Artemisia Gentileschi: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:Artemisia Gentileschi - Self-Portrait as a Lute Player.JPG|300px|miniaturadaimagem|Autorretrato tocando violão, 1615 e 1617. Óleo sobre tela, 77,5 × 71,8 cm]]
'''Artemisia Gentileschi''' ([[Roma]], [[8 de julho]] de [[1593]] - [[Nápoles]], [[1656]]) foi uma pintora [[Barroco|barroca]] [[italiana]], considerada hoje uma das mais bem-sucedidas pintoras de sua época.<ref name=Publifolha>{{citar livro|autor=Publifolha|título=Grandes pinturas|editora=Dorling Kidersley|ano=1911|páginas=255|id=p.96-97}}</ref> Em
Muitos de seus quadros são de mulheres fortes e sofredoras que aparecem em diversas histórias da Bíblia.<ref name=Lubbock>{{citar jornal|jornal=[[The Independent]] |data=30 de setembro de 2005 |primeiro =Tom |último =Lubbock |título=Great Works:''Judith and her Maidservant'' |página=30, Review section |local=London |url=http://www.independent.co.uk/arts-entertainment/art/great-works/gentileschi-artemisia-judith-and-her-maidservant-16123-798041.html |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150502234043/http://www.independent.co.uk/arts-entertainment/art/great-works/gentileschi-artemisia-judith-and-her-maidservant-16123-6143440.html |arquivodata=2 de maio de 2015 |urlmorta= sim|mode=cs2 |df= }}</ref> Um de seus quadros mais conhecidos é ''Judite Decapitando Holofernes''. Sua arte progressista e hoje considerada [[feminismo|feminista]] foi ofuscada pelo estupro que sofreu, no século XVII e por ter participado ativamente do julgamento do estuprador.<ref name=Lubbock/><ref>{{Citar web|url=https://lithub.com/the-vengeance-of-artemisia-gentileschi/|titulo=The Vengeance of Artemisia Gentileschi|data=2018-10-12|acessodata=2019-01-16|obra=Literary Hub|lingua=en-US}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.tendenciasdelarte.com/artemisia-gentileschi-una-vision-feminista-del-arte/|titulo=tendencias del mercado del arte|data=2009-06-01|acessodata=2019-01-16|obra=http://www.tendenciasdelarte.com|ultimo=tendenciasdelarte|lingua=es}}</ref>
==Biografia==
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Nascida Artemisia Gentileschi-Lomi, em 8 de julho de 1593, em Roma, seu certificado de batismo no Archivio di Stato indicada que ela teria nascido em 1590, filha mais velha do pintor [[Toscana|toscano]] [[Orazio Gentileschi]] e de Prudentia Montone.<ref name=Bissell>{{citation |último =Bissell |primeiro =R. Ward |título=Artemisia Gentileschi and the Authority of Art: Critical Reading and Catalogue Raisonné |ano=1999 |publicado=The Pennsylvania University Press |isbn=0-271-02120-9}}</ref> Artemisia foi introduzida à pintura no estúdio de seu pai, mostrando ter muito mais talento que seus irmãos, que trabalhavam junto dela.<ref>{{Citar web|url=https://theculturetrip.com/europe/articles/the-works-of-artemisia-gentileschi-everyone-should-know/|titulo=The Works of Iconic Female Painter Artemisia Gentileschi Everyone Should Know|acessodata=2019-01-16|obra=Culture Trip|ultimo=Barnes|primeiro=Freire}}</ref> Ela logo aprendeu a desenhar, a misturar as cores e em seguida a pintar, inspirada pelo estilo do pai, bastante centrado no de [[Caravaggio]]. No entanto, a forma como Artemisia trabalhava os temas era diferente de seu pai. Seus quadros eram extremamente naturais, enquanto seu pai idealizava o que retratava. Ao mesmo tempo, Artemisia resistia se submeter, tanto em atitude quanto psicologicamente ao estilo idealizador da pintura. Foi assim que seus trabalhos passaram a ganhar admiradores e reconhecimento.<ref name=Bissell/>
[[Ficheiro:Artemisia Gentileschi - Susanna and the Elders - WGA08572.jpg|alt=|esquerda|miniaturadaimagem|281x281px|''[[Susana e os anciãos|Susana e os Anciões]]'', seu primeiro trabalho, em 1610 – Coleção Schönborn, [[Pommersfelden]]]]
Com apenas 17 anos, produziu ''[[Susana e os anciãos|Susana e os Anciões]]''. Devido ao
Em 1611, seu pai trabalhava com [[Agostino Tassi]] para decorar os cofres do Casino delle Muse, dentro do Palazzo Pallavicini-Rospigliosi, em Roma. Tassi o contratou para ensinar Artemisia em particular e enquanto lhe dava aulas, supostamente a violentou,<ref name="Cohen"/><ref>{{citar web|url=http://www.arthistoryarchive.com/arthistory/baroque/Artemisia-Gentileschi.html|título=Artemisia Gentileschi - Biography & Art - The Art History Archive|website=www.arthistoryarchive.com|acessadoem=12 de janeiro de 2017}}</ref><ref name=BBC>{{Citar web |url=http://www.bbc.com/portuguese/geral-38594660 |título=A história de Artemisia Gentileschi, a pintora violentada que se vingou fazendo arte feminista no século 17 |publicado=BBC Brasil |editor=Irene Hernández Velasco |acessadoem=28 de julho de 2014}}</ref> com Cosimo Quorli como cúmplice<ref>{{citar web|url=http://www.webwinds.com/artemisia/trial.htm|título=Artemisia, The Rape and the Trial |website=www.webwinds.com|acessadoem=28 de julho de 2014}}</ref>. Artemisia precisou continuar a ter um relacionamento com Tassi, na esperança de que um casamento com ele viesse a restaurar sua reputação diante da sociedade, mas ele voltou atrás com a promessa de se casar com ela. Nove meses após o suposto estupro, quando soube que Tassi não se casaria com Artemisia, Orazio prestou queixa contra ele.<ref name="Cohen"/> Orazio também alegou que Tassi roubou o quadro ''Judite decapitando Holofernes'' de sua propriedade. O principal assunto no julgamento estava relacionado com a virgindade de Artemisia. Se ela não fosse virgem antes do estupro, sua família não tinha direito a prestar queixa.<ref name="Cohen"/><ref name=BBC/> Durante os sete meses de julgamento, Tassi foi acusado de planejar o assassinato de sua esposa o que não foi provado e de ter um envolvimento extraconjugal com a sua cunhada algo que na época era considerado crime de incesto, devido ao parentesco dela com a ex esposa de Tassi, alem de ser acusado de planejar roubar alguns dos quadros de Orazio. ▼
▲Em 1611, seu pai trabalhava com [[Agostino Tassi]] para decorar os cofres do Casino delle Muse, dentro do Palazzo Pallavicini-Rospigliosi, em Roma. Tassi o contratou para ensinar Artemisia em particular e enquanto lhe dava aulas,
Tendo perdido a mãe com apenas 12 anos, Artemisia vivia cercada pela presença masculina dos pais e dos irmãos. Aos 17 anos, Orazio alugou o apartamento em cima de sua casa para uma mulher chamada Tuzia, de quem Artemisia logo ficou amiga. Porém Tuzia permitiu que Agostino Tassi e Cosimo Quorlis acompanhasse Artemisia em diversas ocasiões. Quando o estupro aconteceu, Artemisia gritou a Tuzia por socorro, que ignorou os gritos e depois fingiu que nada aconteceu.<ref name="Cohen"/> O quadro ''Mãe e a criança'', hoje na Galeria Spada, em Roma, é dessa época.<ref>{{citar web|url=http://www.artmontecarlo.com/index.php?template=top&content=blog&id=32|título=An Artemisia Conundrum|último =|primeiro =|data=22 de outubro de 2016|website=Art Monte Carlo|acessadoem=28 de julho de 2017}}</ref>
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Artemisia é conhecida por seus retratos de assuntos do grupo [[Poder das Mulheres]] ''(Weibermacht)'', por exemplo, suas versões de ''Judite Decapitando Holofernes''. Ela também é conhecida pelo julgamento de estupro no qual ela estava envolvida, o que a estudiosa [[Griselda Pollock]] argumentou que infelizmente se tornou o repetido "eixo de interpretação do trabalho do artista". O status de Gentileschi na cultura popular, embora ela seja muito admirada entre os historiadores de arte, é considerado por Pollock menos devido ao seu trabalho e mais ao sensacionalismo causado pelo persistente foco no julgamento de estupro durante o qual ela foi torturada. Pollock oferece uma contra-leitura das pinturas narrativas dramáticas da artista, recusando-se a ver as imagens de Judite e Holofernes como respostas ao estupro e ao julgamento. Em vez disso, Pollock ressalta que o tema de Judite e Holoferenes não é um tema de vingança, mas uma história de coragem política e de fato colaboração de duas mulheres que cometeram um ousado assassinato político em uma situação de guerra. Pollock procura desviar a atenção do sensacionalismo para uma análise mais profunda das pinturas de Gentileschi, notavelmente de morte e perda, sugerindo o significado de seu luto na infância como fonte de suas imagens singulares da Cleópatra moribunda. Pollock também argumenta que o sucesso de Gentileschi no século XVII dependia de ela produzir pinturas para os clientes, muitas vezes retratando temas selecionados. Ela pretende colocar a carreira de Gentileschi em seu contexto histórico de gosto por narrativas dramáticas de heroínas da Bíblia ou de fontes clássicas.<ref>{{citar livro |sobrenome=Pollock |nome=Griselda |título=Pollock Differencing the Canon |ano=1999 |editora=Routledge |isbn=9780415067003}}</ref> Em tom mais negativo, a professora americana [[Camille Paglia]] argumentou que a moderna preocupação feminista com Artemisia é equivocada e que suas realizações foram exageradas: "Artemisia Gentileschi era simplesmente uma pintora polida e competente num estilo barroco criado por homens." <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=f_LlAmt--pkC&printsec=frontcover&dq=vamps+tramps&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiFh8XF4v7fAhVKILkGHZ_cDV4Q6AEIKTAA#v=onepage&q=artemisia&f=false|título=Vamps & Tramps: New Essays|ultimo=Paglia|primeiro=Camille|data=2011-08-31|editora=Knopf Doubleday Publishing Group|lingua=en|isbn=9780307765567}}</ref>
A literatura feminista tende a girar em torno do evento do estupro de Artemisia, retratando-a em grande parte como uma sobrevivente traumatizado mas nobre cujo trabalho se tornou caracterizado por sexo e violência como resultado de sua experiência. Pollock (2006) interpretou o filme de [[Agnes Merlet]] como um exemplo típico da incapacidade da cultura popular de olhar para a notável carreira da pintora ao longo de muitas décadas e em muitos grandes centros de arte, e não nesse único episódio. Uma revisão de literatura de Laura Benedetti, "''Reconstructing Artemisia: Twentieth Century Images of a Woman Artist''", concluiu que o trabalho de Artemísia é frequentemente interpretado de acordo com as questões contemporâneas e os vieses pessoais dos autores. Estudiosos feministas, por exemplo, elevaram Artemísia ao status de ícone feminista, que Benedetti atribuiu às pinturas de Artemisia de mulheres formidáveis e seu sucesso como artista em um campo dominado por homens, ao mesmo tempo em que era mãe solteira.<ref>Benedetti, Laura (Inverno de 1999), "Reconstructing Artemisia, Twentieth Century Images of a Woman Artist", Comparative Literature, 51 (1): 42–46</ref> Elena Ciletti, autora de ''Gran Macchina a Bellezza'', escreveu que "As apostas são muito altas no caso de Artemisia, especialmente para as feministas, porque investimos nela muito de nossa busca por justiça para as mulheres, histórica e atualmente, intelectual e politicamente."<ref>Ciletti, Elena (2006), "Gran Macchina a Bellezza", in Bal, Mieke, The Artemisia Files: Artemisia Gentileschi for Feminists and Other Thinking People, Chicago, Illinois: University of Chicago Press</ref>
==Galeria==
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