Acidente radiológico de Goiânia: diferenças entre revisões

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Os profissionais de saúde, observando os sintomas, pensaram tratar-se de algum tipo de doença contagiosa desconhecida, medicando os doentes em conformidade com os sintomas descritos. Maria Gabriela desconfiou que aquele pó que emitia um brilho azul era o responsável pelos sintomas que ocorriam na sua família.<ref name="InfoEscola"/> Ela e um empregado do ferro-velho levaram a cápsula de césio para a [[Vigilância Sanitária]], que ainda permaneceu durante dois dias abandonada sobre uma cadeira. Durante a entrevista com [[medicina|médicos]], a esposa do dono do ferro-velho relatou para a junta médica que os [[vômito]]s e [[diarreia]] se iniciaram depois que seu marido desmontou aquele "aparelho estranho".<ref name="Mundo Vestibular"/>
 
O físico [[Walter Mendes Ferreira]], membro da equipe da [[Comissão Nacional de Energia Nuclear|Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)]] deslocada até Goiânia, foi o primeiro profissional a descobrir que se tratava de um acidente radiológico: através do uso de dois detetoresdetectores - em momentos distintos - Walter determinou os altos níveis de radiação, o que permitiu a adoção de uma série de medidas de remediação, incluindo o correto diagnóstico das vítimas<ref>{{Citar periódico|ultimo=Pappon|primeiro=Thomas|data=2018-10-14|titulo=Goiânia foi palco de um dos piores acidentes radioativos do mundo desde Chernobyl|url=https://www.bbc.com/portuguese/geral-45783343|lingua=en-GB}}</ref>. A atuação do profissional inclusive foi decisiva napara não ampliação da tragédia: um bombeiro, por desconhecimento, iria descartar o material em fluxo de água corrente.
 
O governo da época tentou minimizar o acidente escondendo dados da população, que foi submetida a uma "seleção" no [[Estádio Olímpico Pedro Ludovico]]; os governantes da época escondiam a tragédia da população, que aterrorizada procurava por auxílio, dizendo ser apenas um vazamento de [[gás]].<ref name=MTCDPub/> Outra razão é que Goiânia sediava, na época, o GP Internacional de Motovelocidade no [[Autódromo Internacional Ayrton Senna (Goiânia)|Autódromo Internacional Ayrton Senna]] e o governador do estado [[Henrique Santillo]] não queria que o pânico fosse instalado nos estrangeiros.<ref name=MTCDPub/>
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* Leide das Neves Ferreira, de 6 anos (6,0 Gy, 600 REM), era filha de Ivo Ferreira e foi a vítima com a maior dose de radiação do acidente.<ref name="Cola da Web">{{citar web |url=http://www.coladaweb.com/quimica/quimica-nuclear/cesio-137-e-o-maior-acidente-nuclear-do-brasil|título=Césio 137 e o maior acidente nuclear do Brasil |acessodata=16 de julho de 2012 |autor=Vanessa Andrade |data= |publicado=Cola da Web }}</ref> Inicialmente, quando uma equipe internacional chegou a tratá-la, ela estava confinada a um quarto isolado no hospital porque os funcionários estavam com medo de chegar perto dela. Ela desenvolveu gradualmente inchaço na parte superior do corpo, perda de cabelo, danos nos rins, pulmões e hemorragia interna. Ela morreu em 23 de outubro de 1987 de [[septicemia]] e infecção generalizada no [[Hospital Naval Marcílio Dias]], no Rio de Janeiro.<ref>{{Citar web | url=http://www.cesio137goiania.go.gov.br/index.php?idEditoria=9786 | título=O Brilho da Morte (página do governo de Goiás)}}</ref> Ela foi enterrada em um cemitério comum em Goiânia, em um caixão especial de fibra de vidro revestida com chumbo para evitar a propagação da radiação. Apesar destas medidas, ainda houve um início de tumulto no cemitério, onde mais de {{fmtn|2000}} pessoas, temendo que seu cadáver envenenasse toda a área, tentaram impedir seu enterro usando pedras e tijolos para bloquear a rua do cemitério.<ref>{{Citar web|url=http://www.greenpeace.org.br/nuclear/cesio/flash_cesio.html|título=Césio 137 - 20 anos de descaso|data=|acessodata=2017-03-05|publicado=[[Greenpeace]]|ultimo=|primeiro=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110706161121/http://www.greenpeace.org.br/nuclear/cesio/flash_cesio.html|arquivodata=2011-07-06|urlmorta=yes}}</ref> Depois de dias de impasse, Leide foi enterrada em um caixão de chumbo lacrado, erguido por um guindaste, devido às altas taxas de radiação<ref name="Brasil Escola"/> e para que esta fosse contida<ref name="Mundo Vestibular"/>.
* Maria Gabriela Ferreira, de 37 anos (5,7 Gy, 570 REM), esposa do proprietário do ferro-velho Devair Ferreira, ficou doente cerca de três dias depois de entrar em contato com a substância. Seu estado de saúde piorou e ela desenvolveu hemorragia interna, principalmente nos membros, nos olhos e no trato digestivo, além da perda de cabelo. Ela morreu em 23 de outubro de 1987, cerca de um mês após a exposição.
* Israel Baptista dos Santos, de 22 anos (4,5 Gy, 450 REM), foi um empregado de Devair Ferreira que trabalhou na fonte radioativa principalmente para extrair o chumbo. Ele desenvolveu doença respiratória grave e complicações linfáticas. Acabou por ser internado no hospital e morreu seis dias depois, em 27 de outubro de 1987.
* Admilson Alves de Souza, de 18 anos (5,3 Gy, 530 REM), também foi funcionário de Devair Ferreira, que também trabalhou na fonte radioativa. Ele desenvolveu lesão pulmonar, hemorragia interna e danos ao coração. Morreu em 28 de outubro de 1987.
 
==== Outras vítimas posteriores ====