Quebra de Xangô: diferenças entre revisões

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A [[capital]] era considerada papel preponderante da [[Igreja católica]] na formação do território alagoano, não se sabe ao certo o número de terreiros destruídos, pessoas assassinadas ou os responsáveis pelo fato.<ref name="RochaAlmeida"/> O movimento foi insuflado pela [[Liga dos Republicanos Combatentes]] associação civil vinculada ao partido opositor Republicano Democrata, uma entidade que cometia atos ilegais como invasão a casas oficiais, tiroteios, intimidações.<ref name="NASCIMENTO"/>
 
Apesar de iniciado em Maceió, o movimento se estendeu pelo interior de Alagoas. Naquele dia, [[babalorixá]]s e [[yalorixá]]s tiveram seus terreiros invadidos por uma [[milícia]] armada denominada Liga dos Republicanos Combatentes, seguida por uma multidão enfurecida, e assistiram à retirada à força dos templos de seus paramentos e objetos[[Objetos sagrados de culto nas religiões afro|objetos sagrados]], que foram expostos e queimados em praça pública.<ref name="WikiAlagoas"/>
 
O acontecimento culminou com a invasão e destruição dos principais terreiros de [[Xangô]] da capital do estado, populares aliados da Liga dos Republicanos Combatentes, essas pessoas eram constituídas por uma maioria de operários, eram lideradas pelo tenente reformado do exército, veterano da [[guerra de Canudos]], [[Manoel Luiz da Paz]]. Os combatentes da Liga, nesse contexto não deviam obediência a nenhuma autoridade e cairamcaíram com fúria sobre os terreiros. O primeiro a ser atingido, pela proximidade em que se encontrava foi o terreiro de Chico Foguinho, cujos seguidores foram surpreendidos no auge da cerimônia religiosa, alguns deles ainda [[incorporação|incorporados]]. A multidão enfurecida entrou quebrando tudo que encontrava pela frente, fazendo jus à determinação do líder, e batendo nos filhos de santo que se demoraram na fuga.<ref name="NASCIMENTO"/> diversos [[objetoObjetos sagradosagrados de culto nas religiões afro|objetos sagrados]], utensílios e adornos, vestes litúrgicas, instrumentos utilizados nos cultos.<ref name="WikiAlagoas"/> Percorreram a cidade, [[profanação|profanando]] os terreiros e recolhendo seus objetos sagrados, que tiveram como destino serem jogados em uma grande fogueira em via pública. Ação violenta que se estendeu para cidades vizinhas. Segundo [[Abelardo Duarte]] (1974:12) outros terreiros foram atacados entre estes o de Tia Marcelina que recebeu na ocasião do Quebra-Quebra, em sua casa, um golpe de sabre na cabeça, golpe que a deixou banhada em sangue. Uma das consequências deste evento foi a modificação, por parte dos adeptos, das práticas de culto aos Orixás, criando o chamado ''Xangô rezado baixo''.<ref name="Schelling2000">Vivian Schelling (2000). [http://books.google.com/books?id=n90oH1pxwhQC&pg=PA130 ''Through the Kaleidoscope: The Experience of Modernity in Latin America'']. Verso. p. 130. ISBN 978-1-85984-262-1.</ref> A outra foi que estes partissem das Alagoas em busca de águas mais tranquilas.<ref name="RAFAEL"/> Este ato, conduzido pela Liga dos Republicanos Combatentes se dá no auge de uma briga política entre a oposição e o Governador [[Euclides Vieira Malta]]. Às vésperas da eleição, que tinha como candidatos [[Clodoaldo da Fonseca]] para governador e Fernandes Lima para vice, disputando com o oligarca que é acusado por seus opositores de utilizar ''feitiçarias'' dos Xangôs para se manter no poder. Na campanha da oposição são atribuídos ao então governador adjetivos como ''Soba da Mata Grande'', ''Leba'', ''papa do xangô alagoano''.<ref name="RochaAlmeida"/> Sendo através dessa suposta ligação às práticas religiosas de origem africana, desmoralizado perante a sociedade alagoana.<ref name="RAFAEL">RAFAEL, Ulisses N. Xangô Rezado Baixo: Um Estudo da Perseguição aos Terreiros de Alagoas em 1912.2004.274 f.Tese de Doutorado- Instituto de Filosofia e Ciências Sociais,Universidade Federal do Rio de Janeiro.Rio de Janeiro.2004.</ref>
 
=== Motivação Política ===