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Festividades semelhantes tinham lugar na Grécia com o nome de Kronia, onde os escravos, tal como em Roma, usufruíam de um curto tempo de liberdade durante as celebrações. Posteriormente, os próprios reis e faraós eram substituídos por pessoas de classes muito humildes, ou de aparência grotesca, que tomavam, no espaço de alguns dias, o seu lugar, correspondendo este tempo ao rompimento com as regras estipuladas e vigentes.
 
Vamos encontrar também o Carnaval associado às Bacanais ou Grandes Dionisíacas (festa da terra, do vinho e das florestas), efectuadasefetuadas em Roma e na Grécia em louvor de Baco ou Dioniso (com a prova do vinho novo), que decorriam nos três meses de Inverno, celebradas, principalmente, pelos camponeses, que se apresentavam mascarados durante as festividades e dançavam uma dança chamada "Conguita" que era tradição.
 
As Dionisíacas rurais contavam ainda com a exibição de danças, a cargo das bacantes (adoradoras do deus grego e romano do vinho), restando hoje, supostamente, dessas remotas festividades, os actuaisatuais cortejos (incluindo as procissões), acompanhados por música.
 
Daí, o [[Carnaval]], conforme se supõe, ter sido, no seu início, tão-só uma manifestação de carácter processional ligada a vários rituais do final do Inverno e princípio da Primavera. Não se exclui ainda a hipótese de representar uma reminiscência das festividades consagradas a Ísis, a mais ilustre das deusas do Antigo EgiptoEgito, comemoradas no Outono e nos primeiros dias de Março, em Roma.
 
Adorada pelos Gregos e pelos Romanos, Ísis era considerada a deusa universal e suprema, a iniciadora, aquela que detinha o segredo da fecundidade, da vida, da morte e da ressurreição. Das cerimóniascerimônias com as quais a celebravam, destacava-se a de lançar ao mar uma barcaça – o ''carrus navalis'' (carro naval) – repleta de oferendas, após ter sido abençoada por um sacerdote, tendo o ritual por objectivo a purificação e a fecundidade das terras.
 
A multidão assistia mascarada à partida da barca, prosseguindo depois em procissão pelas ruas, crente nos favores de Ísis, isto é, na generosidade da terra com o germinar das novas sementeiras e o provir de colheitas abundantes. O ''carrus navalis'' fazia-se representar nas procissões e nas mais diversas manifestações festivas, ficando o seu nome, com o passar do tempo, associado, com ou sem razão, ao do Carnaval.
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Outra versão sobre a origem longínqua e pagã desta quadra é a de que remonta a outra das festas imperiais da antiga Roma: as Lupercais, consideradas das mais importantes do calendário romano, realizadas a 15 de Fevereiro, em louvor de Luperco ou Fauno, deus dos pastores e protector dos rebanhos contra os lobos, ao qual se associavam sua mulher, Fauna – indigitada pelos Romanos como «Boa Deusa», numa festa interdita aos homens –, e Ops, antiquíssima divindade sabina, perfilhada por Roma.
 
As Lupercais organizadas com o propósito de captar a simpatia dos lobos (''lupercales''), iniciavam-se com o sacrifício de cabras e bodes brancos, cuja carne era oferecida, simbolicamente, à loba que amamentou RómuloRêmulo e Remo (fundadores de Roma), e aos lobos para assegurar a sua inocuidade face aos rebanhos.
 
Na era cristã, a explicação etimológica para o termo «Carnaval» aponta para a palavra ''carnisvalerium'' (''carnis'' de carne, ''valerium'', de adeus), o que designaria o «adeus à carne» ou à «suspensão do seu consumo», em função da quadra seguinte: a Quaresma, em que a carne é abolida da alimentação na religião cristã.