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==Histórico==
[[Imagem:Mwb in lab.JPG|272x272px|direita|thumb|[[Martinus Beijerinck]] em seu laboratório em 1921.]]
Em meados do século XIX, [[Louis Pasteur]] propôs a [[teoria microbiana das doenças]], na qual explicava que todas as doenças eram causadas e propagadas por algum “tipo de vida diminuta”, que multiplicava-se multiplicava no organismo doente, transmitia-se transmitia para outro e o contaminava. Pasteur, no entanto, ao trabalhar com a [[raiva (doença)|raiva]], constatou que, embora a doença fosse contagiosa e transmitida pela mordida de um animal raivoso, o [[micro-organismo]] não podia ser observado. Pasteur concluiu que o [[agente infeccioso]] estava presente mas era muito pequeno para ser observado através do microscópio.<ref name="Bordenave">{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=|ano=2003|título=Louis Pasteur (1822–1895)|url=|periódico=Microbes and Infection / Institut Pasteur|volume=5|páginas=553–60|doi=10.1016/S1286-4579(03)00075-3|issn=1286-4579|acessodata=|autor=BORDENAVE, G.|número=6}}</ref>
 
Em 1884, o [[microbiologista]] [[Charles Chamberland]] desenvolveu um filtro (conhecido como [[filtro Chamberland]] ou Chamberland-Pasteur), com poros mais pequenos do que uma bactéria. Fazendo passar uma solução que continha bactérias através desse filtro, as bactérias ficavam nele retidas e a solução filtrada obtida tornava-se estéril.{{harvref|Horzinek|1997|p=15-20}} Em 1886, [[Adolf Mayer]] demonstrou que a doença do [[tabaco]] podia ser transmitida a plantas saudáveis pela inoculação com extratos de plantas doentes.<ref name="Mayer">{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=|ano=1886|título=Über die Mosaikkrankheit des Tabaks|url=|periódico=Die Landwirtschaftliche Versuchs-stationen|lingua=DE|volume=32|páginas=451–467|acessodata=2020-06-27|autor=MAYER, A.}}</ref>{{harvref|Zaitlin|1998|p=105–110}} Em 1892, o biólogo [[Dmitry Ivanovsky]] fez uso do filtro [[Chamberland]] para demonstrar que folhas de tabaco infectadas trituradas continuavam infectadas mesmo após a filtragem.{{sfn|Iwanowski|1892|p=67-70}} Ivanovsky sugeriu que a infecção poderia ser causada por uma [[toxina]] produzida pelas bactérias, mas ele não persistiu nesta hipótese. Em 1898, o microbiologista [[Martinus Beijerinck]] repetiu a experiência independentemente e ficou convencido que a solução filtrada continha um novo agente infeccioso, denominado de ''contagium vivum fluidum'' (fluido vivo contagioso).{{sfn|Beijerinck|1898|p=1-22}} Ele também observou que este agente apenas se reproduzia em células que se dividiam, mas não conseguiu determinar se este seria constituído de partículas, assumindo que os vírus estariam presentes no estado líquido.{{sfn|Collier|Balows|Sussman|1998|p=3}} Beijerinck introduziu o termo 'vírus' para indicar que o agente causal da doença do mosaico do tabaco não tinha uma natureza bacteriana, e sua descoberta é considerada como o marco inicial da virologia. A teoria do estado líquido do agente foi questionada nos 25 anos seguintes, sendo descartada com o desenvolvimento de teste da placa por d'Herelle em 1917,<ref>{{citar web|url=https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4985485/mod_resource/content/1/Apostila_Aula%231_comp_91pg.pdf|titulo=História de Virologia – BMM 0586|data=2007|acessodata=2020-06-16|publicado=edisciplinas.usp.br|ultimo=Levine|primeiro=Arnold J.|primeiro2=Lynn W.|ultimo2=Enquist|formato=[[PDF]]|primeiro3=Paolo M. de|ultimo3=A. Zanotto}}</ref><ref name="Herelle">{{citar periódico |autor=d'HERELLE, F. |ano=1917 |título=Sur un microbe invisible antagonistic des bacilles dysenterique |periódico=C. R. Acad. Sci. Paris |volume=165 |páginas=373-375}}</ref> pela cristalização desenvolvida por [[Wendell Meredith Stanley]] em 1935{{sfn|Collier|Balows|Sussman|1998|p=3}}<ref name="Stanley">{{citar periódico |autor=STANLEY, W.M. |ano=1935 |título=Isolation of a crystalline protein possessing the properties of tobacco mosaic virus |periódico=Science |volume=81 |páginas=644-645}}</ref> e pela primeira microfotografia eletrônica realizada em 1939 do vírus do mosaico do tabaco.<ref name="Kausche">{{citar periódico |autor=KAUSCHE, G.A.; ANKUCH, P.F.; RUSKA, H. |ano=1939 |título=Die Sichtbarmachung von PF lanzlichem Virus in Ubermikroskop |periódico=Naturwissenschaften |volume=27 |páginas=292–299}}</ref>