Heresia: diferenças entre revisões
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Para retomarmos a história do conceito, o termo heresia foi utilizado primeiramente pelos cristãos, para designar ideias contrárias a outras aceitas<ref name="Cotrim">''História Global Brasil e Geral''. Volume único. Gilberto Cotrim. ISBN 978-85-02-05256-7</ref>, sendo aquelas consideradas como "falsas doutrinas". Foi utilizado tanto pela [[Igreja Católica]] como pelas [[Igrejas Protestantes]], ambas argumentando que heresia é uma doutrina contrária à Verdade que teria sido revelada por [[Jesus Cristo]], ou seja, que é uma "deturpação, distorção ou má-interpretação" da [[Bíblia]], dos profetas e de Jesus Cristo (bem como do magistério da Igreja no colégio apostólico, no caso da Igreja Católica e dos primeiros cristãos). A própria Bíblia fala sobre a "aparição de heresias", "''idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,''" (''[[Epístola aos Gálatas|Gálatas]] 5:20'').
Por exemplo, segundo o ponto de vista de determinadas correntes cristãs, os [[cátaros]] da [[França]] pareciam reconhecer dois deuses (um do Bem, que seria Jesus Cristo, e outro do Mal).<ref name="Cotrim"/>
== Heresias religiosas ==
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Historicamente, houve muitos que discordaram dos dogmas da Igreja. Eram considerados hereges quando se tornavam uma ameaça à unidade em torno da autoridade papal e porque propalavam ideias ou práticas contrárias à interpretação da Igreja Católica sobre a Verdade ensinada por Jesus Cristo e contidas nos Escritos Sagrados. A condenação máxima imposta pela Igreja é a pena de [[excomunhão]].
É preciso esclarecer que a pena de excomunhão era aplicada e se uma pessoa ficasse mais de um ano excomungada era considerada herege e processada pela Igreja como tal. Geralmente este processo culminava com a sentença da entrega do herege ao braço secular. Corroboram esse raciocínio, não apenas relatos históricos, como também o teor dos sermões realizados pelos padres que se referiam aos crimes dos hereges, bem como a presença de autoridades eclesiásticas aos [[autos-de-fé]]. Há farta documentação histórica sobre os autos de fé e seus critérios, merecendo destaque a obra "Manual dos Inquisidores" de [[Nicolas Eymerich|Nicolau Eymerich]] e posteriormente modificado, mais ou menos 200 anos após, por [[Francisco de La Pena]].
É importante notar que a ação secular foi maior no período da Idade Média, sobretudo após a instalação do Santo Ofício, ou seja, a Inquisição. Antes, porém, como é o ensinamento do Evangelho e, portanto, da própria Igreja, a execução de hereges pelo braço secular não era aprovada, como no caso da morte de [[Prisciliano]] que provocou protestos do [[Papa Sirício]]. [[Ambrósio de Milão|Santo Ambrósio]] e [[São Martinho de Tours]] também pronunciavam-se contra a intervenção secular, considerando um crime fazê-lo. Foi a partir de certas considerações conexas como a de [[Santo Agostinho]] de que a heresia constituía um atentado fundamental contra a sociedade cristã e que esta deveria defender-se com moderação, e, sendo assim, aceitava a pena de morte em caso de perigo social evidente, que a ideia da pena pelas forças do Estado tiveram mais força.
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