Bruxas de Salém: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel Edição móvel avançada
Etiquetas: Inserção de predefinição obsoleta Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel Edição móvel avançada
Linha 4:
[[Ficheiro:SalemWitchcraftTrial.jpg|thumb|direita|350px|Ilustração de [[1876]] da sala de audiências.]]
 
Os julgamentos das '''bruxas de Salém''' refere-se a uma série de audiências e processos de pessoas acusadas de [[bruxaria]] na [[Província da Baía de Massachusetts|Massachusetts colonial]] entre fevereiro de 1692 e maio de 1693. Mais de duzentas pessoas foram acusadas. Trinta foram considerados culpados, dos quais dezenove foram executados por [[Forca|enforcamento]] (catorze mulheres e cinco homens). Um outro homem, [[Giles Corey]], foi [[Esmagamento|pressionado à morte]] por recusar-se a confessar, e pelo menos cinco pessoas morreram na prisão.
'''Bruxas de Salém''' refere-se ao episódio gerado pela [[superstição]] e pela credulidade que levaram, na [[América do Norte]], aos últimos [[julgamento]]s por [[bruxaria]] na pequena povoação de [[Salem (Massachusetts)|Salém]], [[Massachusetts]], numa [[noite]] de outubro de [[1692]].<ref>{{citar livro|autor=Adams, Gretchen A.|título=The Specter of Salem: Remembering the Witch Trials in Nineteenth-Century America|editora=Univertsity of Chicago|ano=2009|páginas=|id=}}</ref>
 
Foram feitas detenções em numerosas cidades além de [[Salem (Massachusetts)|Salém]] e a vila de Salém (hoje conhecidas como [[Danvers (Massachusetts)|Danvers]]), principalmente em Andover e Topsfield. Os grandes júris e julgamentos desse [[Pena de morte|crime capital]] foram conduzidos por um Tribunal de Oyer e Terminer em 1692 e por um [[Supremo Tribunal Judicial de Massachusetts|Tribunal Superior de Justiça]] em 1693, ambos realizados na cidade de Salém, onde também ocorreram os enforcamentos. Foi a [[caça às bruxas]] mais mortífera da história da América do Norte colonial. Apenas catorze outras mulheres e dois homens foram executados em Massachusetts e Connecticut durante o século XVII.<ref name="Demos">{{cite book |last1=Demos |first1=John |title=Entertaining Satan : Witchcraft and the Culture of Early New England. |date=1983 |publisher=Oxford University Press |location=Oxford |isbn=9780195033786 |pages=11, 401-409}}</ref>
O medo da bruxaria começou quando uma [[Escravatura|escrava]] negra chamada ''[[Tituba]]'' contou algumas histórias [[vudu]]s (religião tradicional da [[África Ocidental]]) a amigas praticantes do ocultismo, tanto que algumas tiveram a ajuda da mesma para terem pactos como Davina , por esse pacto, tiveram [[pesadelo]]s. Um [[médico]] que foi chamado para as examinar declarou que as moças deveriam estar "embruxadas".
 
O episódio é um dos casos mais notórios de histeria em massa na América Colonial. Tem sido usado na retórica política e na literatura popular como um vívido conto de cautela sobre os perigos do isolacionismo, extremismo religioso, falsas acusações e lapsos no devido processo.<ref>{{Harvnb|Adams|2009|p=}}</ref> Não foi um caso único, mas um exemplo colonial americano do fenómeno muito mais vasto dos julgamentos de bruxas no início do período moderno, que teve lugar também na Europa. Muitos historiadores consideram que os efeitos duradouros dos ensaios foram altamente influentes na [[História dos Estados Unidos|história subsequente dos Estados Unidos]]. De acordo com o historiador [[George Lincoln Burr]], "a bruxaria de Salém foi a rocha sobre a qual a [[teocracia]] desfez-se."<ref>{{cite book |editor-last=Burr |editor-first=George Lincoln |year=1914 |title=Narratives of the Witchcraft Cases, 1648–1706 |url=https://archive.org/stream/narrativeswitch00burrgoog#page/n221/mode/1up/ |publisher=C. Scribner's Sons |page=197}}</ref>
Os julgamentos de [[Tituba]] e de outras foram realizados perante o juiz [[Samuel Sewall]]. [[Cotton Mather (pregador)|Cotton Mather]], um pregador colonial que acreditava em bruxaria, encarregou-se das acusações. Após a morte de sua serva , Diz que Davina foi passando de corpo em corpo a cada morte . O medo da bruxaria durou cerca de um ano, durante o qual vinte pessoas, na sua maioria mulheres, foram declaradas culpadas de realizar bruxaria e executadas. Um dos homens, [[Giles Corey]], morreu de acordo com o bárbaro costume [[Idade Média|medieval]] de comprimir a vítima por [[rocha]]s, com uma tábua sobre o seu corpo, até sua [[morte]] ao fim de 3 dias. Foram presas cerca de cento e cinquenta pessoas. Mais tarde, o juiz Sewall confessou que as suas sentenças haviam sido um erro. Há suspeitas de que foram intoxicadas pelo consumo do [[Esporão-do-centeio|esporão-de-centeio]] (principal ingrediente do pão), um fungo que extrai alcaloides na produção de produtos medicinais incluindo o LSD. Se ingerido, o parasita pode causar uma doença conhecida hoje como [[Ergotismo]].
 
Em 1992, por ocasião do 300º aniversário dos julgamentos em memória das vítimas, foi inaugurado um parque em Salém e um memorial em Danvers. Em novembro de 2001, uma lei aprovada pela legislatura de Massachusetts exonerou cinco pessoas,<ref>{{cite news|url=https://www.nytimes.com/2001/11/02/us/massachusetts-clears-5-from-salem-witch-trials.html|title=Massachusetts Clears 5 From Salem Witch Trials|date=2-12-2001|publisher=|newspaper=The New York Times}}</ref> enquanto outra, aprovada em 1957, tinha anteriormente exonerado seis outras vítimas.<ref>{{cite web|url=http://todayinclh.com/?event=six-victims-of-1692-salem-witch-trials-cleared-by-massachusetts-legislature|title=Six Victims of 1692 Salem Witch Trials "Cleared" by Massachusetts...|last=admin|date=2-12-2015}}</ref> Em 2004, ainda falava-se em exonerar todas as vítimas,<ref>{{cite web|url=http://archive.boston.com/news/local/articles/2004/11/01/salem_may_pardon_accused_witches_of_1692/|title=Salem may pardon accused witches of 1692 |publisher= The Boston Globe|website=archive.boston.com}}</ref> embora alguns pensem que isso aconteceu no século XIX, quando foi pedido à legislatura colonial de Massachusetts que revertesse os objectivos de "George Burroughs e outros".<ref>{{cite book |last=Vaughan |first=Alden |title=The Puritan Tradition in America |publisher=UP of New England |date=1997 |page=283 |url=https://books.google.com/?id=ZqBjmZzN6IEC&pg=PA283&lpg=PA283&dq=1711+the+Massachusetts+colonial+legislature+reversed+the+attainders+of+%E2%80%9CGeorge+Burroughs+and+others%E2%80%9D#v=onepage&q&f=false|isbn=978-0874518528 }}</ref> Em janeiro de 2016, a [[Universidade da Virgínia]] anunciou que sua equipe do Gallows Hill Project havia determinado o local de execução em Salem, onde as 19 "bruxas" haviam sido enforcadas. A cidade dedicou o ''Proctor's Ledge Memorial'' às vítimas em 2017.<ref name=":1">{{Cite web|url=https://www.salemnews.com/news/on-th-anniversary-city-dedicates-proctor-s-ledge-memorial-to/article_76aa994a-6cf5-11e7-9f01-27b9c156b42c.html|title=On 325th anniversary, city dedicates Proctor's Ledge memorial to Salem Witch Trials victims|last=Writer|first=Dustin Luca Staff|website=Salem News|access-date=2019-11-01}}</ref><ref name="xmarks">[https://news.virginia.edu/content/uvas-help-salem-finally-discovers-where-its-witches-were-executed Caroline Newman, "X Marks the Spot"], ''UVA Today,'' 16 de janeiro de 2016</ref>
As principais testemunhas da acusação foram as primas [[Elizabeth "Betty" Parris]] e [[Abigail Williams]], com, respectivamente, 9 e 11 anos.
 
== Contexto ==