Gabriel Naudé: diferenças entre revisões

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A obra ''Advis pour dresser une bibliothèque'' é um trabalho sobre bibliotecas que incluía a organização de catálogos e catalogação. O autor assinalava a importância dos catálogos como meios de encontrar livros e de identificá-los bibliograficamente. Um primeiro catálogo temático, em que se delineiam de maneira clara as várias matérias, e um segundo por autores, baseado na ordem alfabética. Relevantes nesse tratado são a insistência sobre a utilidade prática de uma biblioteca e sobre a necessidade de seu uso público. A organização e a catalogação, elementos imprescindíveis para toda biblioteca, são aqui colocados em sua tarefa de base, ou seja: a capacidade, racional e sintética ao mesmo tempo, de fornecer ao leitor o máximo de informação no menor tempo possível. Por fim, sugeriu também uma organização das estantes que permitisse expansão do acervo.
 
Assim, no ''Advis pour dresser une bibliothèque'', o bibliotecário parisiense descreve a biblioteca como instrumento para o progresso e para a liberdade de pensamento. Advoga uma biblioteca universal, com a maior quantidade possível de obras para consagrá-la ao uso público. Numa época em que os livros eram amarrados a correntes para não serem roubados, porque eram raros, propôs que as bibliotecas fossem abertas ao público e este pudesse encontrar toda a informação que desejasse. Por este motivo aconselhou o uso de catálogos, com critérios universais, para que o leitor tivesse uma visão clara do que estava buscando ou encontrasse a informação aonde quer que esta estivesse disponível. As preocupações com o bem-estar dos usuários e com a preservação e organização dos livros, tinha por finalidade atrair o público para este local que agora serviria para a construção de um novo saber, um ambiente propício e agradável para o exame da razão crítica. Em tal local, o indivíduo seria levado a encontrar os meios para se libertar das crenças e ensinamentos falsos. Isso significou um rompimento com as atitudes e ideias da Idade Média, primeiro porque a preocupação agora seria a informação e não o documento, segundo, os homens seriam livres para ler o que desejassem e não somente as leituras autorizadas. Ao indicar homens galantes e educados para servirem como bibliotecários indicou uma nova maneira de pensar sobre este profissional.<ref>AMORIM, Margarete Jacques. ''As contribuições de Gabriel Naudé para a sociedade no século XVII e os reflexos dessas contribuições para a biblioteconomia no século XXI''. 2010. 94 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Biblioteconomia) - Centro de Ciências da Educação, [[Universidade Federal de Santa Catarina]], Florianópolis. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/120796></ref>
 
Já a ''Bibliographia Política'' é uma obra centrada na proposta de reorganização de livros voltados para o tema da política. É um texto que alimenta a constituição de um gênero específico, o da bibliografia do campo da política que permite traçar caminhos de conhecimento. Através de títulos e de notas de caráter crítico e ilustrativo, o autor forneceu um guia para o estudo desse gênero de literatura. Naudé introduziu o termo “bibliografia” na língua culta com um sentido que, até então, não tinha: o de descrição e indicação de livros. Ele “constrói” as estantes de uma ideal biblioteca universal reservada à política, fornecendo uma ordem não neutral da matéria, mas selecionando, ordenando e organizando os materiais com base nos princípios que norteiam os pensamentos dos libertinos eruditos. Ele introduz o termo ''bibliografia'' no lugar do termo ''bibliotheca'' - termo latino até então adotado para designar seja uma bibliografia, compreendida como uma lista de livros, que uma biblioteca enquanto coleção física de livros.<ref>CRIPPA, Giulia. Narrativa como gesto bibliográfico: Gabriel Naudé entre erudição e política. Perspectivas em Ciência da Informação, v.22, número especial, p. 21-35, jul. 2017.</ref>
 
== Elaboração de Norma para a Biblioteconomia ==
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* CRIPPA, Giulia. Narrativa como gesto bibliográfico: Gabriel Naudé entre erudição e política. Perspectivas em Ciência da Informação, v.22, número especial, p. 21-35, jul. 2017.
* ARAUJO, Andre Vieira de Freitas; ARAÚJO, Diná Marques Pereira. Fundamentos da Biblioteconomia Moderna em Gabriel Naudé: notas transversais pela lente e episteme da bibliografia e da bibliofilia. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 14, n. esp. Naudé & Briet, p. 3-23, jul. 2018.
* GIOVANNI FRANCESCO GUIDI DI BAGNO. ''In'': WIKIPEDIA: the free encyclopedia. [San Francisco, CA: Wikimedia Foundation Inc., 2020]. Disponível em: <nowiki>https://en.wikipedia.org/wiki/Giovanni_Francesco_Guidi_di_Bagno</nowiki>. Acesso em: 05 set. 2020.
 
==Notas e referências==