinada comunidade científica num determinado momento histórico, é também simultaneamente um conjunto dos procedimentos consagrados, capazes de condenar e excluir indivíduos de suas comunidades de pares. Nos mostra como este pode ser compreendido como um conjunto de "vícios" de pensamento e bloqueios lógico-metafísicos que obrigam os cientistas de uma determinada época a permanecer confinados ao âmbito do que definiram como seu universo de estudo e seu respectivo espectro de conclusões ardentemente admitidas como plausíveis.
 
Em seu livro ''Anais de um simpósio imaginário'', Hoisel destaca ainda que uma outra conseqüência da adoção irrestrita de um paradigma é o estabelecimento de formas específicas de questionar a natureza, limitando e condicionando previamente as respostas que esta nos fornecerá, um alerta que já nos foi dado pelo físico [[Werner Karl Heisenberg|Heisenberg]] quando mostrou que, nos experimentos científicos o que vemos não é a natureza em si, mas a natureza submetida ao nosso modo peculiar de interrogá-la.