Usuário:JeanVitorSouza/Testes/Good for You: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 56:
== Composição ==
[[Ficheiro:USMC-09611 (cropped).jpg|miniaturadaimagem|245x245px|A segunda faixa do disco apresenta um [[Pot-pourri (música)|pot-pourri]] com a canção "Precious Lord, Take My Hand", da qual Franklin já havia cantado no funeral de [[Martin Luther King Jr.]] (''foto''), e com a faixa "You've Got a Friend", composta por [[Carole King]].<ref name=":8" />]]
O álbum começa com uma música que Franklin cantou no final da segunda noite, que foi "Mary, Don't You Weep". A canção é principalmente tirada do [[Novo Testamento]] no capítulo de João (11: 1–45), onde [[Jesus]] levanta [[Lázaro]] dos mortos diante de suas irmãs [[Maria de Betânia|Maria]] e [[Marta de Betânia]]. No LP, a longa introdução de Cleveland tornou-se abreviada nas palavras "senhorita Aretha Franklin".<ref name=":7">{{Harvnb|Cohen|2011|pp=90–91}}</ref> A partir deste momento, o coro repete lentamente a linha "''Oh, oh, Maria''" com a precisão rítmica que os ensaios de Cleveland tinham sido instilados. Na entrega da composição de Andrews, Aretha havia falado, gritado e declamado, sem enfatizar a melodia da música. Ela também traz palavras, frases de bairros com população negra na frente, como o "''Force isso em mim''" do refrão de "[[Respect]]" e o "''O que é isto''" de "Rock Steady", ambas clássicos de carreira; segundo Cohen, isso era algo que o compositor original da canção "faria, mas não foi capaz de fazer nos mais conservadores anos 50".<ref name=":7" /> Franklin começa a ditar a frase "''Maria, não gema, escute, querida irmã, não gema''" de forma [[Ad libitum|''ad libitum'']], assumindo a perspectiva de Jesus relacionando [[Livro do Êxodo|Êxodo]] à Maria antes de ressuscitar Lázaro. Ainda no livro sobre o álbum, foi dita sobre a possibilidade "que Sua ressurreição dos mortos possa ser tomado como uma metáfora para chamar as armas de um povo na turbulência da era dos pós-direitos civis. Ou poderia ser apenas o jeito que Franklin enfatizou o nome, e o coro e os congregantes responderam".<ref name=":7" /> A segunda faixa do disco é um [[Pot-pourri (música)|pot-pourri]] entre "Precious Lord, Take My Hand", com autoria de [[Thomas A. Dorsey]] e "You've Got a Friend", música composta por [[Carole King]] da qual foi apresentada primeiramente em seu disco de maior êxito, ''[[Tapestry (álbum)|Tapestry]]'', de 1971;<ref name=":8">{{harvnb|Cohen|2011|pp=94–95}}</ref> mais tarde, a cantora explicaria oque a fatointenção de cantar aambas primeiraas músicacanções — sendo a mesmaprimeira queinterpretada pela cantouartista no funeral de [[Martin Luther King Jr.]] — era "colocar um sucesso ''pop'' em uma estrutura do evangelho. Isto funcionou". Hamilton afirmaria que esta mistura veio como uma ideia de Aretha, e que "ela foi a que eu ouvi presente nisto. Mais uma vez, veio naturalmente. Não é sobre 'e se', é sobre 'como'. Você ouve certas coisas, e nós resolvemos dessa maneira".<ref name=":8" /> Cohen falou sobre os pontos fortes de Cleveland que Bernard Purdie viu na canção, com este dissertando que, enquanto a banda saia e parava antes de cada linha, "ele dizia certas coisas e antes que você percebesse, um sussurro era como mil vozes. Mas é assim que este homem era bom. Ele sabia como trabalhar um público, mas ele trabalhou o coro da mesma maneira". É vista uma possibilidade na faixa pelo escritor com relação a Aretha, declarando a combinação de "uma canção de referência por um homem afro-americano com um sucesso popular, então recente, escrito por uma mulher judia. Talvez esta fosse uma afirmação feminista da parte de Aretha, ou talvez a ligação dela tenha emergido dentro de suas conexões próprias".<ref>{{harvnb|Cohen|2011|pp=95–97}}</ref>
 
Com Aretha cantando na nota de [[ré sustenido]] junto ao seu mentor, a terceira faixa "Old Landmark" é um sucesso gospel de 1951 cantado originalmente pelas Ward Singers, das quais tinham Clara Ward, uma das convidadas para ver a gravação de ''Amazing Grace'', nos vocais principais. O livro sobre o LP conta que a faixa "é construída com dísticos repetidos que um vocalista excitante, como Franklin, transforma através de mudanças constantes na ênfase", ainda comparando como esta mesma técnica funcionou para artistas de palavra falada; Horace Clarence Boyer apontou que "[Luther] King Jr. usou uma técnica semelhante quando ele repetiu "''Eu tenho um sonho''" quinze vezes no seu [[Eu Tenho um Sonho|discurso de agosto de 1963 em Washington]].<ref>{{harvnb|Cohen|2011|pp=97–98}}</ref> A primeira parte do LP é terminada com "Give Yourself to Jesus", que é uma faixa instrumental gravada algum tempo após as performances para o disco, com os vocais de Franklin sendo adicionados algum tempo depois disso, de acordo com produtor da reedição do ''Amazing Grace''. Segundo o livro sobre o disco, a faixa "prenuncia o que se tornaria conhecido como gospel contemporâneo", não sendo "uma das canções de gospel tradicional do qual Franklin teria ouvido de seus heróis musicais da infância"; foi composta por Robert Fryson, que fez a música para o grupo Voices Supreme.<ref>{{harvnb|Cohen|2011|pp=99–100}}</ref> O coro transmite um "tom imparcial", em contraste com a extroversão de Franklin na última faixa, com Cohen notando sua contenção vocal. A artista faz ênfases inesperados, como na linha “''Dê-se ao mestre''", onde seu sotaque está na preposição da frase, e não em seu objeto. Esta faixa acaba com uma recitação da Bíblia no [[Salmo 23]], da qual abriga uma famosa linha sobre proteção divina enquanto o [[David|Rei David]] caminhava pelo vale da morte; a cantora deixa, ainda segundo o livro, "todas as inferências — pessoais e sociais — abertas".<ref name=":9">{{harvnb|Cohen|2011|pp=100–101}}</ref> O lado B do primeiro disco se inicia com "How I Got Over", um ''hit'' gospel de Ward em 1950. Isso, segundo Cohen, "seria assustador sob quaisquer circunstâncias. Mas teria sido particularmente formidável com Ward e sua mãe nos bancos, embora que elas não pareciam protestar contra Franklin cantando em uma chave ([[Fá|F]]) um passo e meio acima de Ward (Ab)".<ref name=":9" /> Fazendo uma revisão para o livro, ele ainda ressalta que a apresentação de Franklin da faixa no disco "demonstra o quão perto ela estava de Ward, especialmente quando comparado com a versão popular de [[Mahalia Jackson]] em 1951. [...] A cobertura assertiva de Franklin da música de Ward reconheceu sua influência enquanto tornou-se um veículo para ela destacar sua própria identidade — assim como fez dez anos antes através de seu tributo à [[Dinah Washington]]".<ref name=":10">{{harvnb|Cohen|2011|pp=102–103}}</ref> Franklin cantou com uma voz é um pouco mais aguda do que a da faixa original, e o ponto mais alto da faixa se caracteriza pela enfatização no "''Eu''" do título com os gritos que permeiam seu trabalho popular. A batida, da qual o restante da seção rítmica também toca, se caracteriza como "[[Pentecostalismo|pentecostal]] por definição, mas também pode ser descrito como ''[[funk]]''".<ref name=":10" /> Segue-se "What a Friend We Have in Jesus", um número que "era frequentemente realizado em igrejas, e para que ela pudesse absorvê-lo de qualquer lugar". O autor diz que Franklin "deve ter conhecido a versão de [[Roberta Martin]] do ano de 1950 com o [[organista]] Willie Webb, especialmente considerando a história de Cleveland com os Roberta Martin Singers"; no entanto, ele nota que enquanto Martin a cantava como uma música lenta e de lamento conversacional, deliberadamente arrastando na linha sobre a "dor desnecessária que suportamos", Franklin transforma em uma celebração.<ref>{{harvnb|Cohen|2011|p=105}}</ref> Com 11 minutos e "livre de qualquer restrições do medidor", a [[Amazing Grace|faixa-título]] na voz de Franklin foi uma das contribuições que a faixa teve para que começasse a ser mais gravada por artistas; das 457 gravações lançadas comercialmente da canção realizadas pela [[Biblioteca do Congresso]], 97% eram entre 1971 e 2001, segundo o livro ''Amazing Steve'' (2002) de Steve Turner. Ele ainda ressalta que a cantora teve uma propriedade na faixa com sua "gama superior e improviso brilhante".<ref>{{harvnb|Cohen|2011|pp=106–107}}<br /></ref> Iniciando-se com um murmúrio, a música gradualmente segue o coro. Praticamente todas as [[Vogal|vogais]] são estendidas, mas então ela corta todas enquanto entrega a linha "''Quando estivemos aqui no meio''" como uma espécie de ''proto-[[rap]]''. As frases "''Em frente''" e "''Oh, sim''" não são apenas "interjeições improvisadas" que Turner observa, "mas são empilhadas em direção à aquele grito evangélico facilmente identificável no fim da música".<ref>{{harvnb|Cohen|2011|p=108}}</ref>