Constâncio II: diferenças entre revisões

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A campanha de 351 contra Magnêncio não começou bem para Constâncio: as suas tropas tentaram penetrar na [[Itália]] através dos [[Alpes Julianos]], mas foram derrotados em Atrans (Trojane, [[Eslovénia]]) e forçado a recuar. Magnêncio ordenou a uma parte do seu exército para avançar ao longo do [[Rio Sava|Sava]], penetrando na [[Panónia]]. Aqui foi acompanhado por um emissário de Constâncio, o [[Prefeito do pretório|prefeito pretoriano]] [[Filipo (prefeito pretoriano)|Filipo]], que levou a proposta de Constâncio: Magnêncio iria retirar-se na [[Gália]], renunciando a avançar novamente e Constâncio iria conceder-lhe a paz. A verdadeira intenção do prefeito de Constâncio foi, no entanto, investigar o estado das tropas do usurpador;<ref>Zosimo, Ἱστορία νέα</ref> na mesma ocasião Filipo foi capaz de arengar soldados a Magnêncio, o que provocou a sua ingratidão para com a [[dinastia constantiniana]]. Magnêncio, em resposta, avançou sobre Síscia e conquistou-a; finalmente, dirigiu-se para Mursa. Constâncio reagiu fazendo avançar as suas forças sob o mesmo objectivo, onde houve uma batalha decisiva. Na batalha que se seguiu de [[batalha de Mursa Maior|Mursa Maior]] (28 de setembro de 351) a vitória foi para Constâncio, apesar da enorme perda de ambos os exércitos, o eco que permaneceu na literatura contemporânea;<ref name=":4">Zosimo, ii.50.4;Aurelio Vittore, xlii.4;Eutropio, x.12.1.</ref> o dia foi decidido pela traição da cavalaria de Magnêncio, comandada por [[Silvano (usurpador)|Claudio Silvano]], que passou-se para Constâncio, talvez por causa do argumento apresentado por Filipo no campo da Magnêncio. A propaganda que desejava Constâncio, lutador com o apoio divino, foi aumentada pelo fato de que o imperador deixou a batalha para ir rezar no túmulo de um mártir nas proximidades e pela declaração do bispo de Mursa, Valente, que disse que ele recebeu a notícia da vitória de Constâncio diretamente de um anjo.<ref>Valente ebbe notevoli vantaggi negli anni a venire dall'influenza che esercitò su Costanzo a seguito di questa dichiarazione.</ref>{{sfn|Bury|1925|p=20}}
 
Constâncio passou o inverno de 351/352 em Sírmio, tendo de seguida, retomado a campanha expulsando Magnêncio de Aquileia e forçando-o a voltar para a Gália. Em [[Mediolano]] ([[Milão]]) com um decreto revogou as decisões do "tirano",<ref>{{citar web|url = https://it.wikipedia.org/wiki/Codice_teodosiano|título = Codice teodosiano|data = 3/04/2015|acessadoem = 14/05/2015}}</ref> enquanto o novo [[prefeito urbano]], [[Nerácio Cereal]] (com quem ele era aparentado pela mãe de Galo), lhe dedicadadedicara uma estátua em Roma, que o celebrava como "restaurador da cidade de Roma e do mundo e destruidor da tirania pestilenta";<ref>{{citar web|url = http://db.edcs.eu/epigr/epi_einzel_it.php?p_belegstelle=CIL+06%2C+01158&r_sortierung=Belegstelle|título = Epigraphik-Datenbank Clauss/Slaby EDCS|data = }}</ref> a notícia da acusação contra [[Clódio Celsino Adélfio]], prefeito da Magnêncio, de conspirar contra o usurpador e o fato de que a sua esposa [[Faltônia Betícia Proba|Faltónia Betícia Proba]] havia depois composto um poema celebrando a vitória de Constâncio sobre Magnêncio é uma indicação da aliança entre Constâncio e a aristocracia senatorial romana. A segunda pista é o prémio ao representante senatorial [[Vitrásio Órfito]] do comando da frota de Miseno e Ravena, que Constâncio só poderia controlar após a conquista da Itália, com a qual o imperador recuperou a posse das províncias da [[África (província romana)|África]].{{sfn|Bury|1925|p=21}}
 
O ano de 353 viu o fim da aventura de Magnêncio. A propaganda dinástica de Constâncio teve o seu auge quando o César de Magnêncio, [[Decêncio]], retornando com o seu exército de uma derrota contra os [[Alamanos]],<ref name=":3">{{citar web|url = https://it.wikipedia.org/wiki/Ammiano_Marcellino|título = Ammiano Marcellino|data = |volume = xvi. 12.5.}}</ref> tinha negado o acesso a [[Tréveris]],<ref name=":3" /> cidade que devia a sua prosperidade ao ser escolhida como a capital pelos [[Dinastia constantiniana|constantinianos]], e que nesta ocasião abandonou o usurpador. Magnêncio foi forçado a lutar na Batalha de Monte Seleuco, onde foi derrotado; suicidou-se em Lyon a 10 de agosto e a sua cabeça foi levada pela cidade para mostrar a sua derrota.<ref name=":3" /> Constâncio passou em [[Arles]] o inverno, comemorando simultaneamente a derrota do usurpador e o trigésimo aniversário da sua eleição como César.{{sfn|Bury|1925|p=22}}