Engenho Jaguaribe: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Águas da mares do rio timbó abreu e lima pe brasil.jpg|miniaturadaimagem|Mangue no rio Timbó, em Abreu e Lima, Pernambuco]]
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[[Ficheiro:Mapa de Abreu e Lima (2).png|miniaturadaimagem|Localização do Município de Abreu e Lima, PE.|alt=]][[Ficheiro:Águas da mares do rio timbó abreu e lima pe brasil.jpg|miniaturadaimagem|Mangue no Rio Timbó, Abreu e Lima, PE.|alt=|184x184px]]O '''Engenho Jaguaribe''' foi umaum [[Engenho de açúcar no Brasil colonial|engenho de açúcar]] colonial fundadafundado na [[Capitania de Pernambuco|Capitânia de Pernambuco]] por volta do ano de 1548, no termo da antiga Vila de ''[[Igarassu]]''. Hoje, suas ruínas estão situadas no município de [[Abreu e Lima]], [[Pernambuco]]. A jazida foi registrada como '''Sítio Arqueológico Engenho Jaguaribe''' por arqueólogos da [[Universidade Federal de Pernambuco]] (UFPE). Jaguaribe é o nome de um dos riachos que são afluentes do [[Rio Timbó (Paulista)|Rio Timbó]]. Em tupi, ''Jaguaribe'' é a corruptela portuguesa do nome ''Yaguár-y-pe'', que significa: ''Rio do Jaguar'', ou, ''Rio da Onça''. Hoje. Hoje, esse riacho tem dois nomes: ''Barro Branco'' ou ''Riacho Jaguaribe''.<ref name="IBGE">{{Citar web|url=https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31374|título=A faiança fina e o comportamento de consumo na Fazenda São Bento e Engenho Jaguaribe no século XVIII-XIX na sesmaria Jaguaribe, litoral norte de Pernambuco|publicado=Repositório Digital da UFPE|acessodata=18 de junho de 2020}}</ref>
 
== Histórico ==
[[Ficheiro:George Marcgraf - Mapa de Pernambuco incluindo Itamaracá, 1643.jpg|miniaturadaimagem|''Map of Pernambuco including Itamaracá'', 1643.|335x335px]]
[[Ficheiro:Frans Post - Engenho II (IRB).jpg|miniaturadaimagem|Engenho de açúcar colonial de Pernambuco, segundo Frans Post, século XVII.]]
Segundo Pereira da Costa, em sua obra '''[[Anais Pernambucanos]]''', em 24 de julho de 1540, [[Duarte Coelho]], Donatário da Capitânia de Pernambuco, doa uma [[sesmaria]] ao feitor e almoxarife da fazenda real ''Vasco Fernandes de Lucena'' e aos seus filhos e filha. Essa sesmaria tinha uma [[légua]] de terra em quadra. Outra característica da doação é o fato das terras terem sido doadas com isenções de impostos, pois, o documento estabelece que as terras estavam livres do pagamento de quaisquer obrigações e de fôros. Essa [[Carta de Doação|carta de doação]] foi registada no ''Livro do Tombo'' por Bartolomeu Dias, ''Escrivão das Sesmarias''. Segundo Pereira da Costa, essa foi a única carta de doação encontrada com a assinatura do primeiro donatário. No ano de '''1548''', em suas ''Cartas a El Rei'', o donatário pede autorização para a fundação de um engenho. Para realizar a obra, também pede isenção de impostos sobre uma remessa de [[Paubrasilia echinata|pau-brasil]] como forma de provisão para auxiliar Vasco Fernandes de Lucena na fundação deste engenho em suas ''terras do Jaguaribe''. Nascia então, um dos primeiros engenhos de açúcar fundados na Colônia do Brasil. Com a morte de Vasco Fernandes de Lucena, seus herdeiros (a viúva ''Dona Beatriz Dias'' e seus filhos: ''Sebastião Fernandes'', ''Francisco Fernandes de Lucena'' e ''Dona Clara Fernandes'', representada pelo marido ''Cristóvão Quixada'') solicitam a '''Demarcação Judicial das terras de Jaguaribe''', através de um requerimento do ano de '''1573''', direcionado a ''Antônio Salema'', Ouvidor Geral do Brasil, situado na Capitânia de Pernambuco. Nesse momento, 400 braças de terras em Jaguaribe, passam para a posse do [[Basílica e Mosteiro de São Bento (Olinda)|Mosteiro de São Bento de Olinda]], conforme venda ou doação efetuada no ano de 1566 por Vicente Fernandes, que teria recebido essa porção de terras através de doação efetuada por [[Duarte Coelho de Albuquerque]], segundo Donatário de Pernambuco.
 
Segundo Pereira da Costa, em sua obra '''[[Anais Pernambucanos]]''', em 24 de julho de 1540, [[Duarte Coelho]], Donatário da CapitâniaCapitania de Pernambuco, doa uma [[sesmaria]] ao feitor e almoxarife da fazenda real ''Vasco Fernandes de Lucena'' e aos seus filhos e filha. Essa sesmaria tinha uma [[légua]] de terra em quadra. Outra característica da doação é o fato das terras terem sido doadas com isenções de impostos, pois, o documento estabelece que as terras estavam livres do pagamento de quaisquer obrigações e de fôros. Essa [[Carta de Doação|carta de doação]] foi registada no ''Livro do Tombo'' por Bartolomeu Dias, ''Escrivão das Sesmarias''. Segundo Pereira da Costa, essa foi a única carta de doação encontrada com a assinatura do primeiro donatário. No ano de '''1548''', em suas ''Cartas a El Rei'', o donatário pede autorização para a fundação de um engenho. Para realizar a obra, também pede isenção de impostos sobre uma remessa de [[Paubrasilia echinata|pau-brasil]] como forma de provisão para auxiliar Vasco Fernandes de Lucena na fundação deste engenho em suas ''terras do Jaguaribe''. Nascia então, um dos primeiros engenhos de açúcar fundados na Colônia do Brasil. Com a morte de Vasco Fernandes de Lucena, seus herdeiros (a viúva ''Dona Beatriz Dias'' e seus filhos: ''Sebastião Fernandes'', ''Francisco Fernandes de Lucena'' e ''Dona Clara Fernandes'', representada pelo marido ''Cristóvão Quixada'') solicitam a '''Demarcação Judicial das terras de Jaguaribe''', através de um requerimento do ano de '''1573''', direcionado a ''Antônio Salema'', Ouvidor Geral do Brasil, situado na CapitâniaCapitania de Pernambuco. Nesse momento, 400 braças de terras em Jaguaribe, passam para a posse do [[Basílica e Mosteiro de São Bento (Olinda)|Mosteiro de São Bento de Olinda]], conforme venda ou doação efetuada no ano de 1566 por Vicente Fernandes, que teria recebido essa porção de terras através de doação efetuada por [[Duarte Coelho de Albuquerque]], segundo Donatário de Pernambuco.
Nas primeiras décadas do '''século XVII''' a posse das terras da '''Sesmaria Jaguaribe''' são parceladas e passam por diferentes proprietários, como: ''Francisco Gomes Flores'' no ano de 1623, quando o engenho já possuía uma capela dedicada a [[Santo António de Lisboa|Santo Antônio]]. Em '''1630''', ocorre a invasão holandesa. Durante a guerra de conquista muitas edificações são destruídas, inclusive o Mosteiro de São Bento. Com a edificação parcialmente destruída, seus monges fogem para suas propriedades em Mussurepe, Itapacurá e Vila do [[Ipojuca]]. Nesse mesmo ano, a viúva de ''Flores'', arrenda o engenho para ''Antônio da Rocha Bezerra'', que é arrolado como devedor aos holandeses, ou seja, devia 3.060 florins a [[Companhia Holandesa das Índias Ocidentais]] (em [[Língua holandesa|holandês]]: ''West-Indische Compagnie'' ou WIC), empresa que governava a conquista das capitânias nordestinas. Em '''1639/40''' o relatório do Conselheiro ''Adriaen van der Dussen'', relata que o Engenho Jaguaribe está em atividade e moendo. No ano de '''1647''', o engenho foi evacuado e depois passou as mãos de ''Paulo de Almeida e Souza'', que também vendeu um ''partido de cana'' do engenho para os monges beneditinos.
[[Ficheiro:George Marcgraf - Mapa de Pernambuco incluindo Itamaracá, 1643.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|''Map of Pernambuco including Itamaracá'', 1643.|335x335px300px]]
 
Nas primeiras décadas do '''século XVII''' a posse das terras da '''Sesmaria Jaguaribe''' são parceladas e passam por diferentes proprietários, como: ''Francisco Gomes Flores'' no ano de 1623, quando o engenho já possuía uma capela dedicada a [[Santo António de Lisboa|Santo Antônio]]. Em '''1630''', ocorre a invasão holandesa. Durante a guerra de conquista muitas edificações são destruídas, inclusive o Mosteiro de São Bento. Com a edificação parcialmente destruída, seus monges fogem para suas propriedades em Mussurepe, Itapacurá e Vila do [[Ipojuca]]. Nesse mesmo ano, a viúva de ''Flores'', arrenda o engenho para ''Antônio da Rocha Bezerra'', que é arrolado como devedor aos holandeses, ou seja, devia 3.060 florins a [[Companhia Holandesa das Índias Ocidentais]] (em [[Língua holandesa|holandês]]: ''West-Indische Compagnie'' ou WIC), empresa que governava a conquista das capitâniascapitanias nordestinas. Em '''1639/40''' o relatório do Conselheiro ''Adriaen van der Dussen'', relata que o Engenho Jaguaribe está em atividade e moendo. No ano de '''1647''', o engenho foi evacuado e depois passou as mãos de ''Paulo de Almeida e Souza'', que também vendeu um ''partido de cana'' do engenho para os monges beneditinos.
Após a expulsão dos Holandeses no ano de '''1654''', a capitânia passa por uma fase de reconstrução, estando a produção agrícola bastante limitada devido a destruição de vários engenhos. Segundo o Livro do Tombo do Mosteiro de São Bento, em 7 de janeiro de 1660, ''Dona Inês de Oliveira'', em troca de missas por sua alma faz doação de terras de Jaguaribe ao mosteiro. Aos poucos, a ordem beneditina vai consolidando sua posse sobre boa parte das terras da ''Sesmaria Jaguaribe''. No ano de 1660, a [[Ordem de são bento|Ordem de São Bento]] teria ocupado a sede do engenho. Não fugindo a regra, a sede do Engenho Jaguaribe, assim como muitos outros engenhos seiscentistas, foi arruinada durante as batalhas de expulsão dos holandeses. No caso do Engenho Jaguaribe, não se sabe se a destruição de sua sede foi fruto do abandono ou decorrente de sabotagens de guerra (https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/179485). Segundo a documentação histórica, um dos colonos que mais lucraram com a ''Guerra Holandesa'', foi o escabino [[João Fernandes Vieira]]. Durante a [[Insurreição Pernambucana]], ''Vieira'' comandou tropas e chegou a ser nomeado Mestre-de-Campo, além de se livrar das dividas com a WIC. No período da reconstrução, Fernandes Vieira foi nomeado ''Governador Capitão da [[Capitania da Paraíba|Capitânia da Paraíba]]'' e em seguida ''Capitão-General de [[Angola]]'', onde atuou no [[Comércio atlântico de escravos|tráfego negreiro]] do Atlântico. Esse madeirense, adquiriu extensas porções de terras na área da ''Sesmaria Jaguaribe'' e ''Maranguape''. Em seu testamento do ano de '''1671''', está arrolado a posse do ''Engenho Jaguaribe''. Nesse documento, relata-se que a fábrica do engenho estava "deitada ao chão", restando no local, apenas algumas ferragens e cobres relativas a produção do açúcar. Mesmo assim, anos mais tardes, o Mosteiro de São Bento confirma a posse das terras do engenho e funda nas terras da ''Sesmaria Jaguaribe'', a ''Fazenda de São Bento'', que tinha a função de gerar renda e víveres para o mosteiro em [[Olinda]], que voltou a ser ocupado após a expulsão dos holandeses. Ao longo do século XIII, não existe registros sobre o engenho.
[[Ficheiro:Frans Post - Engenho II (IRB).jpg|miniaturadaimagem|Engenho de açúcar colonial de Pernambuco, segundo Frans Post, século XVII.]]
 
Após a expulsão dos Holandeses no ano de '''1654''', a capitâniacapitania passa por uma fase de reconstrução, estando a produção agrícola bastante limitada devido a destruição de vários engenhos. Segundo o Livro do Tombo do Mosteiro de São Bento, em 7 de janeiro de 1660, ''Dona Inês de Oliveira'', em troca de missas por sua alma faz doação de terras de Jaguaribe ao mosteiro. Aos poucos, a ordem beneditina vai consolidando sua posse sobre boa parte das terras da ''Sesmaria Jaguaribe''. No ano de 1660, a [[Ordem de são bento|Ordem de São Bento]] teria ocupado a sede do engenho. Não fugindo a regra, a sede do Engenho Jaguaribe, assim como muitos outros engenhos seiscentistas, foi arruinada durante as batalhas de expulsão dos holandeses. No caso do Engenho Jaguaribe, não se sabe se a destruição de sua sede foi fruto do abandono ou decorrente de sabotagens de guerra (https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/179485). Segundo a documentação histórica, um dos colonos que mais lucraram com a ''Guerra Holandesa'', foi o escabino [[João Fernandes Vieira]]. Durante a [[Insurreição Pernambucana]], ''Vieira'' comandou tropas e chegou a ser nomeado Mestre-de-Campo, além de se livrar das dividas com a WIC. No período da reconstrução, Fernandes Vieira foi nomeado ''Governador Capitão da [[Capitania da Paraíba|Capitânia da Paraíba]]'' e em seguida ''Capitão-General de [[Angola]]'', onde atuou no [[Comércio atlântico de escravos|tráfego negreiro]] do Atlântico. Esse madeirense, adquiriu extensas porções de terras na área da ''Sesmaria Jaguaribe'' e ''Maranguape''. Em seu testamento do ano de '''1671''', está arrolado a posse do ''Engenho Jaguaribe''. Nesse documento, relata-se que a fábrica do engenho estava "deitada ao chão", restando no local, apenas algumas ferragens e cobres relativas a produção do açúcar. Mesmo assim, anos mais tardes, o Mosteiro de São Bento confirma a posse das terras do engenho e funda nas terras da ''Sesmaria Jaguaribe'', a ''Fazenda de São Bento'', que tinha a função de gerar renda e víveres para o mosteiro em [[Olinda]], que voltou a ser ocupado após a expulsão dos holandeses. Ao longo do século XIII, não existe registros sobre o engenho.
No ano de 1812, o inglês [[Henry Koster (pintor)|Henry Koster]], arrenda o ''Engenho Jaguaribe''. Porém, devido a problemas com os antigos proprietários e pelas dificuldades de contratação de lavradores indígenas livres de [[Alhandra (Paraíba)|Alhandra]], o inglês só consegue realizar a colheita de uma safra. Abandona o contrato e muda-se para a [[Ilha de Itamaracá]], indo plantar cana em parceria nas terras do ''Amparo''. Nascido em Portugal e educado na Inglaterra, viveu na Capitânia de Pernambuco entre os anos de 1809 a 1820, quando faleceu na cidade do Recife. Em 1816, Koster publica em Londres, um livro intitulado: VIAGENS AO NORDESTE DO BRASIL. A obra teve 7 edições até o ano de 1846. Foi editada tando em cidades da Europa como teve uma edição nos EUA. Do ano de 1898 até 2002, o livro teve mais 4 edições, todas impressas no Brasil. Neste livro, o autor descreve o seu encanto pelas paisagens dos trópicos, sobre o modo de vida dos brasileiros, as técnicas agrícolas, as festividades e sobre o fervor religioso dos distintos grupos sociais. Em um dos relatos sobre o ''Engenho Jaguaribe'', diz:[[Ficheiro:Folha de rosto livro HENRY KOSTER, 1817.jpg|miniaturadaimagem|Folha de rosto da primeira edição do livro de Henry Koster, publicado em Londres no ano de 1817. |210x210px]]
 
No ano de 1812, o inglês [[Henry Koster (pintor)|Henry Koster]], arrenda o ''Engenho Jaguaribe''. Porém, devido a problemas com os antigos proprietários e pelas dificuldades de contratação de lavradores indígenas livres de [[Alhandra (Paraíba)|Alhandra]], o inglês só consegue realizar a colheita de uma safra. Abandona o contrato e muda-se para a [[Ilha de Itamaracá]], indo plantar cana em parceria nas terras do ''Amparo''. Nascido em Portugal e educado na Inglaterra, viveu na CapitâniaCapitania de Pernambuco entre os anos de 1809 a 1820, quando faleceu na cidade do Recife. Em 1816, Koster publica em Londres, um livro intitulado: VIAGENS AO NORDESTE DO BRASIL. A obra teve 7 edições até o ano de 1846. Foi editada tando em cidades da Europa como teve uma edição nos EUA. Do ano de 1898 até 2002, o livro teve mais 4 edições, todas impressas no Brasil. Neste livro, o autor descreve o seu encanto pelas paisagens dos trópicos, sobre o modo de vida dos brasileiros, as técnicas agrícolas, as festividades e sobre o fervor religioso dos distintos grupos sociais. Em um dos relatos sobre o ''Engenho Jaguaribe'', diz:[[Ficheiro:Folha de rosto livro HENRY KOSTER, 1817.jpg|miniaturadaimagem|Folha de rosto da primeira edição do livro de Henry Koster, publicado em Londres no ano de 1817. |210x210px]]
[[Ficheiro:Folha de rosto livro HENRY KOSTER, 1817.jpg|miniaturadaimagem|200px|esquerda|Folha de rosto da primeira edição do livro de Henry Koster, publicado em Londres no ano de 1817.]]
 
"''Pelos meados de maio mudei-me para o Jaguaribe. O caminho passa pela propriedade de Paulista e depois Paratibe'' (...) ''Diante de mim a casinha, com suas senzalas, rodeadas de bananeiras e situada na projeção da colina. Além à esquerda, no vale estreito e longo, erguiam-se as casas do Jaguaribe, no campo aberto, com a colina por trás e o riacho na frente.'' Pela direita, na várzea profunda, estende-se um comprido trecho pouco arborizado, e sempre à destra, para diante, estão os numerosos mangues (...). ''Do outro lado, ainda perto, eleva-se o pico de São Bento'' [onde situava-se a sede da Fazenda São Bento, que hoje, também é uma ruína que forma um sítio arqueológico]. ''São terras de mandioca e de milho, floresta, e uma picada que leva, serpentando, ao cimo da elevação''. ''(...)''
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No começo do '''século XX''', as terras do engenho passaram a ser ocupadas por agricultores e por trabalhadores da ''Companhia de Tecidos Paulista,'' que deste o ano de 1907, ergueu no centro da cidade do [[Paulista (Pernambuco)|Paulista]], duas enormes fábricas e vilas de operários. Essa atividade industrial teve impacto sobre a área do engenho, durante as pesquisas arqueológicas na área da casa-grande do ''Engenho Jaguaribe'', foram localizados tijolos com a marca da CTP. Segundo relatos, naquele momento a casa-grande foi adequada para servir de moradia para operários do parque têxtil. Porém, na década de 1980, a casa-grande arruinou-se novamente. Seus vestígios demonstram cinco distintas fases ocupação, que estão bem delimitadas através de diferentes técnicas construtivas (pedra, alvenaria mista, taipa e duas fases em alvenaria).[[Ficheiro:Ruínas da Casa-grande do Engenho Jaguaribe, Abreu e Lima, PE.jpg|miniaturadaimagem|Ruínas da casa-grande do Engenho Jaguaribe, 2020.|alt=]]
 
 
'''Pesquisa Arqueológica'''
 
Hoje, a área do ''Sítio Arqueológico Engenho Jaguaribe'', sofre forte avanço urbano através da implantação de loteamentos e construção de casas para residências. As ruínas do engenho foram descobertas no ano de 2003, durante os levantamentos realizados pelo Programa Jaguaribe, que descobriu e cadastrou mais de 27 sítios arqueológicos na área da antiga ''Sesmaria Jaguaribe. Assim, foi possível delimitar que as terras da sesmaria se distribuíam pelos atuais municípios de [[Igarassu]], [[Abreu e Lima]] e [[Paulista (Pernambuco)|Paulista]]''. Além dos sítios arqueológicos históricos, foram descobertos sítios do tipo: aldeias indígenas pré-históricas e aldeias dos períodos do contato. Desta forma, a região foi declarada '''Área Arqueológica''' com '''alto grau de interesse a preservação'''. Desde então, a área da Sesmaria Jaguaribe tem sido palco de várias pesquisas arqueológicas, que geraram seminários científicos e vários artigos e trabalhos acadêmicos em nível de graduação, mestrado e doutorado. O ''Programa Jaguaribe'' é coordenado pela arqueóloga e ''Prof. Dr. Claudia Alves'', da UFPE e visa a conservação da área através do desenvolvimento de oficinas de educação patrimonial, projetos ambientais, realização de seminários, sinalização dos sítios e demais atividades que buscam integrar a comunidade ao uso sustentável dos sítios arqueológicos.
 
<references group="https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31374" />
== Ver também ==
 
* [[Engenho de açúcar]]
* [[Ciclo do Açúcar]]
 
{{Referências}}
 
[[Categoria:Sítios arqueológicos do Brasil]]