Bira (futebolista): diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 14:
Em 2003, o Macapá já se encontrava fora da primeira divisão estadual, sendo o único clube amapaense nesta condição incluído em lista de 500 clubes brasileiros elaborada em edição especial da revista ‘’[[Revista Placar|Placar]]’’. O perfil dedicado ao Leão destacou Bira e Aldo como “os maiores do Macapá”.<ref>’’’Macapá’’’ (out 2003). [[Revista Placar|Placar]] n. 1263-A, p. 14</ref> O título de 1975 referendou uma transferência dos irmãos ao [[Paysandu Sport Club|Paysandu]]. Bira explicaria que “o [[Amapá]] era um celeiro. Como nós não tínhamos profissionais, tínhamos que ir para [[Belém do Pará|Belém]] desenvolver o nosso futebol”.<ref name = “amapa”/> Inicialmente, apenas Bira veio ao Paysandu, que trouxe do Macapá também o zagueiro Albano.<ref name = "gigantes"/>
 
O Paysandu conseguiu encerrar no [[Campeonato Paraense de Futebol de 1976]] uma série de títulos do rival [[Clube do Remo|Remo]], no que também foi a única conquista estadual do “Papão” entre 1971 e 1980.<ref name = "trivela1"/> Na campanha, Bira contribuiu com dois gols,<ref name = "gigantes"/> sendono 1-0 sobre o [[Sporting Foot-Ball Club|Sporting]] e no 2-0 sobre o [[Esporte Clube Santarém|Santarém]], ambos no segundo turno;<ref>DA COSTA, Ferreira (2013). '''1976 - Campeonato ganha status de Estadual e o Papão se sagra campeão invicto'''. ''Parazão Centenário''. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 184-187</ref> o amapaense foi uma espécie de 12º jogador, pois a grande referência ofensiva bicolor era [[Roberto Bacuri]]. Ainda assim, interessou ao Remo; o Paysandu aceitou negocia-lo mediante o reconhecimento do rival pelo [[Campeonato Paraense de Futebol de 1971|título estadual de 1971]], ainda questionado judicialmente pelos remistas. Assim foi feito, em incomum troca de um jogador por um campeonato.<ref name = "trivela1"/> A negociação também envolveu o valor de 50 mil [[Cruzeiro (1970–1986)|cruzeiros]], sendo intermediada pelo próprio presidente da [[Federação Paraense de Futebol]] e acertada em [[31 de maio]] de [[1977]].<ref name = "gigantes"/>
 
===Remo===
 
Bira chegou ao [[Clube do Remo|Remo]] com a missão de suprir a lacuna deixada por [[Alcino Neves dos Santos Filho|Alcino]],<ref name = "g1">{{citar web|url=https://globoesporte.globo.com/pa/futebol/times/remo/noticia/remo-lamenta-a-morte-de-bira-um-dos-maiores-idolos-da-historia-do-clube-paraense.ghtml|titulo=Remo lamenta a morte de Bira, um dos maiores ídolos da história do clube paraense |autor= |publicado=Globo Esporte|data=14/09/2015|acessodata=14/09/2020}}</ref> considerado o maior ídolo remista e cuja saída em 1976 para o [[Grêmio FBPA|Grêmio]] era vista como decisiva para propiciar o título do rival após o atacante ter simbolizado um tricampeonato azulino entre 1972 e 1975. <ref name = "trivela1"/>
 
Inicialmente, Bira permaneceu na reserva também no [[estádio Evandro Almeida]], tardando alguns meses para consolidar-se sob o técnico Joubert Meira.<ref name = "g1"/> Mas já em 1977 destacou-se na [[Campeonato Paraense de Futebol de 1977|reconquista estadual azulina naquele ano]], na qual o Remo foi derrotado uma única vez em 23 jogos. O artilheiro do "Leão" foi Vilfredo, com 17 gols, mas Bira foi o vice-artilheiro do elenco com dez, dois deles em um 3-1 no [[Re-Pa]] válido pelo triangular decisivo com a [[Tuna Luso Brasileira|Tuna Luso]] pelo segundo turno. Marcou também o segundo gol do 2-0 no Re-Pa finaldo certame, em vitória que assegurou o título.<ref>DA COSTA, Ferreira (2013). '''1977 - Clube do Remo é campeão com somente uma derrota em 23 partidas'''. ''Parazão Centenário''. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 188-193</ref> BiraO marcou dez gols eatacante se consolidaria de vez no [[Campeonato Brasileiro de Futebol de 1977|Brasileirão de 1977]], onde foi o artilheiro do elenco azulino, com onze gols - três deles em um 4-1 sobre o [[Esporte Clube Cruzeiro|Cruzeiro]] e outros dois sobre o goleiro [[Emerson Leão|Leão]] em um 3-0 no [[Sociedade Esportiva Palmeiras|Palmeiras]].<ref name = "gigantes"/>
 
O Brasileirão de 1977 foi encerrado já no ano seguinte e na sequência começou um novo Brasileirão; já pelo [[Campeonato Brasileiro de Futebol de 1978|edição de 1978]], Bira destacou-se sobretudo ao marcar os cinco gols da vitória paraense de 5-1 sobre o futuro campeão do torneio, o [[Guarani Futebol Clube|Guarani]]. O duelo, já pela segunda fase do torneio, serviu como alerta aos campineiros antes do embalo destes rumo ao título.<ref>{{citar web|url=https://trivela.com.br/ha-40-anos-uma-facanha-o-guarani-foi-uma-surpresa-que-gastou-a-bola-para-ser-campeao-em-1978/|titulo=Há 40 anos, uma façanha: O Guarani foi uma surpresa que gastou a bola para ser campeão em 1978|autor=STEIN, Leandro|publicado=Trivela.com|data=13/08/2018|acessodata=14/09/2020}}</ref> No segundo semestre de 1978, sobreveio um [[Campeonato Paraense de Futebol de 1978|bicampeonato estadual seguido]], onde o amapaense chegou a marcar oito gols em um só jogo, na vitória de 10-0 sobre o [[Atlético Liberato de Castro|Liberato de Castro]],<ref>DA COSTA, Ferreira (2013). '''1978 - Remo festeja o bicampeonato já no gramado do "Mangueirão"'''. ''Parazão Centenário''. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 194-197</ref> terminando também na artilharia do certame, com 25 gols.<ref name = "gigantes"/> Dentre eles, o de um 1-1 no [[clássico Re-Tu|clássico com a Tuna]], onde também marcou o único gol do duelo que valeu o segundo turno; três cada em 9-0 sobre o [[Atlético Rodoviário Abaetetubense|ARA]] e em 5-0 em outro duelo com o Liberato.<ref>DA COSTA, Ferreira (2013). '''1978 - Remo festeja o bicampeonato já no gramado do "Mangueirão"'''. ''Parazão Centenário''. Teresina: Halley S.A. Gráfica e Editora, pp. 194-197</ref>
 
No [[Campeonato Paraense de Futebol de 1979]], Bira manteve a fase artilheira. Marcou no [[Re-Pa]] que decidiu o primeiro turno o gol do título. A reação do rival foi trazer o astro [[Dadá Maravilha]], que não impediu que o Remo também vencesse o segundo turno – marcado por um [[Re-Pa]] onde ambos marcaram os gols de empate em 1-1, no qual Bira, após inaugurar o placar em um cabeceio já no terceiro minuto de jogo, surpreendeu a todos ao comemorar abraçando o concorrente. Embalado por Dario, o [[Paysandu Sport Club|Paysandu]] venceu os dois turnos seguintes, derrotando o rival nos dois [[Re-Pa]]s seguintes, superou-se com uma vitória de virada. A concorrência entre Dario e Bira fez o torneio paraense ganhar repercussão nacional inédita.<ref name = "trivela1"/>
 
Estimulado pela concorrência com Dario, Bira, que também chegou a marcar quatro gols em um 8-0 no Liberato de Castro no jogo seguinte a um 4-1 no Sport Belém no qual marcara três vezes, estabeleceria um recorde individual de 32 gols para uma única edição do torneio – a segunda melhor marca individual fora do próprio Dario (26). Durante a campanha, onde também marcou dois gols em um 3-0 sobre a Tuna já no quarto turno, o amapaense foi especulado por [[Santos Futebol Clube|Santos]] e [[CR Flamengo|Flamengo]] e o negócio desfeito com os cariocas teria inclusive contribuído para um declínio momentâneo do atacante remista enquanto o Paysandu vencia os dois turnos finais. O campeonato terminou definido em um quadrangular final, com cada título de turno rendendo um ponto extra. A dupla Re-Pa juntou-se à [[Tuna Luso Brasileira|Tuna Luso]] e ao [[Sport Club Belém|Sport Belém]].<ref name = "trivela1"/>
 
Bira, no antepenúltimo minuto do [[clássico Re-Tu|clássico com a Tuna]], marcou o único gol do duelo, vital para os cruzmaltinos correrem atrás dos dois pontos que tinham de desvantagem. A rodada final reservou mais um [[Re-Pa]]. Apesar do Paysandu abrir o marcador já no segundo tempo, o Remo conseguiu a vitória de virada, com Bira driblando o goleiro rival para marcar o gol do título.<ref name = "trivela1"/> Em plena festa, teve seu acerto com o [[Sport Club Internacional|Internacional]] fechado, precisando sair às pressas das celebrações rumo ao aeroporto;<ref name = “amapa”/> o clube gaúcho, que tivera em Dario um grande ídolo em meados daquela [[década de 1970]], consultara-o para avaliar a qualidade de Bira. A concorrência entre os artilheiros não impedira uma amizade e Dadá aconselhou o ex-clube a fechar o negócio.<ref name = "trivela1"/>