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A evolução do Acre aparece como fenômeno típico de penetração moderna na história do [[Brasil]], acompanhada de importantes contribuições na projeção econômica do país. Exercendo papel de destaque na exportação nacional até 1913, quando se iniciou da borracha nos mercados europeu e norte-americano, o Acre conheceu um período de grande prosperidade: na passagem do século, em menos de um década contava com mais de 50.000 habitantes.
 
[[Ficheiro:Cruzeiro do Sul (Acre), Fundo Correio da Manhã - 3.tif|miniaturadaimagem|Cruzeiro do Sul, 1906.]]
[[Ficheiro:Rio Branco (AC) - Ao fundo os Campos de Criação de Gado de Mais & Cia.jpg|miniaturadaimagem|Rio Branco, 1930.]]
Logo após a anexação do Acre ao Brasil, os acrianos esperavam pela sua elevação a [[Estado]] o mais rápido possível, uma vez que, nessa época (Auge do [[Ciclo da Borracha]]), o Acre representava 1/3 do PIB brasileiro. Porém isso não aconteceu. Atendendo às disposições jurídicas do [[Tratado de Petrópolis]], o presidente [[Rodrigues Alves]] sancionou a lei que criava o Território do Acre (1904) - o primeiro do país - dividindo o território em três departamentos: o do "Alto Acre", o do "Alto Purus" e o do "Alto Juruá", este último desmembrado para formar o do "Alto Tarauacá" em 1912. A administração departamental exercia-se, até 1921, por prefeitos designados pelo Presidente da República.
 
Essa subjugação causou intensas revoltas da população. Foi o caso da revolta de [[Cruzeiro do Sul (Acre)|Cruzeiro do Sul]], em 1910, que depôs o Prefeito Departamental do Alto Juruá e proclamou criado o Estado do Acre (a chamada Revolta do Alto Juruá). Cem dias depois, entretanto, as tropas federais atacaram os revoltosos e restabeleceram a "ordem" e a tutela. Em 1913, um movimento de revolta ocorreria no Purus, em [[Sena Madureira]], por motivos muito semelhantes ao do Alto Juruá. Em 1918, seria a vez da luta autonomista chegar ao vale do Acre, em [[Rio Branco]], que protestou intensamente contra a manutenção daquela situação de subjugação ao governo federal. Porém ambas as revoltas foram igualmente sufocadas à força pelo governo brasileiro.[[Ficheiro:Cruzeiro do Sul (Acre), Fundo Correio da Manhã - 3.tif|miniaturadaimagem|Cruzeiro do Sul, 1906.|alt=|esquerda]]A partir do fracasso das revoltas, a luta pela autonomia não recorreu mais às armas. Depois disso, a reforma política de 1920 - que unificou as quatro prefeituras departamentais em um único governo territorial - serviu para acalmar o vale do Acre, que foi beneficiado pela reforma, já que, para capital do território, foi escolhida Rio Branco.[[Ficheiro:Rio Branco (AC) - Ao fundo os Campos de Criação de Gado de Mais & Cia.jpg|miniaturadaimagem|Rio Branco, 1930.|alt=|esquerda]]Com a queda do Ciclo da Borracha (1920), o movimento autonomista foi perdendo força, ressurgindo apenas uma década mais tarde, quando a [[Revolução de 1930]] alterou completamente os rumos da república brasileira. Nesse momento, os acrianos acreditaram que poderiam, enfim, conquistar a tão sonhada autonomia. Mas foi em vão.
 
A partir do fracasso das revoltas, a luta pela autonomia não recorreu mais às armas. Depois disso, a reforma política de 1920 - que unificou as quatro prefeituras departamentais em um único governo territorial - serviu para acalmar o vale do Acre, que foi beneficiado pela reforma, já que, para capital do território, foi escolhida Rio Branco.
 
Com a queda do Ciclo da Borracha (1920), o movimento autonomista foi perdendo força, ressurgindo apenas uma década mais tarde, quando a [[Revolução de 1930]] alterou completamente os rumos da república brasileira. Nesse momento, os acrianos acreditaram que poderiam, enfim, conquistar a tão sonhada autonomia. Mas foi em vão.
 
Com a constituição de 1934, o Acre só obteve o direito de eleger dois deputados federais para representá-lo na Câmara Federal, sem alterar o regime de indicação dos governadores do território. Seguiu-se mais um longo período em que as discussões autonomistas não passavam de conversas em intermináveis reuniões e de fundações de agremiações políticas e jornais que tinham como bandeira maior o autonomismo. Multiplicaram-se os simulacros de partidos políticos: Legião Autonomista, Partido Construtor, Partido Autonomista, Partido Republicano do Acre Federal, Comitê Pró-autonomia, etc. Assim como se multiplicavam os títulos de jornais com apelo autonomista, como por exemplo: O Estado, O Autonomista, O Estado do Acre etc.