Vírus: diferenças entre revisões

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* Hipótese regressiva: Os vírus podem ter sido células pequenas que [[Parasita|parasitaram]] células maiores. Com o tempo, os genes não exigidos pelo parasitismo foram perdidos. As bactérias [[rickettsia]] e [[clamídia]] são células vivas que, como os vírus, podem se reproduzir apenas dentro das células hospedeiras.<ref name="Powell" /> Eles apoiam essa hipótese, pois sua dependência do parasitismo provavelmente causou a perda de genes que lhes permitiram sobreviver fora de uma célula. Isso também é chamado de 'hipótese da degeneração', ou 'hipótese de redução';<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/480587729|título=Desk encyclopedia of general virology|ultimo=Mahy, B. W. J. (Brian W. J.)|primeiro=|ultimo2=Van Regenmortel, M. H. V.|data=2010|editora=Academic Press|ano=|local=Oxford, UK|página=24|páginas=672|isbn=9780123751461|oclc=480587729}}</ref>
*Hipótese de origem celular: Alguns vírus podem ter evoluído a partir de pedaços de DNA ou RNA que "escaparam" dos genes de um organismo maior. O DNA escapado pode ter vindo de plasmídeos (pedaços de DNA nu que podem se mover entre células) ou [[Transposon|transposons]] (moléculas de DNA que se replicam e se movem para diferentes posições dentro dos genes da célula).<ref name=":11" /> Uma vez chamados de "genes saltadores", os transposons são exemplos de [[elementos genéticos móveis]] e podem ser a origem de alguns vírus. Eles foram descobertos no milho por [[Barbara McClintock]] em 1950.<ref>{{Citar periódico|ultimo=McClintock|primeiro=Barbara|data=1950-06-01|titulo=The origin and behavior of mutable loci in maize|url=https://www.pnas.org/content/36/6/344|jornal=Proceedings of the National Academy of Sciences|lingua=en|volume=36|numero=6|paginas=344–355|doi=10.1073/pnas.36.6.344|issn=0027-8424|pmc=1063197|pmid=15430309|acessodata=2020-06-25}}</ref> Às vezes, isso é chamado de "hipótese da vaga",ou "hipótese da fuga";<ref name=":13">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/480587729|título=Desk encyclopedia of general virology|ultimo=Mahy, B. W. J. (Brian W. J.)|primeiro=|ultimo2=Van Regenmortel, M. H. V.|data=2010|editora=Academic Press|ano=|local=Oxford, UK|página=24|páginas=672|isbn=9780123751461|oclc=480587729}}</ref>
* Hipótese de co-evolução: Isso também é chamado de "hipótese do vírus primeiro"<ref name=":13" /> e propõe que os vírus podem ter evoluído a partir de moléculas complexas de [[Proteína|proteínas]] e [[Ácido nucleico|ácidos nucleicos]] ao mesmo tempo em que as células apareceram pela primeira vez na Terra e que seriam dependentes da vida celular por bilhões de anos. Os [[Viroide|viróides]] são moléculas de [[Ácido ribonucleico|RNA]] que não são classificadas como vírus porque não possuem uma camada protéica. Eles têm características comuns a vários vírus e são frequentemente chamados de agentes subvirais. Os [[Viroide|viróides]] são patógenos importantes das plantas. Eles não codificam proteínas, mas interagem com a célula hospedeira e usam o mecanismo hospedeiro para sua replicação.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Tsagris|primeiro=Efthimia Mina|ultimo2=Alba|primeiro2=Ángel Emilio Martínez de|ultimo3=Gozmanova|primeiro3=Mariyana|ultimo4=Kalantidis|primeiro4=Kriton|data=2008|titulo=Viroids|url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1462-5822.2008.01231.x|jornal=Cellular Microbiology|lingua=en|volume=10|numero=11|paginas=2168–2179|doi=10.1111/j.1462-5822.2008.01231.x|issn=1462-5822|pmid=18764915|acessodata=2020-06-25}}</ref> O vírus da hepatite delta em humanos possui um [[genoma]] de [[Ácido ribonucleico|RNA]] semelhante aos [[Viroide|viróides]], mas possui uma camada protéica derivada do [[vírus da hepatite B]] e não pode produzir um deles. É, portanto, um vírus defeituoso. Embora o genoma do vírus da hepatite delta possa se replicar independentemente uma vez dentro de uma célula hospedeira, ele requer a ajuda do [[vírus da hepatite B]] para fornecer um revestimento protéico para que possa ser transmitido para novas células.<ref name="Powell">{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=deLEDwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false|título=Fungi, Bacteria and Viruses|ultimo=Powell|primeiro=Christopher|data=2019|editora=|ano=|local=|página=151-173|páginas=344|isbn=9781839471896}}</ref>
No passado, havia problemas com todas essas hipóteses: a hipótese regressiva não explicava por que mesmo os menores parasitas celulares não se assemelham a vírus de forma alguma. A hipótese de escape não explicou os capsídeos complexos e outras estruturas nas partículas virais. A hipótese do primeiro vírus violou a definição de vírus, na medida em que requerem células hospedeiras.<ref name=":13" /> Os vírus agora são reconhecidos como antigos e como tendo origens anteriores à divergência da vida nos [[Sistema dos Três Domínios|três domínios]]. Essa descoberta levou os virologistas modernos a reconsiderar e reavaliar essas três hipóteses clássicas.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/480587729|título=Desk encyclopedia of general virology|ultimo=Mahy, B. W. J. (Brian W. J.)|primeiro=|ultimo2=Van Regenmortel, M. H. V.|data=2010|editora=Academic Press|ano=|local=Oxford, UK|página=28|páginas=644|isbn=9780123751461|oclc=480587729}}</ref>