Estandarte nacional (Portugal): diferenças entre revisões

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==História==
O modelo padrão do que hoje é designado "estandarte nacional" foi oficialmente estabelecido a 30 de junho de 1911, sendo na época referido como "bandeira das unidades militares" ou "bandeira regimental".<ref name="Bandeira Nacional">[https://dre.pt/application/conteudo/2301 Transcrição do parecer da Comissão nomeada pelo decreto de 15 de outubro de 1910, relativo aos critérios subjacentes à criação da Bandeira Nacional, ''Diário do Governo nº 150'', 30 de junho de 1911]</ref>
 
O estandarte nacional tem origem histórica nas bandeiras e outras [[insígnia]]s usadas desde tempos remotos como sinal de identificação e de marcação do ponto de reunião das unidades militares na linha de batalha. Uma das mais conhecidas da antiguidade era a [[águia romana|águia]] das [[legião romana|legiões romanas]]. Estas bandeiras e insígnias atingiram um nível de importância tão elevado que passaram a ter um estatuto de relíquia sagrada, passando por uma cerimónia de consagração antes de serem incorporadas na respetiva unidade. Sendo consideradas o bem mais precioso de cada unidade militar, eram defendidas a todo o custo pelas unidades suas detentoras. Por outro lado, as bandeiras e insígnias das unidades inimigas tornaram-se um dos troféus mais cobiçados, sendo feitos todos os esforços para conseguir a sua captura. [[Duarte de Almeida]], [[alferes-mor de Portugal]], ficou célebre pela defesa do estandarte de [[Afonso V|D. Afonso V]] na [[Batalha de Toro]], segurando-o com os dentes, após o inimigo lhe ter decepado ambas as mãos, a fim de evitar a sua captura.
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Até 1892, a especificação do desenho e outras caracteristicas das bandeiras e estandartes regimentais era algo vaga e dispersa. O decreto de 08 de novembro de 1892, veio corrigir esta situação, descrevendo detalhadamente e com precisão o modelo de bandeiras e estandartes, de modo a uniformizar o seu padrão. As insígnias definidas por este decreto passam a ser oficialmente designadas, respetivamente, "bandeira m/1892" e "estandarte m/1892". As bandeiras e estandartes m/1892 seguem o modelo já então utilizado, ficando definido que eram quadrados, tendo as bandeiras e estandartes, respetivamente 130 [[centímetro|cm]] e 80 cm de lado. As bandeiras teriam uma haste de madeira com lança e conto de ferro, com 285 cm de comprimento, tendo a haste dos estandartes 320 cm de comprimento. Tanto as bandeiras como os estandartes tinham um laço com quatro listas azuis e brancas.<ref>[http://legislacaoregia.parlamento.pt/V/1/79/126/p849 Decreto de 08 de novembro de 1892 (Decreto determinando as bandeiras e estandartes dos corpos do exercito)]</ref>
 
Com a evolução da tática militar na segunda metade do [[século XIX]], as bandeiras e estandartes militares deixaram de ter uma função prática em campanha, passando a ter meras funções cerimoniais.
O uso do termo "Estandarte Nacional" para designar todas as variantes de desfile da Bandeira Nacional generalizou-se apenas na segunda metadade do [[século XX]]. Tradicionalmente só eram designados "estandartes" as bandeiras de desfile de dimensões mais reduzidas, destinadas especificamente a ser transportadas pelas unidades de cavalaria e de outras armas tradicionalmente montadas. As variantes de desfile da Bandeira Nacional das unidades de infantaria e das armas tradicionalmente apeadas eram designadas "bandeiras" (por vezes referidas como "bandeiras regimentais", "bandeiras militares", "bandeiras das unidades militares", etc. para as destinguir das bandeiras de arvorar). O adjetivo "nacional" foi acrescentado para distinguir os estandartes nacionais dos estandartes heráldicos das unidades, quando estes foram introduzidos na década de 1960.
 
Na sequência da implantação da república em Portugal a 5 de outubro de 1910, o governo provisório do novo regime nomeou uma comissão para apresentar um projeto de nova Bandeira Nacional. Para além da Bandeira Nacional, esta comissão também desenvolveu o projeto de outros símbolos, incluindo o de um novo modelo de bandeira regimental, para uso das unidades militares. Os modelos finais são aprovados a 29 de novembro de 1910, sendo ordenada à [[Imprensa Nacional-Casa da Moeda|Imprensa Nacional]] a publicação do álbum ''Bandeira Nacional'', contendo os seus desenhos a cores e a descrição detalhada dos pormenores técnicos aos quais deviam obedecer. A sanção oficial da nova Bandeira Nacional só ocorreu contudo a 19 de junho de 1911, sendo posteriomente publicada no ''Diário do Governo n.º 150'' de 30 de junho, uma descrição resumida - e não acompanhada por qualquer desenho - dos símbolos escolhidos, incluindo a da chamada "bandeira regimental" ou "bandeira das unidades militares", que passou a ser referida como "bandeira m/1911".<ref>''Bandeira Nacional - Modelo approvado pelo Governo (Provisorio) da Republica Portuguesa'', Lisboa: Imprensa Nacional, 1910.</ref><ref>[http://dre.pt/pdfgratis/1911/06/14100.pdf Decreto da Assembleia Nacional Constitutinte de 20 de junho de 1911]</ref><ref name="Bandeira Nacional"></ref>
 
Apesar de não terem sido incluídos nos projetos de símbolos desenvolvidos pela comissão da nova Bandeira Nacional, foram atribuídos estandartes às unidades de cavalaria e outras que tradicionalmente os usavam em vez de bandeiras. Estes estandartes seguiam o modelo das bandeiras m/1911, mas eram de menores dimensões, sendo referidos como "estandartes m/1911".
 
Com a publicação do ''Regulamento de Heráldica do Exército'' em [[1969]], desapareceu a tradicional divisão entre bandeira e estandarte regimental, passando todas as formas da Bandeira Nacional para desfile, privativas das unidades militares, a ser designadas "estandarte nacional". <ref>[https://dre.pt/application/file/200367 Portaria 24107 de 3 de junho de 1969 (''Aprova e manda pôr em execução as Normas de Heráldica do Exército e o Regulamento da Simbologia do Exército, publicados em anexo'')]</ref>
 
==Modelo==