Esther de Figueiredo Ferraz: diferenças entre revisões

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===A nomeação ao Ministério da Educação e Cultura (MEC)===
Enquanto desempenhava as funções como advogada e professora, Esther de Figueiredo Ferraz recebeu o convite para assumir o [[Ministério da Educação e Cultura|Ministério da Educação e Cultural]] (MEC), no lugar do [[general]] [[Rubem Ludwig]], em decorrência de uma pequena reforma ministerial que ocorreu durante o governo do presidente [[João Figueiredo|João Batista Figueiredo]] ([[1979]]-[[1985]]). A indicação veio do próprio general Ludwig, que deixou o MEC para se reincorporar à carreira militar. No entanto, o nome do jurista e ex-reitor da USP, [[Miguel Reale]], foi também uma das opções, indicado pelo general [[Otávio Aguiar de Medeiros]], chefe do [[Serviço Nacional de Informações]] (SNI). Depois de uma disputa entre os dois generais, o nome de Figueiredo de Ferraz foi confirmado, garantindo uma vitória para o grupo político do ex-presidente [[Ernesto Geisel]] ([[1975]]-[[1979]]), do qual Ludwig fazia parte.<ref name=":0" />
 
Antes mesmo da posse, a escolha de Esther para o MEC já havia se tornado uma unanimidade nacional, já que a primeira mulher a ocupar um ministério atraiu a simpatia de vários grupos [[Feminismo|feministas]] que atuavam no país na época. Em destaque, o Movimento da Mulher Democrática Social, ala feminina do [[Partido Democrático Social]] (PDS), liderado por [[Eunice Michiles]], senadora do [[Amazonas]] e primeira mulher a ocupar um cargo no [[Senado]].<ref name=":0" />
Por outro lado, a oposição interpretou a nomeação da professora e advogada como uma tentativa de conquistar a afinidade feminina para os candidatos do partido PDS nas eleições para os governos dos estados, que aconteceria em [[novembro]]. A futura ministra, no entanto, contestou afirmando que nunca teve "atuação político-partidária".<ref name=":0" />
 
Figueiredo de Ferraz se reuniu com o general Ludwig, antes de assumir, para tratar dos assuntos relacionados à passagem da pasta. Além de comprometer-se a manter as diretrizes do antecessor, concordando com a indicação de Ludwig do coronel Sérgio Pasquali para o cargo de [[secretário-geral]] do ministério, Esther definiu como metas no âmbito da política para a educação metas como a reforma das [[Universidade federal|universidades federais]], a ampliação do [[ensino superior]], mudanças do programa de crédito educativo e a elaboração do orçamento para [[1983]].<ref name=":0" />
Por outro lado, a oposição interpretou a nomeação da professora e advogada como uma tentativa de conquistar a afinidade feminina para os candidatos do partido PDS nas eleições para os governos dos estados, que aconteceria em [[novembro]]. A futura ministra, no entanto, contestou afirmando que nunca teve "atuação político-partidária".<ref name=":0" />
 
Reitores de universidades federais apoiaram a indicação, destacando as qualidades profissionais da futura ministra. Ao mesmo tempo, líderes feministas enxergaram na nomeação da professora uma sinal positivo e determinante para a participação da mulher em cargos de caráter decisório. Apesar do amplo apoio no ambiente educacional, Esther sofreu oposição entre alguns reitores de universidades federais que criticavam uma de suas metas de decretar o fim do ensino público superior gratuito. Em relação à importância que a [[cultura]] teria no [[ministério]], ela declarava-se uma pessoa ligada à arte e dizia que a cultura não seria negligenciada. Autoproclamada [[Liberalismo|liberal]], Figueiredo de Ferraz não acreditava que os estudantes causariam problemas ou dificuldades, devido ao seu bom relacionamento com o meio estudantil no período em que foi reitora da [[Universidade Presbiteriana Mackenzie]], em [[1968]].<ref name=":0" />
Figueiredo de Ferraz se reuniu com o general Ludwig, antes de assumir, para tratar dos assuntos relacionados à passagem da pasta. Além de comprometer-se a manter as diretrizes do antecessor, concordando com a indicação de Ludwig do coronel Sérgio Pasquali para o cargo de [[secretário-geral]] do ministério, Esther definiu como metas no âmbito da política para a educação metas como a reforma das [[Universidade federal|universidades federais]], a ampliação do [[ensino superior]], mudanças do programa de crédito educativo e a elaboração do orçamento para [[1983]].<ref name=":0" />
 
Reitores de universidades federais apoiaram a indicação, destacando as qualidades profissionais da futura ministra. Ao mesmo tempo, líderes feministas enxergaram na nomeação da professora uma sinal positivo e determinante para a participação da mulher em cargos de caráter decisório. Apesar do amplo apoio no ambiente educacional, Esther sofreu oposição entre alguns reitores de universidades federais que criticavam uma de suas metas de decretar o fim do ensino público superior gratuito. Em relação à importância que a [[cultura]] teria no [[ministério]], ela declarava-se uma pessoa ligada à arte e dizia que a cultura não seria negligenciada. Autoproclamada [[liberal]], Figueiredo de Ferraz não acreditava que os estudantes causariam problemas ou dificuldades, devido ao seu bom relacionamento com o meio estudantil no período em que foi reitora da [[Universidade Presbiteriana Mackenzie]], em [[1968]].<ref name=":0" />
 
===A Posse===