Arquétipo: diferenças entre revisões

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As origens da hipótese arquetípica datam de [[Platão]]. As ''ideias'' de Platão ou os chamados ''eidos'' platônicos eram formas mentais puras que foram impressas na alma antes de nascer no mundo. Alguns filósofos também traduzem o arquétipo como "essência", a fim de evitar confusão com relação à conceitualização das Formas por Platão.<ref name=":3">{{Citar livro|título=Archetypes of Wisdom: An Introduction to Philosophy, Seventh edition|ultimo=Soccio|primeiro=Douglas J.|ano=2009|localização=Belmont, CA|páginas=128|isbn=9780495603825|publicação=Wadsworth Cengage Learning}}</ref> Embora seja tentador pensar nas Formas como entidades mentais (ideias) que existem apenas em nossa mente, o filósofo insistiu que elas são independentes de quaisquer mentes (atuais).<ref name=":3" /> As Ideias seriam coletivos no sentido de incorporarem as características fundamentais de uma coisa ([[Qualidade (filosofia)|qualidade]] [[Universal (filosofia)|universal]]) e não suas peculiaridades específicas ([[Particular (filosofia)|particulares]]).
 
No diálogo ''[[Parmênides]]'' de Platão, as Ideias primordiais são chamadas na narrativa por Sócrates de "[[Paradigma|paradigmas]]" (''paradeigmata)'':<ref name=":4">{{Citar periódico|ultimo=Stern-Gillet|primeiro=Suzanne|data=2019|titulo=Ὁμοίωσις θεῷ (God-Likeness) in the Theaetetus and in PlotinusSuzanne Stern-Gillet|url=http://ubir.bolton.ac.uk/1764/1/Stern-Gillet%20Suzanne%20Homoiosis%20-%20final%20version.pdf|jornal=Ancient Philosophy|volume=39|numero=1|paginas=89–117|doi=10.5840/ancientphil20193915|issn=0740-2007|acessodata=}}</ref><blockquote>“São como padrões (παραδείγματα) estabelecidos na natureza e outras coisas assemelham-se a eles e são semelhanças; e essa participação das Formas é, por outras coisas, simplesmente estar modelado nelas." -Parmênides 132d</blockquote>Plotino utiliza tanto ''paradeigma'' (παράδειγμα) quanto ''archetypos'' (ἀρχέτυπον) para se referir às Formas.<ref name=":4" /> No século XVII, Sir [[Thomas Browne]] e [[Francis Bacon]] empregam a palavra "arquétipo" em seus escritos; Browne em ''[[ O Jardim de Ciro|The Garden of Cyrus]]'' (1658) tentou descrever arquétipos ao usar nomes próprios simbólicos.
 
Carl Gustav Jung identificou as ideias platônicas como a versão filosófica daquilo que ele incorporou como arquétipos do inconsciente.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Williamson|primeiro=Eugene|data=1985|titulo=Plato's "Eidos" and the Archetypes of Jung and Frye|url=http://www.jstor.org/stable/43797850|jornal=Interpretations|volume=16|numero=1|paginas=94–104|issn=0196-903X|acessodata=}}</ref>
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Na primeira parte de seu ''O Homem e seus Símbolos'' ele afirma:<blockquote>Minhas visões sobre os "remanescentes arcaicos", que chamo de "arquétipos" ou "imagens primordiais", têm sido constantemente criticadas por pessoas que carecem de conhecimento suficiente da psicologia dos sonhos e da mitologia. O termo "arquétipo" é muitas vezes mal interpretado como significando certas imagens ou motivos mitológicos definidos, mas nada mais são do que representações conscientes. Tais representações variáveis não podem ser herdadas. O arquétipo ''é uma tendência a formar essas representações'' de um motivo - representações que podem variar bastante em detalhes sem perder seu padrão básico. </blockquote>Embora haja uma variedade de categorizações de arquétipos, a configuração de Jung é talvez a mais conhecida e serve como base para muitos outros modelos. Os quatro principais arquétipos a emergir de sua obra, que Jung denomina originalmente ''imagens primordiais,'' incluem a [[Anima e Animus|anima/animus]], o [[Self na psicologia junguiana|Si-mesmo]], a [[Sombra (psicologia)|Sombra]] e a [[Persona (psicologia)|Persona]]. Além disso, Jung se referiu às imagens do [[Herói]], do Espírito ou [[Velho sábio|Velho Sábio]], da [[Puer Aeternus|Criança]], da [[Grande Mãe|Mãe]] e da Donzela.<ref>{{Citation|chapter=Archetypes of the Collective Unconscious|publisher=Princeton University Press|isbn=9781400850969|doi=10.1515/9781400850969.3|title=Collected Works of C.G. Jung, Volume 9 (Part 1): Archetypes and the Collective Unconscious|year=2014}}</ref> Ele acreditava que cada mente humana retém esses entendimentos inconscientes básicos da condição humana e do conhecimento coletivo de nossa espécie na construção do [[inconsciente coletivo]]. O núcleo de um [[Complexo (psicologia)|complexo]] é um arquétipo que atrai experiências relacionadas ao seu tema. Ele poderá, então, tornar-se consciente por meio destas experiências associadas.
 
Tornaram-se popularizados também contemporaneamente os modelos neo-arquetípicos, como o dos 12 tipos propostos por [[Carol S. Pearson]] e [[Hugh Marr]]:<ref>{{Citar nameperiódico|ultimo="Faber|primeiro=Michael A.|ultimo2=Mayer|primeiro2=John D.|data=junho de 2009|titulo=Resonance to archetypes in media:1" There’s some accounting for taste|url=https://www.academia.edu/34755127/Faber_Mayer_2009_resonance_to_archetypes_in_media|jornal=Journal of Research in Personality|volume=43|numero=3|paginas=307–322|doi=10.1016/j.jrp.2008.11.003|issn=0092-6566|acessodata=}}</ref>
{{Colunas|col1=Tipos de Ego
 
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== Publicidade ==
Mais tarde, em 1900, um psicólogo vienense chamado Dr. [[Ernest Dichter]] pegou essas construções psicológicas e as aplicou ao marketing. Dichter mudou-se para Nova York por volta de 1939 e enviou a todas as agências de publicidade da Madison Avenue uma carta com sua nova descoberta. Ele descobriu que a aplicação desses temas universais aos produtos promovia uma descoberta mais fácil e uma maior lealdade às marcas. <ref>{{Citar jornal|titulo=Retail therapy. How Ernest Dichter, an acolyte of Sigmund Freud, revolutionised marketing|url=http://www.economist.com/node/21541706|citação=In 1939 he wrote to six big American companies, introducing himself as 'a young psychologist ...|jornal=[[The Economist]]}}</ref>
 
== Crítica literária arquetípica ==