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Nascido no interior de Santa Catarina de uma família de agricultores e metalúrgicos, seguiu o ofício de jornalista inspirado em um tio que trabalhava no rádio. Começou a trabalhar como jornalista ainda na adolescência<ref>{{Citar web|titulo=Leandro Demori: Um tanto quanto sagaz|url=http://coletiva.net/perfil/leandro-demori-um-tanto-quanto-sagaz,324535.jhtml|obra=Coletiva.net - Tá todo mundo aqui.|data=2019-11-08|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-br}}</ref> editando por conta própria um pequeno jornal impresso em formato A3 chamado 'O Botequim'. O jornal era disposto sob os plásticos das mesas de restaurantes. Para viabilizar financeiramente o material, Demori vendia patrocínio e distribuía o informativo pela região.
Depois de trabalhar em rádios e jornais locais, se mudou para Porto Alegre, onde estudou jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. <ref>[{{Citar web|titulo="Quem apoia a pós-política não se importa com os fatos", disse editor do The Intercept Brasil em fala na Famecos {{!}} Eu Sou Famecos|url=http://portal.eusoufamecos.net/quem-apoia-a-pos-politica-nao-se-importa-com-os-fatos-disse-editor-do-the-intercept-brasil-em-fala-na-famecos/]|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-BR}}</ref>Foi um dos editores do blog de sátira política A Nova Corja, selecionado pelo jornal [[O Estado de S. Paulo]] como um dos mais importantes blogs da década de 2000. <ref>[{{Citar web|titulo=Blogueiro|url=https://www.estadao.com.br/blogs/retrospectiva/blogueiro/]|obra=Retrospectiva da Década|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-br}}</ref> O blog foi indicado pela rede de televisão alemã [[Deutsche Welle]] como um dos principais blogs em língua portuguesa do mundo.<ref>[{{Citar web|titulo=Blog gaúcho no The BOBs 2008|url=https://www.baguete.com.br/noticias/internet/27/10/2008/blog-gaucho-no-bobs-2008]|obra=Baguete|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-br}}</ref>
Em 2008, mudou-se para a Itália, onde estudou na Associação de Jornalismo Investigativo do Lazio, em Roma. Também se certificou como Investigador Web pela City University London, em Londres, na Inglaterra. Na Europa, atuou como correspondente independente para diversos veículos brasileiros, fazendo coberturas como a do Terremoto de Áquila<ref>[{{Citar web|titulo=Novo tremor de 5,3 graus atinge L'Aquila; basílica desaba|url=http://noticias.terra.com.br/mundo/internanoticias/0,,OI3690207-EI13651,00-Novo+tremor+de+graus+atinge+regiao+de+LAquila+nabasilica+Italiadesaba.html]|obra=Terra|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-br}}</ref>, além de reportagens sobre política <ref>[{{Citar web|titulo=Lula diz que cumprirá decisão do STF sobre caso Battisti|url=https://www.terra.com.br/noticias/brasil/lula-diz-que-cumprira-decisao-do-stf-sobre-caso-battisti,f3a96f7d7fc4b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html]|obra=Terra|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-BR}}</ref> e máfia <ref>[{{Citar web|titulo=Líder da máfia, 'Ndrangheta mantém tradição de extorquir|url=https://www.terra.com.br/noticias/mundo/lider-da-mafia-ndrangheta-mantem-tradicao-de-extorquir,d0aa462627b2b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html]|obra=Terra|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-BR}}</ref>
De volta ao Brasil, tornou-se editor da plataforma Medium no país <ref> [{{Citar web|titulo=Folha de S.Paulo - Mercado - Site de fundadores do Twitter chega ao país - 25/09/2014|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/187396-site-de-fundadores-do-twitter-chega-ao-pais.shtml?origin=folha]|obra=Folha online|acessodata=2020-02-04}}</ref> e foi editor do site da [[Piauí (revista)|revista piauí]]<ref>[{{Citar web|titulo=Medium encerra curadoria em português|url=https://www.meioemensagem.com.br/home/ultimas-noticias/2017/02/21/medium-encerra-curadoria-em-portugues.html]|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-BR}}</ref>, onde ajudou a desenvolver as plataformas digitais da revista.
=== The Intercept ===
Demori foi anunciado como editor-executivo do site americano em dezembro de 2017 <ref> [{{Citar web|titulo=Leandro Demori será o Editor Executivo de The Intercept Brasil|url=https://theintercept.com/2017/12/21/leandro-demori-editor-executivo-the-intercept-brasil/]|obra=The Intercept|data=2017-12-21|acessodata=2020-02-04|lingua=en-US|primeiro=Betsy|ultimo=Reed|primeiro2=Glenn|ultimo2=Greenwald|primeiro3=Andrew|ultimo3=Fishman}}</ref>. Com sua chegada, o TIB, como é conhecido, ampliou seu alcance e impacto <ref>[{{Citar web|titulo='Uma banda de punk rock': como o The Intercept ergueu um abrigo para o jornalismo investigativo no Brasil|url=https://gijn.org/2019/02/20/the-intercept-brasil-investigativo/]|obra=Global Investigative Journalism Network|data=2019-02-20|acessodata=2020-02-04|lingua=en-US}}</ref>. O site foi o primeiro veículo do mundo a noticiar que [[Milícia|milicianos]] estavam envolvidos no crime da vereadora Marielle Franco. <ref>[{{Citar web|titulo=O Caso Marielle|url=https://theintercept.com/series/caso-marielle-franco/]|obra=The Intercept Brasil|acessodata=2020-02-04|lingua=pt}}</ref> Durante a cobertura das eleições 2019, o presidente eleito Jair Bolsonaro bloqueou o editor no Twitter antes mesmo de assumir o cargo.<ref> [{{Citar web|titulo=Bolsonaro pode bloquear jornalistas no Twitter?|url=https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/12/27/Bolsonaro-pode-bloquear-jornalistas-no-Twitter]|obra=Nexo Jornal|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-br}}</ref> O bloqueio aconteceu em 22 de dezembro de 2018 e levantou o questionamento se um presidente eleito poderia bloquear um jornalista por não concordar ou não gostar de suas opiniões. O Supremo Tribunal Federal foi acionado para julgar a causa. <ref>[https://www.conjur.com.br/dl/acao-bolsonaro-desbloqueie-pessoas.pdf]</ref>
==== Vaza Jato ====
Em junho de 2019, Demori assinou um editorial no TIB – juntamente com [[Glenn Greenwald]] e [[Betsy Reed]] – explicando ao público o caso [[Vaza Jato]]. <ref>[{{Citar web|titulo=Como e por que o Intercept está publicando chats privados sobre a Lava Jato e Sergio Moro|url=https://theintercept.com/2019/06/09/editorial-chats-telegram-lava-jato-moro/]|obra=The Intercept|data=2019-06-09|acessodata=2020-02-04|lingua=en-US|primeiro=Glenn|ultimo=Greenwald|primeiro2=Betsy|ultimo2=Reed|primeiro3=Leandro|ultimo3=Demori}}</ref> Ele também assinou uma das três primeiras reportagens que dariam início à série.<ref>[{{Citar web|titulo=‘Até agora tenho receio’: Exclusivo: Deltan Dallagnol duvidava das provas contra Lula e de propina da Petrobras horas antes da denúncia do triplex|url=https://theintercept.com/2019/06/09/dallagnol-duvidas-triplex-lula-telegram-petrobras/]|obra=The Intercept|data=2019-06-09|acessodata=2020-02-04|lingua=en-US|primeiro=Rafael Moro|ultimo=Martins|primeiro2=Leandro|ultimo2=Demori|primeiro3=Glenn|ultimo3=Greenwald}}</ref>
Como editor-executivo do site, o editor coordenou a equipe de jornalistas do TIB no caso que publicou quase 100 reportagens. <ref>[{{Citar web|titulo=Leia todas as reportagens que o Intercept e parceiros produziram para a Vaza Jato|url=https://theintercept.com/2020/01/20/linha-do-tempo-vaza-jato/]|obra=The Intercept|data=2020-01-21|acessodata=2020-02-04|lingua=en-US|primeiro=The Intercept|ultimo=Brasil}}</ref>
As transcrições de conversas obtidas no aplicativo Telegram por uma fonte a qual o site nunca revelou o nome indicaram que o ex-juiz e então ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, Sergio Moro, cedeu informação privilegiada à acusação, auxiliando o Ministério Público Federal (MPF) a construir casos, além de orientar a promotoria, sugerindo modificação nas fases da operação Lava Jato e troca de promotores em audiências; também mostraram cobrança de agilidade em novas operações, conselhos estratégicos, fornecimento de pistas informais e sugestões de recursos ao MPF. As reportagens mostram também que o MPF vazava informações para a imprensa, usava jornalistas para fins políticos; os procuradores, segundo as reportagens, também acessaram arquivos da investigação ilegalmente. Todos atos considerados ilegais pela lei brasileira.
Os vazamentos tiveram ampla repercussão global <ref>[{{Citar periódico|ultimo=Londoño|primeiro=Ernesto|ultimo2=Casado|primeiro2=Letícia|data=2019-06-10|titulo=Leaked Messages Raise Fairness Questions in Brazil Corruption Inquiry|url=https://www.nytimes.com/2019/06/10/world/americas/brazil-car-wash-lava-jato.html]|jornal=The New York Times|lingua=en-US|issn=0362-4331}}</ref><ref>[{{Citar periódico|ultimo=Phillips|primeiro=Dom|data=2019-06-10|titulo=Brazil reels at claims judge who jailed Lula collaborated with prosecutors|url=https://www.theguardian.com/world/2019/jun/10/brazil-lula-sergio-moro-judge-collaborated-with-prosecutors|jornal=The ]Guardian|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref><ref>[{{Citar web|titulo=The Intercept Brasil e il complotto contro Lula. Direttore a Rainews24: "Presto nuove rivelazioni"|url=http://www.rainews.it/dl/rainews/media/The-Intercept-Brasil-complotto-contro-Lula.-direttore-Leandro-Demori-a-Rainews24-presto-nuove-rivelazioniContentItem-18da9f5c-6bbf-44ad-8dad-65578dcfb881.html]|obra=Rainews|acessodata=2020-02-04|lingua=italian}}</ref> <ref>[{{Citar web|titulo=Journalism that changed 2019|url=https://www.aljazeera.com/programmes/listeningpost/2019/12/journalism-changed-2019-191218042007479.html]|obra=www.aljazeera.com|acessodata=2020-02-04}}</ref>-<ref>[{{Citar web|titulo=Le journaliste Glenn Greenwald accusé de cybercriminalité au Brésil|url=https://www.mediapart.fr/journal/international/220120/le-journaliste-glenn-greenwald-accuse-de-cybercriminalite-au-bresil]|obra=Mediapart|acessodata=2020-02-04|lingua=fr|primeiro=Jean-Mathieu|ultimo=Albertini}}</ref><ref>[{{Citar web|titulo=Notícias sobre Vaza Jato {{!}} EL PAÍS Brasil|url=https://brasil.elpais.com/tag/vaza_jato]|obra=EL PAÍS|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-br|primeiro=Ediciones EL|ultimo=PAÍS}}</ref> e levaram a ONU a pedir ao governo brasileiro a proteção de Greenwald e Demori por conta de ameaças contra suas vidas. <ref>[{{Citar web|titulo=ONU diz que jornalistas do The Intercept Brasil correm risco de vida|url=https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2019/09/onu-jornaistas-intercept-risco-de-vida/]|obra=Rede Brasil Atual|data=2019-09-04|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-BR}}</ref>
Sérgio Moro, a força-tarefa da Lava Jato e o MPF questionaram a autenticidade, a legalidade e a origem dos dados, mas admitiram, em alguns casos, a autenticidade do conteúdo revelado <ref>[{{Citar web|titulo=Em nova versão, Moro diz que foi "descuido" repassar pistas ao MP|url=https://www.conjur.com.br/2019-jun-14/versao-moro-foi-descuido-repassar-pistas-mp]|obra=Consultor Jurídico|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-BR}}</ref><ref>[{{Citar web|titulo=Em áudio, Moro pede desculpas ao MBL por tê-los chamado de “tontos”|url=https://exame.abril.com.br/brasil/em-audio-moro-pede-desculpas-ao-mbl-por-te-los-chamado-de-tontos/]|obra=EXAME|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-BR}}</ref>
==== Operação Spoofing ====
Em 24 de julho de 2019, noticiou-se que Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", preso pela Polícia Federal, confessou ser o responsável pela invasão do celular do ministro Sérgio Moro e de várias outras autoridades. O hacker, preso durante a [[Operação Spoofing]], posteriormente confirmou à Polícia Federal ter dado ao The Intercept as informações furtadas. Em seu depoimento, Delgatti disse que não adulterou o conteúdo das mensagens e que nem vendeu seu conteúdo a Greenwald <ref>[{{Citar web|titulo=Hacker diz que n�o adulterou mensagens de Moro repassadas a site|url=https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2019/07/27/interna_politica,774072/hacker-diz-que-nao-adulterou-mensagens-de-moro-repassadas-a-site.shtml]|obra=Correio Braziliense|data=2019-07-27|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-BR|primeiro=Correio|ultimo=Braziliense|primeiro2=Correio|ultimo2=Braziliense}}</ref>.
No relatório final da operação, a Polícia Federal inocentou o jornalista, declarando que ele havia agido nos limites da lei. <ref>[{{Citar web|titulo=PF inocenta Greenwald em inquérito sobre hackers e novos vazamentos são divulgados|url=http://portalimprensa.com.br/noticias/ultimas_noticias/83030/pf+inocenta+greenwald+em+inquerito+sobre+hackers+e+novos+vazamentos+sao+divulgados]|obra=Portal IMPRENSA - Notícias, Jornalismo, Comunicação|acessodata=2020-02-04|lingua=en}}</ref> Sem ouvir novas testemunhas, o MPF usou as mesmas provas da Polícia Federal e denunciou Greenwald. O caso ainda não foi aceito pela Justiça. <ref>[{{Citar web|titulo=Denúncia do MPF contra Glenn Greenwald: repercussão|url=https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/21/denuncia-do-mpf-contra-glenn-greenwald-repercussao.ghtml]|obra=G1|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-br}}</ref>
=== Literatura ===
Demori é autor de um livro reportagem sobre a presença da máfia italiana Cosa Nostra no Brasil. A obra, intitulada ''Cosa Nostra no Brasil, a história de um mafioso que derrubou um império'', centra seu foco na figura de Tommaso Buscetta, um mafioso siciliano que viveu no país entre os anos 1950 e 1980 até ser preso e expulso pela Ditadura Militar.<ref>[{{Citar web|titulo=Cosa Nostra: história do chefão da máfia que viveu no Brasil vira livro|url=https://paginacinco.blogosfera.uol.com.br/2016/12/20/cosa-nostra-a-historia-do-chefao-da-mafia-que-viveu-no-brasil-vira-livro/]|obra=paginacinco.blogosfera.uol.com.br|acessodata=2020-02-04|lingua=pt-br}}</ref>Graças a seu depoimento, redes com centenas de mafiosos foram desmanteladas na Itália e nos Estados Unidos. Um filme sobre a vida do criminoso – que tem como uma das protagonistas a atriz brasileira [[Maria Fernanda Cândido]] – foi indicado pela Itália ao Oscar 2020, mas não foi escolhido pela Academia.
== Prêmios e honrarias ==
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