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'''Identidade, nacional''' é o conceito que sintetiza um conjunto de sentimentos, os quais fazem um indivíduo sentir-se parte integrante de uma [[sociedade]] ou [[nação]]. Esse conceito começa a ser definido somente a partir do século XVIII, e se consolida no século XIX, não havendo, antes disso, a concepção de nação propriamente dita. Ela é construída por meio de uma autodescrição da cultura patrimonial de uma sociedade, que se pode apresentar a partir de uma consciência de unidade identitária ou como forma de alteridade, no seculo XVIII buscando demonstrar a diferença com relação a outras culturas. A síntese da cultura consiste na definição de fatores de integração nacional, baseados na língua, monumentos históricos, folclore, modelos de virtudes nacionais, paisagem típica, série de heróis, hino e bandeira. Segundo [[José Luiz Fiorin]], há dois princípios que regem as culturas, princípios esses, que se definem pela exclusão e pela participação. A exclusão se manifesta por meio da triagem e segregação dos indivíduos, já a participação promove a heterogeneidade e a expansão cultural.
Segundo [[José Luiz Fiorin]], há dois princípios que regem as culturas, princípios esses, que se definem pela exclusão e pela participação. A exclusão se manifesta por meio da triagem e segregação dos indivíduos, já a participação promove a heterogeneidade e a expansão cultural.
 
O convívio social promove a assimilação da identidade do grupo, além de sua veiculação pela [[mídia]], tradições e [[mitologia]]. Identidades são criações, por isso são frágeis, suscetíveis a distorções, simplificações e interpretações variando entre os indivíduos.
 
== Fatores de integração nacional ==
A ideia de nação e nacionalismo começou a ser mobilizada na Europa a partir do século XVIII para designar a identidade de cada povo. Entre 1830 e 1880, momento do liberalismo triunfante, havia, segundo [[Eric Hobsbawm]], "três critérios que permitiam a um povo ser firmemente classificado como nação, sempre que fosse suficientemente grande para passar da entrada":
 
1.# "O primeiro destes critérios era sua associação histórica com um Estado existente ou com um Estado de passado recente e razoavelmente durável";
2.# "o segundo critério era dado pela existência de uma elite cultural longamente estabelecida, que possuísse um vernáculo administrativo e literário escrito";
3.# "o terceiro critério, que infelizmente precisa ser dito, era dado por uma provada capacidade para a conquista".
Para se constituir uma nação era preciso, portanto, já haver um estado de fato, que possuísse uma língua e uma cultura comuns, além de demonstrar força militar. Foi em torno desses três pontos que se formaram as identidades nacionais européias.
 
Para se constituir uma nação era preciso, portanto, já haver um estado de fato, que possuísse uma língua e uma cultura comuns, além de demonstrar força militar. Foi em torno desses três pontos que se formaram as identidades nacionais europeias. A construção de uma identidade nacional passa, assim, por uma série de mediações que permitem a invenção de uma língua comum, uma história cujas raÍzesraízes sejam as mais longínquas possíveis, nacionais, um folclore, uma natureza particular, uma bandeira e outros símbolos oficiais ou populares. Os integrantes de cada comunidade são convidados a neles se reconhecer e a eles aderir.
 
== Memória Social ==
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[[Imagem:Voitto-lapissa-2.jpg|thumb|A bandeira nacional representando a vitória.|alt=bandeira|esquerda|x250px]]
 
Os símbolos são importantes por que, a partir do momento em que os indivíduos de um determinado grupo assimilam o mesmo símbolo, eles compartilham uma identidade, passam a ter algo em comum. O próprio nome da nação pode ser um de união. Os estereótipos facilitam a diferenciação mental entre o self e os outros. Porém, acaba por segregar grupos humanos, a partir de um "narcisismo de pequenas diferenças" (termo de [[Freud]]). Mitos como o da existência de um "sangue especial", de um "povo escolhido" por Deus ou de uma "raça superior" suplantam a realidade de que todos fazemos parte de uma mesma espécie.
Os estereótipos facilitam a diferenciação mental entre o self e os outros. Porém, acaba por segregar grupos humanos, a partir de um "narcisismo de pequenas diferenças" (termo de [[Freud]]). Mitos como o da existência de um "sangue especial", de um "povo escolhido" por Deus ou de uma "raça superior" suplantam a realidade de que todos fazemos parte de uma mesma espécie.
 
É interessante também analisar a empatia humana a partir do ângulo da identidade nacional. Grupos unidos por uma identidade tendem a sentir maior empatia entre si do que pelo resto da humanidade. Em contrapartida, o estabelecimento dessas barreiras abstratas acaba por ocasionar na segregação de outros indivíduos, os quais não serão tidos como iguais e não serão tratados da mesma forma. A utilização de estereótipos torna a falta de sentimento de alteridade ainda mais nociva. A fronteira de grupo somada aos estereótipos pode levar ao [[preconceito]] e até a perseguições. Sem os estereótipos, existiria apenas um distanciamento.
A utilização de estereótipos torna a falta de sentimento de alteridade ainda mais nociva. A fronteira de grupo somada aos estereótipos pode levar ao [[preconceito]] e até a perseguições. Sem os estereótipos, existiria apenas um distanciamento.
 
== Identidade Nacional e consolidação do Estado ==