Batalha de Valverde: diferenças entre revisões

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Pouco tempo depois da [[Batalha de Aljubarrota|vitória portuguesa de Aljubarrota]], [[Nuno Álvares Pereira]] entrou, por [[Badajoz]], no território [[Reino de Castela|castelhano]]. De [[Estremoz]] passara a [[Vila Viçosa]] e, daqui, a [[Olivença]]. Depois seguira em direcção a [[Mérida (Espanha)|Mérida]], para poder enfrentar as forças adversárias. Estas vieram pôr-lhe cerco em ''Valverde de Mérida'', junto ao [[rio Guadiana]].
 
A iniciativa de entrar em território castelhano partiu do condestável, sem conhecimento do rei, o qual se encontrava no Porto (embora com grande satisfação deste aquando do conhecimento desta vitória). Havia conhecimento de que um exército inimigo estava junto da fronteiro e D. Nuno decidiu ir ao encontro dele.<ref>MARTINS, J. P. Oliveira (1893), ''A Vida de Nun'Alvares'', Lisboa, 1893</ref><ref>Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira, cap. LIV</ref>
 
Antes da batalha, um emissário castelhano entrega ao condestável várias varas, cada uma representando cada comandante castelhano. O condestável, com elas na mão, afirma que irá usá-las para castigar os opositores.<ref>MARTINS, J. P. Oliveira (1893), ''A Vida de Nun'Alvares'', Lisboa, 1893</ref><ref>Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira, cap. LIV</ref>
Estava-se em 14 de Outubro de [[1385]]. Atravessado o Guadiana, as tropas portuguesas viram-se atacadas. O ''Condestável'' ajoelhou-se a orar durante a batalha, quando as suas tropas estavam sofrendo pesadas baixas.<ref>Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira</ref> A ardente fé de Nuno Álvares Pereira contagiava os seus homens de armas. E a vitória surgiu. Do lado português, a vanguarda era comandada pelo Condestável, a retaguarda estava sob o comando de [[Álvaro Gonçalves Camelo]], as alas estavam sob a chefia de [[Martim Afonso de Melo]] e de [[Gonçalo Anes de Abreu|Gonçalo Anes de Castelo de Vide]]. Do lado castelhano, estavam os Mestres de [[Ordem dos Hospitalários|Santiago]] e de [[Ordem de Calatrava|Calatrava]] e o [[conde de Niebla]]. Um português, Martim Anes de Barbuda, estava do lado dos castelhanos e era o Mestre de Alcântara.
 
Estava-se em 14 de Outubro de [[1385]]. Atravessado o Guadiana, as tropas portuguesas viram-se atacadas. O ''Condestável'' ajoelhou-se a orar durante a batalha, quando as suas tropas estavam sofrendo pesadas baixas.<ref>Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira, cap. LIV</ref> A ardente fé de Nuno Álvares Pereira contagiava os seus homens de armas. E a vitória surgiu. Do lado português, a vanguarda era comandada pelo Condestável, a retaguarda estava sob o comando de [[Álvaro Gonçalves Camelo]], as alas estavam sob a chefia de [[Martim Afonso de Melo]] e de [[Gonçalo Anes de Abreu|Gonçalo Anes de Castelo de Vide]]. Do lado castelhano, estavam os Mestres de [[Ordem dos Hospitalários|Santiago]] e de [[Ordem de Calatrava|Calatrava]] e o [[conde de Niebla]]. Um português, Martim Anes de Barbuda, estava do lado dos castelhanos e era o Mestre de Alcântara.<ref>Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira, cap. LIV</ref>
Antes da batalha, um emissário castelhano entrega ao condestável várias varas, cada uma representando cada comandante castelhano. O condestável, com elas na mão, afirma que irá usá-las para castigar os opositores.<ref>MARTINS, J. P. Oliveira (1893), ''A Vida de Nun'Alvares'', Lisboa, 1893</ref>
 
Os castelhanos cercaram os portugueses, atacando com projécteisprojéteis. O condestável foiora se deslocava para a vanguarda, ora para a retaguarda, dando ânimo.<ref>Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira, cap. LIV</ref> Foi ferido num pé.<ref>Chronica do Condestabre de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira, cap. LIV</ref> A formação portuguesa era cerrada para se defender.<ref>MARTINS, J. P. Oliveira (1893), ''A Vida de Nun'Alvares'', Lisboa, 1893</ref>
 
Durante a batalha o condestável retira-se para orar. Quando Rui Gonçalves, aflito lhe chamou a atenção para a batalha que se perdia, o Condestável fez um sinal com a mão a pedir silêncio. Novamente chamado à atenção por Gonçalo Anes que lhe disse: "Nada de orações, que morremos todos!", responde então D. Nuno, suavemente: "Amigo, ainda não é hora. Aguardai um pouco e acabarei de orar."; quando acabou de rezar, ergue-se com o rosto iluminado e dando as suas ordens, percebendo que os castelhanos tinham usado todos os projécteisprojéteis, decide atacar o Mestre de Santiago que acaba por morrer decapitado e o seu estandarte derrubado. Com isto os castelhanos põem-se em fuga.<ref>MARTINS, J. P. Oliveira (1893), ''A Vida de Nun'Alvares, Lisboa'', 1893</ref>
 
A estratégia militar do Condestável, a sua fé e ânimo que soube incutir à sua hoste, permitiram-lhe alcançar esta vitória que, ainda segundo o cronista [[Fernão Lopes]], foi conseguida sobre um exército mais numeroso do que aquele que fora derrotado em Aljubarrota.
 
Na ''mesnada'' portuguesa também se salientou o português Gil Fernandes, de [[Elvas]].
 
Esta foi a última vitória em campo aberto do condestável. Não mais voltou a ter batalhas como esta, pois os castelhanos não mais quiseram combater desta forma.
 
== Referências ==