Isaac Benzecry: diferenças entre revisões
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'''Isaac Jacob Benzecry''' ([[Belém (Pará)|Belém]], [[22 de fevereiro]] de [[1908]] – [[Rio de Janeiro]], [[10 de janeiro]] de [[1991]]) foi um pioneiro [[
Fundador de duas tradicionais empresas amazonenses, a [[CIEX]], empresa exportadora de [[Bertholletia excelsa|castanha-do-brasil]], e a
Segundo dados do ComexStat, sistema do [[Ministério da Economia (Brasil)|Ministério da Economia]] para consultas e extração de dados do comércio exterior, o [[Brasil]] exportou, de castanha-do-brasil, com e sem casca, os montantes de [[Dólar dos Estados Unidos|US$]] 21.073.888,00 em [[2019]] e US$ 59.023.118,00 em [[2018]], mostrando ser o mercado ainda bastante rentável, apesar da concorrência de outros países amazônicos, como a [[Bolívia]].<ref>{{citar web|título=ComexStat|url=http://comexstat.mdic.gov.br/pt/home|obra=Portal para acesso gratuito às estatísticas de comércio exterior do Brasil |acessodata=4 de junho de 2020}}</ref>
==Início da vida==
Descendente de duas famílias de imigrantes judeus marroquinos, Isaac Jacob Benzecry nasceu em [[Belém (Pará)|Belém]], terceiro filho de Jacob Messod Benzecry e Esther Larrat Benzecry. Seu pai, filho de Messod e Sol Benzecry, nasceu em [[Tetuão|Tétouan]], Marrocos, chegando ao Brasil acompanhado do irmão, José, em [[1892]]. Já a sua mãe, contudo, filha dos marroquinos Abraham e Rachel Larrat, nasceu em [[Cametá]], cidade paraense no [[
==Carreira==
===Uma rápida Jornada pelo Nordeste===
Depois de passar toda a sua infância em [[Belém (Pará)|Belém]] e viajar pela [[Amazônia]] a bordo de um vapor, Isaac Benzecry resolveu estabelecer-se em [[1926]] no [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste brasileiro]]
===Rumo ao coração da Amazônia===
Impactado pela crise global internacional, Isaac Benzecry vendeu o que pôde no Piauí e embarcou, já casado e com filho, para Manaus, cidade mais próxima do epicentro de produção dos produtos que comercializava. Importante esclarecer que encerrado o ciclo da borracha, ainda perdurou por alguns anos a hegemonia dos comerciantes daquele período no Amazonas, classificado esse período da economia local como a “era dos jotas”. Já nas décadas seguintes, e fortemente ligados ao extrativismo vegetal, surgem novos agentes que marcariam a [[História]] como precursores do desenvolvimento industrial regional, cujas atividades incluiriam o beneficiamento de castanha-do-brasil, a fiação e tecelagem de juta e a curtição de couros.<ref>{{citar livro |ultimo=BENCHIMOL |primeiro=Samuel |data=2010 |titulo=Amazônia: um pouco-antes e além-depois |url= |local=Manaus |editora=Ed. da Universidade Federal do Amazonas |pagina=54 |isbn=}}</ref>
É dentro desse cenário promissor que Isaac Benzecry chega à capital amazonense na segunda metade da [[Década de 1930|década de 30]]. Com o enfraquecimento de gigantes do sistema de aviamento, como [[Joaquim Gonçalves Araújo| J. G. Araújo]], J. S. Amorim e J. A. Leite, o jovem comerciante institui a firma individual ''I. J. Benzecry''. Segundo anúncios da época, tal firma era agente e importadora de [[rádios]] da marca [[Philco]], tendo sido uma das maiores vendedoras de tal produto para a [[Copa do Mundo FIFA de 1938]]. Além do mais, nesse período vendia também os refrigeradores [[Crosley Shevaldor]], as [[Máquina de escrever|máquinas de datilografia]] da ''Woodstock Typewriter Co.'' e os ''jeeps'' da [[Willys Overland]].<ref>{{citar livro |ultimo=BENCHIMOL |primeiro=Samuel |data=1994 |titulo=Judeus no ciclo da borracha |url= |local=Manaus |editora= |pagina=74 |isbn=}}</ref>
===Empreendedorismo===
No começo dos anos 50, [[Abraham Pazuelo]] resolveu deixar a sociedade para montar seu próprio negócio de gêneros regionais e usina de castanha e, dessa forma, a sua participação foi adquirida por Isaac J. Benzecry.
A partir de então, a [[CIEX]] entrou firme no negócios de exportação, tornando-se uma das principais empresas do Amazonas. Nesse período, Isaac J. Benzecry ao lado de [[Isaac Benayon Sabbá]], passava a liderar a economia local, pois inovou com a evidência de que o mercado local precisava se reinventar e acompanhar as inovações tecnológicas. [[Imagem: Isaac e pasrceiros na ciex.jpg|miniatura|direita|Isaac Benzecry na [[CIEX]]|ligação=Special:FilePath/Isaac_e_pasrceiros_na_ciex.jpg]]
Isaac J. Benzecry construiu duas fábricas para beneficiamento de castanha , lutando pioneiramente para que esse processo fosse feito mecanicamente, importando inclusive máquinas dos [[Estados Unidos]] e da [[Suíça]]. Nessa época, ele também instalou um curtume para curtição de peles de jacaré, quando esses animais, pela grande quantidade e sua rápida reprodução, constituíam uma grave ameaça às populações ribeirinhas.
Com as leis de proteção à fauna, o Curtume deixou de curtir essas peles e foi sistematicamente encerrando suas atividades, que era umas das principais fontes de arrecadação para o setor público na época. Nesse mesmo período, ele instalou uma fábrica para lavar borracha, outra para a desidratação de sorva, e usinas de destilação de pau rosa. Ele também atuou na indústria da madeira e cerâmica. <ref>{{citar livro |ultimo=
===Globalização da Amazônia===
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No mesmo ano, Isaac J. Benzecry fundou a Empresa Indústria de Juta S/A - [[Jutal]], fábrica de fiação de tecelagem, instalando em Coari e Itacoatiara, Usinas de Prensagem de [[Juta]] e [[Malva]], com máquinas e prédios próprios para essa atividade. Com a criação da [[Zona Franca de Manaus]], Isaac J. Benzecry participou do comércio de importação, abrindo 3 lojas no centro da capital. No entanto, ele preferiu concentrar seus esforços na expansão das suas duas principais empresas a [[Jutal]] e a [[Ciex]].
Com isso, até o final de sua vida, a missão de Isaac J. Benzecry passou a ser “industrializar, comercializar e desenvolver a Amazônia para o mundo.” Suas atividades impulsionaram a produção no [[Amazonas]], contribuindo para a fixação e conexão do homem no interior da Amazônia para o mundo. Suas fábricas e comércios, que sempre foram parte do grande mercado de trabalho de [[Manaus]], em certos momentos, empregando mais de 2 mil pessoas. <ref>{{citar livro |ultimo=
==Vida Pessoal==
===Casamento e Família===
Cumprido seu dever e sua missão, Isaac Benzecry morreu em 1991, aos 82 anos. Enquanto viveu foi exemplo de pai de família. Casado com a D. Gimol Benchimol, com quem teve 3 filhos, que lhes deram 9 netos, e estes, 21 bisnetos e mais 5 trinetos. Era um amante do esporte, exímio cavaleiro e jogador de tênis. <ref>{{citar livro |ultimo=
===Legado===
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==Honras==
Em 1966, lhe foi conferido o Diploma de Industrial do ano pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas e em 1987, foi agraciado pelas Associação Comercial do Amazonas, com a Medalha do Mérito Empresarial “J. G. Araujo.” <ref>{{citar livro |ultimo=
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