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'''CIBERLITERATURA'''
Termo ainda mal fixado na acepção que encerra, tal como [[ciberarte]]. Muitas vezes a raiz ''ciber'' é associada em sentido lato a [[ciberespaço]] e portanto abrangendo toda a manifestação literária circulante nesse domínio; nesta acepção será mais apropriado o termo, já em uso, de [[webliteratura]] e de [[webarte]]. Numa acepção mais restrita, '''ciberliteratura''' implica a raíz ''ciber'' ligada à sua origem etimológica grega (Κυβερνήτης: significando condutor, governador, piloto) ou seja, respeitante à automação e à [[cibernética]]. Segundo Pedro Barbosa, em ''A Ciberliteratura – criação literária e computador'' (19951996), o termo '''ciberliteratura''' é proposto para designar um género literário em que o computador é utilizado criativamente como uma "máquina semiótica manipuladora de sinais". O mesmo conceito é adoptado no portal da Electronic Literature Organization (http://directory.eliterature.org). Após os experimentos pontuais de Theo Lutz, Couffignal e Balestrini, os primeiros livros em suporte papel inteiramente publicados como resultado de literatura gerada em computador foram ''Poemas V2'', de Angel Carmona (Espanha, 1976) e ''Autopoemas gerados em computador'', de Pedro Barbosa (Portugal, 1977). Trata-se de [[literatura]] programada em que o algoritmo gera um padrão textual (texto-matriz) e o computador explora o infinito campo de possíveis aberto potencialmente por essa estrutura literária. Daí que outras designações, em diferentes países, concorram para designar um procedimento literário similar: [[literatura potencial]], [[infoliteratura]], [[literatura algorítmica]], [[texto automático]] ou [[literatura generativa]]. Alain Vuillemin no seu livro ''Littérature et Informatique'' (1996) propôs em França o termo LGO (sigla francesa de LGC: Literatura Gerada por Computador) para designar globalmente todo este tipo novo de criação literária. Na verdade o procedimento textual usado cria uma cisão entre algoritmo criativo e os textos gerados ou a gerar, daí o seu carácter virtual. No âmbito da literatura portuguesa, poderá citar-se ''Teoria do Homem Sentado'' (1996) e ''Motor Textual'' (2001), ambas de Pedro Barbosa, como exemplo de primeiras obras virtuais em suporte digital dinâmico publicadas na linha desta tendência generativista. Mais recentemente, outros autores como Rui Torres (com ''Amor de Clarice'', 2006) vêm desenvolvendo o seu trabalho em [[literatura programada]] associando à generatividade de base componentes fortemente multimédia e interactivos que os situam numa continuidade renovada da poesia sonora e visual animada por computador. Contudo, a maioria das produções estéticas elaboradas neste domínio são directamente lançadas na Web e aí divulgadas nas respectivas línguas, o que se traduz numa enorme diversidade babélica de experiências criativas ainda difíceis de sistematizar, porque em pleno processo evolutivo.
Para informação mais ampla e pormenorizada sugere-se a consulta dos seguintes portais: