Antissemitismo sob a Terceira República Francesa: diferenças entre revisões

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O '''antissemitismo sob a Terceira República''' (1870-1940) começa em particular com o [[caso Dreyfus]], a [[crise do Boulangismo]] e o advento de [[Ligas de extrema-direita|ligas]] de [[Extrema-direita na França|extrema-direita]] antiparlamentares, enquanto o [[Nacionalismo francês|nacionalismo]] se torna um valor da direita. Ele passou por uma fase de expansão com o caso Dreyfus, que remonta ao início do século XX, momento em que nasceu o [[Action Française]]. O [[antissemitismo]], anteriormente compartilhado nas fileiras da esquerda, torna-se uma ideologia de direita e até mesmo, especialmente após a [[União Sagrada (movimento)|União Sagrada]] da [[Primeira Guerra Mundial]], da extrema direita. A década de 1930 viu um ressurgimento do anti-semitismoantissemitismo, que depois se misturou com a denúncia do "[[judeu-bolchevismo]]", que surgiu após a [[Revolução de Outubro]].
 
== Anti-semitismoAntissemitismo de 1870 a 1914 ==
O anti-semitismoantissemitismo francês no final do século XIX é notável por seu ativismo e popularidade, como evidenciado pelo impressionante número e virulência de [[publicações anti-semitasantissemitas na França]], incluindo em particular o panfleto de [[Edouard Drumont]], ''[[La France juive]]'' (1886, 1892) e seu jornal ''[[La Libre Parole]]''.
 
Durante este período, e particularmente no auge do Caso Dreyfus, ocorreram distúrbios graves em várias cidades francesas (Paris, Marselha, Lyon, Nancy, Bordéus, Perpignan, Angers, ...) onde grupos de até mil pessoas atacam lojas administradas por judeus.<ref name=":0">[[Michelle Zancarini-Fournel]], ''Les luttes et les rêves : Une histoire populaire de la France de 1685 à nos jours'', Paris, [[Éditions La Découverte]], 2016, 995 <abbr>p.</abbr> <small>(<nowiki>ISBN 978-2-35522-088-3</nowiki>, notice [[BnF]] [https://catalogue.bnf.fr/ark:/12148/cb45182978w.public FRBNF45182978])</small>, <abbr>chap.</abbr> 10 (« Paysans, ouvriers nous sommes »), <abbr>p.</abbr> 421</ref> Em Paris, gangues organizadas estão realizando tumultos nos distritos judeus (principalmente em [[Marais]] ou em [[Belleville (Paris)|Belleville]]). Essas gangues reúnem indivíduos de comunidades específicas (em particular os abatedores do distrito de [[Villete (Paris)|Villette]]) e se enfureceram principalmente entre 1892 e 1894.<ref name=":0" />
 
Gradualmente, permeia quase toda a direita francesa, como veremos na época do caso Dreyfus e do [[escândalo do Panamá]]. O colapso do [[Union Générale]] em 1882, um banco fundado por um ex-funcionário dos Rothschilds, parece ser um dos gatilhos da onda de anti-semitismoantissemitismo. Em 1890, [[La Croix]] se proclamou o jornal católico mais antijudaico da França.<ref>https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k212474b</ref>
 
Ligado ao nacionalismo e ao [[racialismo]], o anti-semitismoantissemitismo tornou-se uma grande demanda da extrema direita.<ref>{{Citar web|titulo=L’INVENTION RACIALISTE DU JUIF|url=http://archive.wikiwix.com/cache/?url=http://www.cairn.info/revue-raisons-politiques-2002-1-page-29.htm|obra=archive.wikiwix.com|acessodata=2020-01-19|data=|publicado=|ultimo=Taguieff|primeiro=Pierre-André}}</ref> Embora se refira principalmente à direita e à extrema direita, o anti-semitismoantissemitismo não poupa totalmente a esquerda, especialmente entre uma minoria de representantes do sindicalismo revolucionário, um movimento que dá origem ao debate sobre a existência ou não, de um "fascismo francês".
 
== Notas ==