Francisco Xavier: diferenças entre revisões

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'''São Francisco Xavier''', nascido '''Francisco de Jasso Azpilicueta Atondo y Aznáres''' ([[Xavier]], {{dtlink|lang=pt|7|4|1506}} — [[Sanchoão]], {{dtlink |lang=pt|3|12|1552}}), foi um missionário católico do [[padroado português]] e apóstolo [[Reino de Navarra|navarro]] ([[Bascos|basco-navarro]]). Pioneiro e cofundador da [[Companhia de Jesus]]. A [[Igreja Católica Romana]] considera que tenha convertido mais pessoas ao [[Cristianismo]] do que qualquer outro missionário desde [[Paulo de Tarso|São Paulo]], merecendo o [[epíteto]] de "Apóstolo do Oriente". Ele exerceuExerceu a sua actividade missionária no Oriente, especialmente na [[Estado da Índia|Índia Portuguesa]] e no [[Japão]]. É o [[padroeiro]] dos [[missionário]]s, da Diocese de [[Registro (São Paulo)|Registro (SP)]], também um dos padroeiros da [[Diocese de Macau]] e é compatrono de Navarra juntamente com São [[Firmino de Amiens]].
 
Foi beatificado, com o nome Francisco de Xavier pelo {{lknb|Papa Paulo|V}} a 25 de outubro de 1619 e canonizado pelo {{lknb |Papa Gregório|XV}} a 12 de março de 1622, em simultâneo com [[Inácio de Loyola]]. Em 14 de dezembro de 1927 o {{lknb|Papa Pio|XI}} proclamou Francisco Xavier, juntamente com [[Teresa de Lisieux|Santa Teresinha do Menino Jesus]], padroeiro universal das [[Missão no Cristianismo |missões]]. O seu dia festivo é 3 de dezembro.
 
== Infância, juventude e início da vida religiosa ==
[[Imagem:Castillo javier.jpg|thumb|left|O [[Castelo de Xavier|castelo da família]] em [[Xavier]], província de [[Navarra]], mais tarde adquirido e recuperado pela [[Companhia de Jesus]]]]
Francisco Xavier nasceu no [[Castelo de Xavier|castelo da família]] em [[Xavier]], no [[Reino de Navarra]], a 7 de abril de 1506, segundo o registo mantido pela sua família. Filho de famílias aristocráticas navarras, era o filho mais novo de Juan de Jasso (ministro de Finanças da corte do Rei {{Lknb|João|III||de Navarra}}) e de María Azpilcueta y Aznárez, senhora dos palácios e vilas de Azpilcueta e de Xavier, única herdeira de duas famílias nobres bascas de Navarra. O seu nome é correctamente escrito Francisco de Xavier e não Francisco Xavier, já que Xavier provém do nome da terra da qual a família é originária. Nem Francisco Javier, já que essa é a grafia castelhana. Além disso, Francisco de Xavier desempenhou o seu apostolado em território português e essa é a pronúncia portuguesa da mesma palavra.<ref>[http://www.jesuites.com/2012/01/saint-francois-xavier-sj/#navarre Saint François Xavier sj (1506 – 3 déc. 1552)] {{fr}} {{citação|(traduzida): "Xavier é atualmente um prenome. Originalmente era o nome de uma localidade. A ortografia levou muito tempo para finalmente resolver colocar nos mapas turísticos o nome de "Javier" (foi "Saviero", "Xabier", "Xavier", etc). O castelo em Javier foi dado no século XIII por [[Teobaldo I de Navarra|Teobaldo&nbsp; IV]], [[Condado de Champanhe|Conde de Champagne]] aos antepassados de Francisco, os ''Azpilcueta'', em reconhecimento aos serviços prestados. O sobrenome ''Azpilcueta'' foi retirado do nome da mãe de Francisco, quando esta casou-se com Dom Juan de Jasso, o ministro de Finanças do rei de Navarra, que fez incluir no nome do pai de Francisco, o sobrenome "Xavier" de seu brasão de família. Esta outorga, porém, foi acompanhada de uma cláusula: que o último filho de Don Juan e Maria herdasse o título "Xavier". O último filho foi Francisco e e por isso que ele se chamou "Francisco de Xavier". Com o passar do tempo, Francisco de Xavier passou a ser Francisco Xavier."}}</ref>
 
Em 1512, tropas [[Reino de Castela |castelhanas]] e [[Aragão |aragonesas]], comandadas por Fadrique Álvarez de Toledo, 2.º [[Duque de Alba]], atacam o Reino de Navarra. A família de Francisco está do lado da resistência ao invasor estrangeiro, mas a conquista consolida-se em 1515, quando Francisco tem oito anos. Depois de uma tentativa de reconquista franco-navarra em 1516, na qual os irmãos de Francisco tomam parte, a muralha, os portões e duas torres do castelo da família são destruídos, assim como o fosso que é tapado, a altura da torre de menagem reduzida para metade e as propriedades da família confiscadas. Só a residência da família dentro do castelo é poupada. Os irmãos de Francisco são encarcerados nas masmorras e condenados à morte, tendo no entanto obtido uma amnistia e sido libertados.
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No Colégio de Santa Bárbara, Francisco de Xavier foi preparado para prestar provas de admissão à universidade, completando estudos em filosofia, literatura e humanidades. É ainda aqui, que aprende a dominar as línguas francesa, italiana e alemã. É lá que vive todo o período que passa em [[Paris]], primeiro como aluno e mais tarde como professor de filosofia do Colégio de Beauvais. Consta que terá feito grande sucesso entre os colegas por ser um rapaz muito inteligente, de espírito vivo e conversa fácil, bem constituído e bonito. Há relatos de que numa competição entre estudantes na ilha do rio Sena ter-se-á consagrado como campeão do salto em altura.
 
É neste período que conhece [[Inácio de Loyola]], que sonhava formar uma companhia de apóstolos para a defesa e propagação do [[cristianismo]] no mundo. No início a relação entre Inácio e Francisco Xavier não era nada fácil,{{Efn | Posteriormente Inácio chegou a afirmar que Francisco Xavier fora "a argila mais rebelde que teve a oportunidade de moldar"<ref name = Senhor>[http://www.30giorni.it/articoli_id_10440_l6.htm É o Senhor quem faz a diferença], acesso em 7 de abril de 2013)</ref>.}} pois os dois tinham objetivos antagônicos{{Efn | Francisco Xavier sonhava em se tornar um intelectual, um jurista ou um homem de armas para obter uma posição de relevo em cidade natal, e elevar o status social de sua família, humilhada por batalhas políticas<ref name = Senhor />.}} mas Inácio convenceu Francisco Xavier com a seguinte frase: "De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma?" (Mc 8, 36),{{Efn | Trata-se de uma frase pronunciada por [[Jesus]], à qual Inácio acrescentou que: "Ao passo que, perdendo a vida no seguimento de Cristo, o homem se tornará rico em Cristo…"<ref name = Senhor />}} que Francisco Xavier adotou como lema. Francisco Xavier aceita participar de [[exercícios espirituais inacianos|exercícios espirituais]] orientados por Inácio e depois torna-se um dos cofundadores da [[Companhia de Jesus]].<ref>[http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Os%20Santos%20do%20Dia/Santos%20do%20M%C3%AAs%20de%20Dezembro/03-12%20S%C3%A3o%20Francisco%20Xavier%20%20.htm São Francisco Xavier, Confessor], acesso em 077 de abril de 2013.</ref><ref name = Senhor />
 
No dia 15 de agosto de 1534,<ref>[http://miguelservetinvestigacion.com/jesuitas.html Miguel Servet Pesquisa]. Manuscrito da Universidade de Paris que mostra seis dos sete jesuítas originais, e Miguel de Villanueva ("Servet")</ref> [[Inácio de Loyola]], junto com Francisco Xavier, [[Pedro Fabro]], [[Alfonso Salmeron]], [[Diego Laynez]], [[Nicolau Bobedilla]] e [[Simão Rodrigues]], fizeram [[Conselhos evangélicos |votos]] de castidade e pobreza na Capela de Saint-Denis, em Montmartre, Paris, colocando-se aà disposição do [[papa]], para serem enviados aonde houver maior necessidade, e desse modo estavam fundando, ainda sem saber, a [[Companhia de Jesus]],<ref>[http://www.clfc.puc-rio.br/artigo_peramon35.html Pobreza, castidade e obediência] {{Wayback|url=http://www.clfc.puc-rio.br/artigo_peramon35.html |date= 20130118085350 }}, acesso em 07 de abril de 2013.</ref> congregação religiosa destinada ao ensino, à conversão e à [[caridade]].
 
Enquanto anseia o reconhecimento do papa, que só acontecerá em 1541, o grupo parte para Veneza com o objectivo de alcançar a Terra Santa. É aí, a 24 de Junho de 1537, que Francisco de Xavier é ordenado padre. Não chegando a pisar a Terra Santa em virtude da guerra entre venezianos e turcos, o grupo parte para [[Roma]], onde Francisco serve por um breve período.
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É aí que decide regressar à Índia. Nessa viagem, uma tempestade força-o a parar numa ilha perto de Cantão, na China, onde já estivera. Encontra assim o rico [[mercador]] [[Diogo Pereira]], um velho amigo de [[Cochim]], que lhe mostra uma carta proveniente de portugueses mantidos prisioneiros em Cantão, pedindo um [[embaixador]] português que intercedesse a seu favor junto do Imperador.
 
Mais tarde durante a viagem, pára de novo em Malaca em 27 de Dezembrodezembro de 1551 e estava de volta a Goa em Janeirojaneiro de 1552.
 
É emEm 17 de Abril queabril parte com Diogo Pereira a bordo da nau ''Santa Cruz'', a caminho da China. Apresenta-se como representante da cristandade e Pereira como embaixador do Rei de Portugal. É pouco depois que se apercebe que se esquecera das suas certidões que o confirmavam como representante da [[Igreja Católica]] na [[Ásia]]. De novo em Malaca, é confrontado pelo Capitão [[Álvaro de Ataíde de Gama]] que tinha agora controlo total do porto e se recusa a reconhecê-lo como representante da Igreja Católica e que exige a Pereira que resigne ao seu título de embaixador. O Capitão nomeia então uma nova tripulação para a nau e ordena que os presentes para o Imperador sejam deixados em Malaca.
 
De volta a Goa, Xavier não baixou os braços, ocupando-se em enviar para várias regiões da Índia os muitos grupos de novos jesuítas recém-chegados à Índia, com o objectivo de fundarem missões. Ocupou-se também com a direcção do Colégio de São Paulo em Goa, que formava catequistas e padres asiáticos, promovendo ainda a tradução de livros religiosos para as línguas locais.
 
Apesar da intensa actividade, Francisco Xavier acalentava o sonho de ir missionar na [[China]], onde era proibida a entrada de estrangeiros. Parte a 14 de Abril de 1552, convencido de que conseguiria infiltrar-se secretamente e cativar chineses para o cristianismo. Desembarcou na ilha de [[Sanchoão]] e, quando se encontrava em negociações com um mercador chinês que prometera levá-lo consigo, foi atacado por febres violentas.