Correntes do anarquismo: diferenças entre revisões

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[[Daniel Guérin]] considerou duas correntes, o anarquismo individualista e o anarquismo social, ainda que negando possíveis contradições entre essas correntes.{{Sfn|Guérin|1968|p=12}} [[Peter Marshall (historiador)|Peter Marshall]], assim como Guérin, afirmou que as diferenças fundamentais entre os anarquistas se expressam nas correntes do anarquismo individualista e do anarquismo social; para ele, os primeiros "veem o perigo da cooperação obrigatória e preocupam-se que uma sociedade coletivista possa conduzir à tirania do grupo", enquanto os segundos "preocupam-se que uma sociedade de individualistas possa tornar-se atomizada e que o espírito de competição possa acabar com o apoio mútuo e a solidariedade geral".{{Sfn|Marshall|2010|p=6-9}}
 
Iain McKay, autor de ''[[An Anarchist FAQ]]'', discutiu de maneira bastante aprofundada os debates anarquistas e chegou em algumas correntes fundamentais. Para ele, assim como para Guérin e Marshall, haveria uma divisão fundamental entre anarquismo individualista, representado por autores como Stirner e [[Benjamin Tucker|Tucker]], e o anarquismo social, representado por autores como Bakunin e Kropotkin.{{Sfn|McKay|2008|p=58-77}} Para McKay, haveria basicamente duas diferenças entre esses "dois tipos de anarquismo": aquelas relativas à estratégia — com os primeiros priorizando a educação e a propaganda e os segundos priorizando as intervenções econômicas e políticas na busca por uma revolução — e aquelas relativas à economia dade uma possível sociedade futura baseada nos princípios libertários — com os primeiros defendendo um mercado anticapitalista e os segundos um socialismo sem mercado —; podendo ser definidas, dentro do anarquismo social, algumas correntes internas, como o mutualismo, coletivismo, comunismo e sindicalismo, todas definidas de acordo com Nettlau e Woodcock.{{Sfn|McKay|2008|p=58-77}} O autor ainda aponta outras correntes: o anarquismo verde, com foco nas preocupações ambientais; o anarcoprimitivismo, baseado na obra de [[John Zerzan]]; o anarquismo pacifista, definido da mesma forma que Woodcock, e identificado de certa maneira com o anarquismo religioso; o anarcafeminismo, definido pela prática de mulheres feministas que atuam entre os movimentos anarquistas para sustentar a bandeira das lutas de gênero; o anarquismo cultural, que prioriza a intervenção social por meio das artes, da música, da literatura, do teatro e da educação em relação às intervenções políticas e econômicas; e por fim o anarquismo sem adjetivos, definido a partir das propostas de um modelo flexível de organização anarquista.{{Sfn|McKay|2008|p=58-77}}
 
De modo geral, esses autores e muitos outros estudiosos do anarquismo, em suas tentativas de estabelecer as corrente anarquistas, utilizaram como critérios a distribuição dos produtos do trabalho em uma sociedade baseada em princípios libertários, subsidiando uma distinção entre coletivistas e comunistas; as estratégias de luta, sendo o caráter das intervenções anarquista o elemento que constituiria as bases para o estabelecimento das correntes anarcossindicalista, sindicalista revolucionária, cultural, pacífica ou violenta; e critérios de ordem político-filosófica, como as posições em relação ao espiritualismo ou à religião, além de critérios como a posição em relação às lutas ecológicas, de gênero e a defesa da liberdade individual.{{Sfn|Côrrea|2012|p=190}}