Antinatalismo: diferenças entre revisões

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[[Julio Cabrera]] propõe um conceito de "ética negativa" em oposição ao que ele vê como éticas "afirmativas", que afirmam o [[Dasein|ser]].<ref name=":4">[https://drive.google.com/file/d/1mvuI4QFTBpBlnTJWKJNII0ezbUKMls5g/view] J. Cabrera, ''Projeto de Ética Negativa'', São Paulo: Edicões Mandacaru, 1989 (segunda edição: ''A Ética e Suas Negações, Não nascer, suicídio e pequenos assassinatos'', Rio De Janeiro: Rocco, 2011).</ref><ref name=":2">J. Cabrera, ''Crítica de la moral afirmativa: Una reflexión sobre nacimiento, muerte y valor de la vida'', Barcelona: Gedisa, 1996 (segunda edição em 2014). [http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/17430/3/Livro_CritiqueAffirmativeMorality.pdf] J. Cabrera, ''A critique of affirmative morality (A reflection on death, birth and the value of life)'', Julio Cabrera Editions, Brasília 2014 (edição inglesa).</ref><ref>J. Cabrera, ''Ética Negativa: problemas e discussões'', Goiânia: UFG, 2008.</ref><ref>[http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/15274/1/LIVRO_PorqueTeAmo.pdf ] J. Cabrera, T. Lenharo di Santis, ''Porque te amo, Não nascerás!: Nascituri te salutant'', Brasília: LGE, 2009.</ref><ref>J. Cabrera, ''Mal-estar e moralidade: situação humana, ética e procriação responsável'', Brasília: UNB, 2018.</ref> Ele descreve a procriação como um ato manipulador e prejudicial, que envia de forma unilateral e não-consensual um ser humano para uma situação dolorosa, perigosa e moralmente inabilitante.
 
Cabrera considera a procriação uma manipulação [[Ontologia|ontológica]] e total: o próprio ser de alguém é fabricado e usado, e portanto, em contraste com casos intra-mundanos em que se é colocado em uma situação danosa, no caso da procriação não há qualquer possibilidade de defesa contra esse ato. Segundo Cabrera, a manipulação na procriação é visível principalmente no caráter não-consensual e unilateral do ato, de maneira que procriar é per se e inevitavelmente assimétrico, seja produto de premeditação, seja produto de descuido; está sempre atrelado a interesses (ou desinteresses) de outros humanos, não do humano criado. Além disso, Cabrera aponta que, em sua opinião, a manipulação da procriação geralmente não se limita ao ato de criação em si, mas continua no processo de formação da criança, durante o qual os pais obtém grande poder sobre a vida da criança, que é moldada de acordo com as preferências dos pais e para sua satisfação. Ele enfatiza que, embora não seja possível evitar a manipulação durante a procriação, é perfeitamente possível evitar a procriação em si, e que, então, nenhuma regra moral é violada.
 
Cabrera acredita que a situação na qual alguém é colocado através da procriação, a vida humana, é "estruturalmente negativa", na medida em que seus componentes constitutivos são inerentemente adversos. Os mais proeminentes desses componentes são, segundo ele, os seguintes: