Marxismo-leninismo: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Grafia
Finalização da tradução da alínea "Bolcheviques, Revolução de fevereiro e a Grande Guerra"
Linha 16:
 
Doze anos antes da Revolução de Outubro de 1917, os Bolcheviques falharam em assumir o domínio da [[Revolução Russa de 1905|Revolução de Fevereiro de 1905]] (22 de Janeiro de 1905 - 16 de Junho de 1907) porque os centros de ação revolucionária estavam demasiado afastados para uma coordenação política adequada.<ref>Bottomore, T. B. (1991). ''A Dictionary of Marxist Thought''. Wiley-Blackwell p. 259</ref> Para gerar um impulso revolucionário a partir assassinatos levados a cabo pelo exército czarista no [[Domingo Sangrento (1905)|Domingo Sangrento]] (22 de Janeiro de 1905), os [[Bolchevique|Bolcheviques]] encorajaram os trabalhadores a usar a violência política para obrigar as [[Burguesia|classes sociais burguesas]] (a [[nobreza]], a [[nobreza rural]] e a [[burguesia]]) a juntarem-se à revolução proletária para derrubar a [[monarquia absoluta]] do [[czar da Rússia]].<ref>[[Adam Ulam|Ulam, Adam]] (1965) [1998]. [https://books.google.pt/books?id=TdCK1WkconkC&printsec=frontcover&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false ''The Bolsheviks: The Intellectual and Political History of the Triumph of Communism in Russia''.] Cambridge: Harvard University Press. [[International Standard Book Number|ISBN]] 0674078306. p. 204</ref> Mais importante ainda, a experiência desta revolução levou [[Lenin]] a conceber os meios que ajudariam a promover a revolução socialista através da agitação, propaganda e de um partido político bem organizado, disciplinado e pequeno.<ref>[[Adam Ulam|Ulam, Adam]] (1965) [1998]. [https://books.google.pt/books?id=TdCK1WkconkC&printsec=frontcover&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false ''The Bolsheviks: The Intellectual and Political History of the Triumph of Communism in Russia''.] Cambridge: Harvard University Press. [[International Standard Book Number|ISBN]] 0674078306. p. 207</ref>
 
Em exílio na [[Suíça]], [[Lenin]] desenvolveu a filosofia de [[Karl Marx|Marx]] e extrapolou a descolonização pela revolta colonial como um fortalecimento da revolução proletária na Europa.<ref>[[Thomas Bottomore|Bottomore, Thomas]] (1991). ''A Dictionary of Marxist Thought''. Malden, Massachusetts; Oxford, England; Melbourne, Victoria; Berlin, Germany: Wiley-Blackwell. [[ISBN]] 0631180826. p. 98.</ref> Em 1912, [[Lenin]] resolveu um confronto à sua liderança ideológica do RSDLP pelo Grupo "Vpiriod" ([[Língua russa|Russo]]: Вперёд, <small>IPA:</small> [[:en:Help:IPA/Russian|[fpʲɪˈrʲɵt]]] ([https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2a/Ru-%D0%B2%D0%BF%D0%B5%D1%80%D1%91%D0%B4.ogg ouvir])), no partido, usurpando o Congresso de Todos os Partidos para transformar o [[Partido Operário Social-Democrata Russo|POSDR]] no [[Bolchevique|partido Bolchevique]].<ref>Ulam, Adam (1965) [1998]. ''The Bolsheviks: The Intellectual and Political History of the Triumph of Communism in Russia''. Cambridge: Harvard University Press. [[International Standard Book Number|ISBN]] 0674078306. pp. 282–284</ref> No início da década de 1910, Lenin permaneceu altamente impopular entre o movimento socialista internacional, e era tão impopular que em 1914 consideraram censurá-lo.<ref>Ulam, Adam (1965) [1998]. ''The Bolsheviks: The Intellectual and Political History of the Triumph of Communism in Russia''. Cambridge: Harvard University Press. [[International Standard Book Number|ISBN]] 0674078306. p. 270.</ref> Ao contrário dos socialistas europeus que escolheram o nacionalismo belicoso ao internacionalismo anti-guerra, cuja ruptura filosófica e política foi consequência da cisma internacionalista-defencista entre os socialistas, os [[Bolchevique|Bolcheviques]] opuseram-se à [[Primeira Guerra Mundial|Grande Guerra]] (1914-1918). [34] Essa traição nacionalista ao socialismo foi denunciada por um pequeno grupo de líderes socialistas que se opuseram à [[Primeira Guerra Mundial|Grande Guerra]], incluindo [[Rosa Luxemburgo]], [[Karl Liebknecht]] e [[Lenin]], que afirmaram que os socialistas europeus tinham falhado as classes trabalhadoras por preferirem a guerra patriótica ao internacionalismo proletário.<ref>Anderson, Kevin (1995). ''Lenin, Hegel, and Western Marxism: A Critical Study''. Chicago: University of Illinois Press. p. 3.</ref> Para desmascarar o patriotismo e o chauvinismo nacional, Lenin explicou no livro [[Imperialismo: Fase Superior do Capitalismo]] (1917) que a expansão económica capitalista conduz ao [[Imperialismo|imperialismo colonial]], que é depois regulado com guerras nacionalistas como a [[Primeira Guerra Mundial|Grande Guerra]] entre os impérios da Europa.<ref>Evans, Graham; Newnham, Jeffrey, eds. (1998). ''Penguin Dictionary of International Relations''. p. 317.</ref><ref>Cavanagh Hodge, Carl (2008). ''Encyclopedia of the Age of Imperialism, 1800–1914'' (vol. 2) Westport: Greenwood Publishing Group. p. 415.</ref> Para aliviar as pressões estratégicas da [[Frente Ocidental (Primeira Guerra Mundial)|Frente Ocidental]] (4 de Agosto de 1914 - 11 de Novembro de 1918), a [[Império Alemão|Alemanha Imperial]] impeliu a retirada da [[Império Russo|Rússia Imperial]] da [[Frente Oriental (Primeira Guerra Mundial)|Frente Oriental]] da guerra (17 de Agosto de 1914 - 3 de Março de 1918), enviando [[Lenin]] e a sua coorte [[Bolchevique]] num comboio diplomaticamente selado, antecipando a sua participação na actividade revolucionária.<ref>Beckett, Ian Frederick William (2009). ''1917: Beyond the Western Front'' (2009). Leiden: Koninklijke Brill NV. p. 1.</ref>
 
== Ideologia ==