Hans Asperger: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
Linha 4:
{{morte|lang=pt|21|10|1980}}) foi um [[Psiquiatria|psiquiatra]] e pesquisador [[Áustria|austríaco]]. A [[Síndrome de Asperger]] deve seu nome a ele.<ref>[https://molecularautism.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13229-018-0208-6 Hans Asperger, National Socialism, and “race hygiene” in Nazi-era Vienna]</ref>
 
A nomeação da Síndrome de Asperger em sua homenagem vem gerando grandes controvérsias após descobertas de que Hans Asperger esteve fortemente envolvido no [[Alemanha Nazista|regime Nazista]] e enviou pelo menos duas crianças com deficiência para a "clínica [[:en:Am Spiegelgrund clinic|Spiegelgrund]]", sabendo que seriam utilizadas em experienciasexperiências cruéis e provável eutanásia sob o programa eugenista nazista nomeado "[[Aktion T4]]"<ref>{{Citar periódico|data=2020-03-17|titulo=Hans Asperger|url=https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Hans_Asperger&oldid=945993700|jornal=Wikipedia|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Baron-Cohen|primeiro=Simon|data=2018-05-08|titulo=The truth about Hans Asperger’s Nazi collusion|url=https://www.nature.com/articles/d41586-018-05112-1|jornal=Nature|lingua=en|volume=557|paginas=305–306|doi=10.1038/d41586-018-05112-1}}</ref>
 
<br />
 
==Vida==
Linha 30 ⟶ 28:
Ele foi contratado como professor na Universidade de Viena em 1944 e se tornou diretor da clínica infantil em 1946. Veio a se tornar professor na clínica infantil da universidade - a ''Universitäts-Kinderklinik'', em Innsbruck, 1957 e, desde [[1962]], manteve a mesma posição em Viena. Em 1964 encabeçou o posto médico das SOS-Kinderdörfer (Aldeias SOS Infantis) em Hinterbrühl. Tornou-se professor emérito em 1977. Trabalhou até o fim, ministrando aulas até seis dias antes de morrer, em [[21 de Outubro]] de [[1980]].
 
Asperger tinha especial interesse em crianças "fisicamente anormais". Submeteu em , o artigo 'Die 'Autistischen Psychopathen' im Kindesalter (''A psicopatia autista na infância''), à revista científica Archiv für Psychiatrie und Nervenkrankheiten, que o publicou no ano seguinte, no seu número 117, páginas 76-136. Seu trabalho baseou-se em estudos que envolveram mais de 400 crianças.
 
Observou que o padrão de comportamento e habilidades que descreveu ocorria preferencialmente em meninos; denominou-o de ''psicopatia autista'', uma desordem da personalidade que incluía: ''falta de empatia, baixa capacidade de formar amizades, conversação unilateral, intenso foco em um assunto de interesse especial e movimentos descoordenados.''
 
Futuramente descobriu-se que o interesse nas crianças "fisicamente anormais" devia-se ao fato de que o regime nazista, do qual Hans fez parte, considerava que elas eram geneticamente inferiores, pela sua inconformidade social. O regime nazista foi responsável pela morte dessas crianças através de injeção letal, fome e outros fatores como pneumonia.<ref>{{Citar web|titulo=Hans Asperger aided and supported Nazi programme, study says {{!}} World news {{!}} The Guardian|url=https://web.archive.org/web/20190524214142/https://www.theguardian.com/world/2018/apr/19/hans-asperger-aided-and-supported-nazi-programme-study-says|data=2019-05-24}}</ref> <ref>{{Citar periódico|ultimo=Baron-Cohen|primeiro=Simon|data=2018-05-08|titulo=The truth about Hans Asperger’s Nazi collusion|url=https://www.nature.com/articles/d41586-018-05112-1|jornal=Nature|lingua=en|volume=557|paginas=305–306|doi=10.1038/d41586-018-05112-1}}</ref>Publicou 359 trabalhos, a maioria sobre dois temas: ''psicopatia autista'' e ''morte''.
 
 
Publicou 359 trabalhos, a maioria sobre dois temas: ''psicopatia autista'' e ''morte''.
 
 
== Envolvimento Nazista ==
Edith Scheffer, historiadora européia, escreveu em 2018 que Asperger cooperou com o regime Nazista e enviou crianças ao [[Aktion T4|programa de eutanásia]]. Sua tese foi escrita no livro ''Crianças de Asperger: As origens do autismo na Viena nazista'' (''Asperger's Children: The Origins of Autism in Nazi Vienna), 2018.''<ref>{{Citar periódico|data=2020-03-17|titulo=Hans Asperger|url=https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Hans_Asperger&oldid=945993700|jornal=Wikipedia|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=O autismo na Viena nazista|url=https://epoca.globo.com/guilherme-amado/o-autismo-na-viena-nazista-1-24007523|data=2019-10-10|lingua=pt-BR}}</ref>
 
Herwig Czech, historiador da Universidade de Medicina de Vienna, publicou em 2018 seu artigo ''Hans Asperger, National Socialism, and “race hygiene” in Nazi-era Vienna,'' na revista ''Molecular Autism'' a seguinte conclusão:<blockquote>Asperger conseguiu se acomodar ao regime nazista e foi recompensado por suas afirmações de lealdade com oportunidades de carreira. Ele se juntou a várias organizações afiliadas ao NSDAP (embora não seja ao próprio partido nazista), políticas de higiene racial legitimadas publicamente, incluindo esterilizações forçadas e, em várias ocasiões, cooperaram ativamente com o programa de eutanásia infantil. <ref name=":0">{{Citar web|titulo=Molecular Autism|url=https://molecularautism.biomedcentral.com/articles|lingua=en}}</ref> <small>(Tradução livre, no original se lê Asperger managed to accommodate himself to the Nazi regime and was rewarded for his affirmations of loyalty with career opportunities. He joined several organizations affiliated with the NSDAP (although not the Nazi party itself), publicly legitimized race hygiene policies including forced sterilizations and, on several occasions, actively cooperated with the child ‘euthanasia' program.)''.''</small><ref name=":0" /></blockquote>As alegações de Herwig Czech foram questionadas por [[:en:Dean_Falk|Dean Falk,]] antropólogo americano da Florida State University em dois artigos publicados no [https://www.springer.com/journal/10803 Journal of Autism and Developmental Disorders]. As respostas de Czech aos questionamentos estão publicadas no mesmo periódico. Ketil Slagstrad, médico e historiador Norueguês, escreveu em 2019 um artigo intitulado ''"Asperger, the Nazis and the children - the history of the birth of a diagnosis",''<ref name=":1">{{Citar periódico|ultimo=Slagstad|primeiro=Ketil|data=2019-05-24|titulo=Asperger, the Nazis and the children – the history of the birth of a diagnosis|url=https://tidsskriftet.no/en/2019/05/essay/asperger-nazis-and-children-history-birth-diagnosis|jornal=Tidsskrift for Den norske legeforening|lingua=en|doi=10.4045/tidsskr.18.0932|issn=0029-2001}}</ref> no qual oferece uma possível explicação alternativa para o envolvimento de Asperger com o nazismo: cita os desafios da guerra, o desejo de proteger sua carreira e proteger as crianças que estavam sob sua tutela. Por outro lado, Slagstrad critica que:<blockquote>Hans Asperger foi retratado como um oponente do regime nazista sob o qual ele serviu. Pesquisas históricas mostraram agora que ele era uma engrenagem bem adaptada na máquina de um regime mortal. Ele deliberadamente encaminhou crianças deficientes para a clínica Am Spiegelgrund, onde sabia que elas corriam o risco de serem mortas.<ref name=":1" /> <small>(Tradução livre, no original: Hans Asperger has been portrayed as an opponent of the Nazi regime under which he served. Historical research has now shown that he was instead a well-adapted cog in the machine of a deadly regime. He deliberately referred disabled children to the clinic Am Spiegelgrund, where he knew that they were at risk of being killed.)</small><ref name=":1" /></blockquote>
 
(Tradução livre, no original se lê ''Asperger managed to accommodate himself to the Nazi regime and was rewarded for his affirmations of loyalty with career opportunities. He joined several organizations affiliated with the NSDAP (although not the Nazi party itself), publicly legitimized race hygiene policies including forced sterilizations and, on several occasions, actively cooperated with the child ‘euthanasia' program.).''<ref name=":0" /></blockquote>As alegações de Herwig Czech foram questionadas por [[:en:Dean_Falk|Dean Falk,]] antropólogo americano da Florida State University em dois artigos publicados no [https://www.springer.com/journal/10803 Journal of Autism and Developmental Disorders]. As respostas de Czech aos questionamentos estão publicadas no mesmo periódico.
 
Ketil Slagstrad, médico e historiador Norueguês, escreveu em 2019 um artigo intitulado ''"Asperger, the Nazis and the children - the history of the birth of a diagnosis"''<ref name=":1">{{Citar periódico|ultimo=Slagstad|primeiro=Ketil|data=2019-05-24|titulo=Asperger, the Nazis and the children – the history of the birth of a diagnosis|url=https://tidsskriftet.no/en/2019/05/essay/asperger-nazis-and-children-history-birth-diagnosis|jornal=Tidsskrift for Den norske legeforening|lingua=en|doi=10.4045/tidsskr.18.0932|issn=0029-2001}}</ref>, no qual oferece uma possível explicação alternativa para o envolvimento de Asperger com o nazismo: cita os desafios da guerra, o desejo de proteger sua carreira e proteger as crianças que estavam sob sua tutela. Por outro lado, Slagstrad critica que:<blockquote>Hans Asperger foi retratado como um oponente do regime nazista sob o qual ele serviu. Pesquisas históricas mostraram agora que ele era uma engrenagem bem adaptada na máquina de um regime mortal. Ele deliberadamente encaminhou crianças deficientes para a clínica Am Spiegelgrund, onde sabia que elas corriam o risco de serem mortas.<ref name=":1" />
 
(Tradução livre, no original: Hans Asperger has been portrayed as an opponent of the Nazi regime under which he served. Historical research has now shown that he was instead a well-adapted cog in the machine of a deadly regime. He deliberately referred disabled children to the clinic Am Spiegelgrund, where he knew that they were at risk of being killed.)<ref name=":1" /></blockquote><br />
 
== Referências ==
<references />