Espírito Santo (estado): diferenças entre revisões

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[[Imagem:Debret-djoãoVI-MHN.jpg|thumb|upright|[[João VI de Portugal|Dom João VI]].]]
 
Em 1797, o regente [[João VI de Portugal|D. João]] dirigiu-se ao [[Lista de governadores da Bahia|governador da Bahia]] nesses termos: {{Citação2|quotetext=Sendo-me devido em particular o reanimar a quase extinta [[capitania do Espírito Santo]], confiada até agora a ignorantes e pouco zelosos [[capitão-mor|capitães-mores]], fui servido nomear para a mesma governador particular, que ora vos fica subalterno, e escolher um nome de conhecidas luzes e préstimo na pessoa do [[capitão- de- fragata]] Antônio Pires da Silva Pontes.<ref>{{citar web|url=http://www.ape.es.gov.br/pdf/Livro_Historia_ES.pdf|titulo=História do Espírito Santo|autor=OLIVEIRA, José Teixeira de|data=2008|publicado=Site Oficial do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo|paginas=231|acessodata=19 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130903063441/http://www.ape.es.gov.br/pdf/Livro_Historia_ES.pdf|arquivodata=2013-09-03|urlmorta=yes}}</ref>|personquoted=Dom João VI}}
 
O novo governador assumiu o cargo em 29 de março de 1800. A obra de recuperação teve como objetivo principal melhores comunicações com a de [[Minas Gerais]]. Em 8 de outubro do mesmo ano, Silva Pontes assinou o auto, conjuntamente com o representante do governo de Minas, que regulou a cobrança de impostos entre as duas capitanias. Interessou-se também pela navegação do [[rio Doce]], por abertura de estradas, pela ampliação dos cultivos e pelo povoamento da terra.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 40" /> Em 1810 a capitania tornou-se autônoma em relação à [[Bahia]], e passou a depender diretamente do governo-geral. Governou na época [[Manuel Vieira de Albuquerque Tovar]], que não se afastou do programa de Silva Pontes. Deu o nome de Linhares às antigas ruínas da aldeia de Coutins.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 40" />
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Em 1846 fundou-se a colônia de Santa Isabel (Campinho) com imigrantes alemães de [[Hunsrück]] e em 1855 uma sociedade particular — depois encampada pelo governo — criou a colônia do Rio Novo com [[família]]s [[suíça]]s, [[Alemanha|alemãs]], [[Países Baixos|holandesas]] e [[Portugal|portuguesas]]. Entre 1856 e 1862 houve considerável afluência de imigrantes alemães para a colônia de [[Santa Leopoldina]], que tinha por sede o [[porto]] de [[Cachoeiro de Itapemirim]], no [[rio Itapemirim]], a cinquenta quilômetros da foz, no sul do estado.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 41" /> Rapidamente as antigas áreas de pastoreio pontilharam-se de pequenos [[Fazenda|estabelecimentos agrícolas]], que demonstraram grande força expansiva. As colônias de Santa Isabel e Santa Leopoldina,por exemplo, criaram desdobramenros através de todo o planalto, entre os rios [[Rio Jucu|Jucu]] e [[Rio Santa Maria da Vitória|Santa Maria]], e mais tarde atravessaram o [[Rio Doce (Minas Gerais)|rio Doce]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 41" />
 
No processo de colonização enfrentaram os imigrantes, a par de outras dificuldades, o sério problema indígena na região do [[Rio Doce (Minas Gerais)|rio Doce]]. Malgrado os esforços de aldeamento e as tentativas de utilização de sua mão- de- obra, sucediam-se os choques com os colonos,<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 41" /> e chegou mesmo a verificar-se grave contenda entre índios e moradores de [[Cachoeiro de Itapemirim]],<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 41" /> como elevado número de mortos e feridos, em 1825. Duas décadas depois, o comendador e futuro [[barão de Itapemirim]], [[Joaquim Marcelino da Silva Lima]], ainda tentou organizar um grande aldeamento à base de terras devolutas.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 41" />
 
===Século XIX ===
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No final do {{séc|XIX}}, os capixabas, sobretudo a intelectualidade, aderiram ao [[Abolicionismo no Brasil|movimento abolicionista]]. A exemplo do que aconteceu nas demais [[província]]s, surgiram associações ligadas à emancipação, como a Sociedade Abolicionista do Espírito Santo (1869) ao lado de acirrada campanha jornalística e parlamentar. No próprio edifício da Câmara Municipal de Vitória fundou-se uma sociedade libertadora (1883). Durante a propaganda, evocava-se a crueldade dos [[castigo]]s infligidos aos [[escravo]]s, como sucedera após a insurreição de cerca de 200 negros no distrito de Queimados, em 1849.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 42" />
 
A [[Abolição da escravatura no Brasil|abolição da escravatura]], no entanto, conduziu os grandes proprietários à ruína, em virtude da privação da tradicional [[mão- de- obra]]. Assim, com o [[Proclamação da República do Brasil|advento da república]], o primeiro [[Lista de governadores do Espírito Santo|governador do estado]] não encontrou condições materiais para levar a efeito os planos preconizados pela propaganda republicana. As finanças da antiga província encontravam-se exauridas.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 42" />
 
Ainda no final do {{séc|XIX}}, coincidindo com a fixação da [[constituição]] [[Estado (subdivisão)|estadual]] (1891 e 1892), o governador eleito recorreu a reformas e incentivos econômicos que deram novo impulso ao estado. A fim de assegurar uma receita mais sólida, levantou empréstimos externos, que favoreceram a lavoura cafeeira e permitiram maiores investimentos agrícolas. O Espírito Santo obteve assim uma arrecadação cinco vezes mais alta que a da antiga província. Efetuou-se o saneamento de [[Vitória (Espírito Santo)|Vitória]] e em 1895 foi inaugurado o primeiro trecho da [[Ferrovia Centro-Atlântica|Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo]], entre Porto de Argolas e Jabaeté.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 42" />