Líbano: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Baalbek, Temple of Bacchus (6842814197).jpg|thumb|esquerda|[[Templo de Baco]], em [[Balbeque]]]]
 
O Líbano é um país do oeste asiático situado no extremo leste do [[mar Mediterrâneo]], limitado ao norte e a leste pela [[Síria]], ao sul por [[Israel]] e a oeste com o [[Chipre]], situado na região do [[Crescente Fértil]], onde surgiram as primeiras grandes [[civilizações]]. É, junto com a Síria, uma das pátrias históricas dos [[fenícios]], negociantes semitas da [[Antiguidade]], cuja cultura marítima floresceu na região durante mais de 2000 anos e que criaram o primeiro [[alfabeto]], do qual saíram todos os demais, tanto semíticos como indo-europeus.
 
Foram os fenícios que fundaram [[Cartago]], a maior rival de [[Roma Antiga|Roma]] na Antiguidade. Outras cidades importantes eram: [[Tiro]], [[Sídon]], [[Biblos]] e [[Arvad]] que mantiveram sua importância durante o domínio romano. Com a conquista de [[Alexandre Magno]] em {{AC|332}}, a região ficou integrada na [[civilização helenística]]. Seguiu-se a dominação do [[Egipto ptolemaico]], que por sua vez foi seguida pela dominação do [[Império Selêucida]].
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A região do atual Líbano foi ocupada pelos turcos do [[Império Otomano]] em 1516. Entre o fim do {{séc|XIX}} e o início do XX, grandes quantidades de libaneses de diferentes [[etnia]]s e [[religiões]] fugiram de conflitos bélicos e perseguições religiosas. Muitos [[Migração humana|migraram]] para a [[América]], estabelecendo-se em países como os [[Estados Unidos]], a [[Argentina]] e o [[Brasil]] (ver [[Imigração árabe no Brasil]]).
 
O fim da [[Primeira Guerra Mundial]] trouxe consigo o fim do [[Império Otomano]] e a ocupação da [[Mesopotâmia]] e da [[Mandato Britânico da Palestina|Palestina]] pelas tropas francesas e britânicas. Reconhecida a importância que o petróleo teve durante a guerra, as potências ocupantes decidiram controlar todo este vasto território e impedir o acesso alemão aos poços de petróleo de [[Quircuque]].<ref name="">A House of Many Mansions: The history of Lebanon Reconsidered</ref>
 
As divisões previamente estipuladas pelo [[Acordo Sykes-Picot]] elaborado ainda em tempo de guerra foram alteradas em [[San Remo]]. O Líbano foi colocado sob o mandato francês, confirmado pela [[Sociedade das Nações]] em 1922. A República Libanesa foi criada em 1926. Durante a [[Segunda Guerra Mundial]], o país foi ocupado (1941-1945), pelas forças da [[França]] apoiadas pelo [[Reino Unido]].
 
=== Independência, guerra civil e ocupação síria ===
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[[Imagem:Israeli troops in south Lebanon (1982).jpg|thumb|Tropas [[israel]]enses no sul do Líbano durante a [[Guerra do Líbano de 1982|Guerra de 1982]]]]
 
A independência foi conquistada em 1943, sendo o país considerado, sob o ponto de vista financeiro, a ''"Suíça do Oriente"''. Por ali eram feitas grandes negociações de [[petróleo]]. Sob o ponto de vista turístico, era comparado ao [[Mónaco]] do Oriente; possuía casinos e hotéis de luxo, porém, disputas crescentes entre cristãos e muçulmanos, exacerbadas pela presença de refugiados palestinos, minaram a estabilidade da república. A hostilidade entre os grupos cristãos e muçulmanos levou a uma guerra civil e a [[Ocupação do Líbano pela Síria|ocupação militar pela Síria em 1976]], com apoio dos EUA e de Israel. As atividades da [[Organização para a Libertação da Palestina]] (OLP), levaram à invasão e ocupação israelense (1978), da parte sul do Líbano. Uma força de paz da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) tentou sem sucesso estabelecer uma zona intermediária. Em 1982, Israel promoveu uma segunda grande invasão militar que provocou a saída de palestinos. As forças de paz da ONU retornaram aquela região quando houve o [[Massacre de Sabra e Chatila|massacre de civis]] palestinos em [[Massacre de Sabra e Chatila|Sabra]] e [[Chatila]], realizado por falangistas do [[Kataeb]], como vingança pelo assassínio do presidente e líder do partido [[Bachir Gemayel]], supostamente cometido por guerrilheiros palestinos. Embora Israel não tenha participado no massacre, vários jornalistas presentes nos campos afirmam que o exército israelense não podia ter deixado de saber o que se passava nos campos de refugiados.<ref name="Fisk">Robert Fisk: "Pobre nação"</ref> A Síria interveio novamente em 1987 para acabar com a luta entre as forças muçulmanas aliadas. Israel criou o Exército do Sul do Líbano, em 1982, e ocorreram cerca de vinte invasões aéreas israelitas durante o ano de 1988.
 
No mesmo ano, o comando libanês cindiu-se com o fim do mandato de [[Amin Gemayel]], irmão de Bachir, e o país passou a ter dois primeiros-ministros ( o sunita [[Selim Hoss]], que era o primeiro-ministro de fato e de direito de acordo com a Constituição, e o general cristão [[Michel Aoun]], indicado por Gemayel) e nenhum presidente. Em 1989,<ref name="House">A House of Many Mansions: The history of Lebanon Reconsidered</ref><ref name="Fisk" /> foi negociado um acordo na [[Arábia Saudita]] (Acordo de Taif), nelesegundo o qual o domínio maronita no comando deveria ser reduzido. Apesar da relutância, uma frágil paz foi estabelecida sob a protecção da Síria que foi formalizada por um tratado em 1991. A tensão no sul do país continuou, com os contra-ataques guerrilheiros do [[Hezbollah]], apoiados pelo Irã e pela resistência laica árabe (palestinos, comunistas libaneses e palestinos e pan-sirianistas), contra a ocupação deste território libanês pelo exército israelense e pelo ESL.
 
Em 1996, agressões israelenses provocaram a intervenção dos Estados Unidos e da França. Com a participação da [[Síria]], do Líbano e de [[Israel]], foi aberta uma negociação que ficou conhecida como "entendimento de abril" que reconheceu o direito de resistência contra a ocupação do exército israelita e a milícia pró-israelita chamada [[Exército do Sul do Líbano]], com as devidas salvaguardas da população civil e da infraestrutura do país.