Rapto Lindbergh: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Gremista.32 (discussão | contribs)
m
Linha 1:
O '''rapto de Charles Augustus Lindbergh, Jr.''', o filho mais velho do aviador [[Povo dos Estados Unidos|norte-americano]] [[Charles Lindbergh]] e [[Anne Morrow Lindbergh]], foi um dos mais publicitados crimes do século XX. A criança de 20 meses foi raptada da sua casa de família, em ''Highfields'', em ''East Amwell'', [[Nova Jérsia]], na tarde de 1 de Março de 1932<ref><cite class="citation news" contenteditable="false">Gill, Barbara (1981). </cite></ref>. O caso teve notória divulgação, pois Charles  Lindbergh era considerado um héroi nacional por alcançar a proeza de ser o primeiro a atravessar o Oceano Atlântico em um voo solitário, durante 33 horas.
 
Cerca de 2 meses depois, a 12 de Maio de 1932, o seu corpo foi descoberto a uma curta distância da casa de Lindbergh, na vizinhança de ''Hopewell Township''<ref name="Lindbergh web"><cite class="citation{{Citar web" contenteditable|url="false">[http://www.charleslindbergh.com/kidnap/ "|titulo=Lindbergh Kidnapping Index"]<span class|acessodata="reference2020-accessdate">.12-01 </span></cite>|website=www.charleslindbergh.com}}</ref>. Uma examinação médica determinou que a causa da morte foi fractura do crânio massiva.<ref name="Eaglet"><cite class="citation web" contenteditable="false">Aiuto, Russell. </cite></ref>
 
Depois de uma investigação que demorou mais de dois anos, Richard Hauptmann foi preso e acusado do crime. Num julgamento, realizado entre 2 de Janeiro e 3 de Fevereiro de 1935, Hauptmann foi dado como culpado do assassinato em primeiro grau e sentenciado à morte. Foi executado na [[cadeira eléctrica]], na Prisão Estatal de Nova Jérsia, a 3 de Abril de 1936. Hauptmann proclamou a sua inocência até ao fim, e muitos historiadores questionam a sua culpa.<ref name="linder"><cite class="citation web" contenteditable="false">Linder, Douglas (2005). </cite></ref>
Linha 56:
 
=== Descoberta do corpo ===
A 12 de Maio, um condutor de um caminhão de entregas William Allen, parou o seu caminhão na beira da estrada a cerca de 7,2 quilometros a sul da casa de Lindbergh perto da vila de Mount Rose na vizinhança de Hopewell Township[[Hopewell Township|<ref name="Lindbergh web" />]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-Lindbergh%20web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite note-Lindbergh web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite note-Lindbergh web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[#cite note-Lindbergh web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[#cite note-Lindbergh web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[#cite note-Lindbergh web-2|<span class="mw-reflink-text">[2]</span>]][[#cite_note-Lindbergh_web-3|<span class="mw-reflink-text"><nowiki>[3]</nowiki></span>]]. Ele foi para um conjunto de árvores para urinar, e lá descobriu o corpo da criança<ref name="Time"><cite class="citation web" contenteditable="false">[http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,743741,00.html?internalid=ACA "CRIME: Never-to-be-Forgotten"]. </cite></ref>. Allen notificou a polícia, que levou o corpo para o necrotério próximo a [[Trenton]], [[Nova Jérsia]]. O corpo estava pouco decomposto, e descobriu-se que o crânio estava fracturado. O corpo parecia que tinha sido mastigado e atacado por vários animais assim como indicações que alguém tinha feito uma tentativa de enterrar o corpo<ref name="Eaglet" /><ref name="Time" />. Lindbergh e Gow rapidamente identificaram o bebé como sendo o bebé desaparecido baseando-se nos dedos sobrepostos do pé direito e a camisola que Gow tinha feito para o bebé. Pensaram que a criança tinha sido morta com um golpe na cabeça. O pai foi insistente em cremar o corpo do bebé depois.<ref name="EveInd"><cite class="citation web" contenteditable="false">[http://news.google.co.uk/newspapers?id=N-NPAAAAIBAJ&sjid=3FQDAAAAIBA0J&pg=6172,6641444&dq=lindbergh+baby+creamation&hl=en "Murdered Child's Body Now Reduced to Pile of Ashes"]. </cite></ref>
 
Quando o Congresso dos Estados Unidos soube que a criança estava morta, a legislação foi apressada em fazer do rapto um crime federal. O FBI podia agora ajudar o caso mais directamente (na verdade, como a vítima não tinha sido transportada para lá da fronteira, a lei não se podia aplicar tecnicamente ao caso Lindbergh).
Linha 79:
Durante 30 meses, o Detective James J. Finn da polícia de [[Nova Iorque]] e o Agente do [[FBI]] Thomas Sisk trabalharam no caso Lindbergh. Eles conseguiram descobrir várias notas do dinheiro de resgate que tinha sido gasto em locais pela cidade de Nova Iorque. Um mapa criado por Finn registou cada descoberta e eventualmente mostrou que muitas das notas estavam a ser passadas ao longo da rota do metropolitano de Lexington Avenue. A linha do metrô ligava o East Bronx com o lado este de [[Manhattan]], incluindo a vizinhança [[alemã]]-[[austríaca]] de Yorkville.<ref name="linder"><cite class="citation web" contenteditable="false">Linder, Douglas (2005). </cite></ref>
 
A 18 de Setembro de 1934, um certificado dourado do dinheiro de resgate foi referido ao Detective Finn e ao Agente Sisk<ref name="linder" />. Apesar do Presidente Roosevelt ter ordenado uma ordem executiva a 5 de Abril de 1933, pedindo todos os certificados dourados para serem devolvidos a 1 de Maio de 1933, sob pena de multa ou prisão<ref name="Woolley" />, alguns membros do público guardaram-nos até ao último momento<ref><cite class="citation web" contenteditable="false">[http://www.treasury.gov/resource-center/faqs/Currency/Pages/edu_faq_currency_sales.aspx "FAQs: Currency – Buying, Selling & Redeeming"]. </cite></ref>. O certificado dourado de 10 dólares foi descoberto por um caixa do Corn Exchange Bank na 125th Street e[[ Park Avenue]], em [[Manhattan|Manhattan<ref name="FBI" />]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-15|<span class="mw-reflink-text">[15]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite%20note-FBI-13|<span class="mw-reflink-text">[13]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite note-FBI-13|<span class="mw-reflink-text">[13]</span>]][[Rapto Lindbergh#cite note-FBI-13|<span class="mw-reflink-text">[13]</span>]][[#cite note-FBI-13|<span class="mw-reflink-text">[13]</span>]][[#cite note-FBI-13|<span class="mw-reflink-text">[13]</span>]][[#cite note-FBI-13|<span class="mw-reflink-text">[13]</span>]][[#cite_note-FBI-1|<span class="mw-reflink-text"><nowiki>[1]</nowiki></span>]]. Tinha uma matrícula de Nova Iorque, 4U-13-41-N.Y, anotada na margem, que ajudou os investigadores a localizar a nota aà uma bomba de gasolina próxima. O gerente da bomba, Walter Lyle, tinha anotado a matrícula caso o banco não aceitasse a cédula, que estava fora de circulação.<ref name="linder"><cite class="citation web" contenteditable="false">Linder, Douglas (2005). </cite></ref><ref name="FBI"><cite class="citation web" contenteditable="false">[http://www.fbi.gov/libref/historic/famcases/lindber/lindbernew.htm "The Lindbergh Kidnapping"]. </cite></ref><ref name="Manning"><cite class="citation web" contenteditable="false">Manning, Lona (March 4, 2007). </cite></ref><ref><cite class="citation web" contenteditable="false">[http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,930523,00.html?internalid=ACA "National Affairs: 4U-13-41"]. </cite></ref>
 
, que estava fora de circulação.<ref name="linder"><cite class="citation web" contenteditable="false">Linder, Douglas (2005). </cite></ref><ref name="FBI"><cite class="citation web" contenteditable="false">[http://www.fbi.gov/libref/historic/famcases/lindber/lindbernew.htm "The Lindbergh Kidnapping"]. </cite></ref><ref name="Manning"><cite class="citation web" contenteditable="false">Manning, Lona (March 4, 2007). </cite></ref><ref><cite class="citation web" contenteditable="false">[http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,930523,00.html?internalid=ACA "National Affairs: 4U-13-41"]. </cite></ref>
 
Foi descoberto que a matrícula pertencia a um [[Dodge]] azul pertencente a Richard Hauptmann, um carpinteiro da 1279 East 222nd Street em Bronx. Foi descoberto que Hauptmann era um imigrante [[alemão]] com registo criminal na sua terra natal. Quando encontraram Hauptmann em sua casa, tinha em sua posse notas com certificados dourados no valor de 20 dólares<ref name="linder" /><ref name="FBI" />. Uma busca da polícia à garagem de Hauptmann descobriu mais de $14,000 do dinheiro de resgate, além de um pequeno revólver e outras evidências suspeitas. Hauptmann foi preso em flagrante.<ref><cite class="citation web" contenteditable="false">[http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,770014-2,00.html "National Affairs Oct. 8, 1934"]. </cite></ref>
Linha 101 ⟶ 99:
Para além da posse de mais de $14,000 de dinheiro de resgate por parte de Hauptmann, o Estado apresentou provas que mostravam uma grande semelhança entre a escrita de Hauptmann e a escrita do bilhetes de resgate. Oito diferentes especialistas em escrita manual (Albert S. Osborn, Elbridge W. Stein, John F. Tyrrell, Herbert J. Walter, Harry M. Cassidy, Wilmer T. Souder, Albert D. Osborn e Clark Sellers)<ref name="fisher2"><cite class="citation book" contenteditable="false">Fisher, Jim (September 1, 1994). </cite></ref> foram chamados pela acusação para testemunhar, onde apontaram semelhanças entre palavras e letras nos bilhetes de resgate e nas amostras de escrita de Hauptmann (que incluíam documentos escritos antes de ser preso, como registos automóveis). Um especialista (John M. Trendley) foi chamado pela defesa para refutar esta prova, enquanto outros dois (Samuel C. Malone e Arthur P. Meyers) recusaram testemunhar em julgamento<ref name="fisher2" />. Os últimos dois pediram $500 pelos seus serviços antes de olharem sequer para as notas e foram despedidos quando o advogado assistente de Flemington, C. Lloyd Fisher, recusou a dar tal quantia.<ref><cite class="citation book" contenteditable="false">Gardner, Lloyd C. (2004). </cite></ref>
 
Baseado no trabalho forense de [[Arthur Koehler]] no Laboratório de Produtos Florestais, o Estado também introduziu provas fotográficas demonstrando que a madeira da escada deixada no local do crime coincidia com a do chão do sótão de Hauptmann; o tipo de madeira, a direcção do crescimento da árvore, o padrão deixado na fábrica, o interior e exterior da superfície da madeira, e a granulação em ambos os lados era idêntica, e dois buracos de prego coincidentes com o sótão de Hauptmann. Adicionalmente, os acusadores notaram que a morada de Condon e o número de telefone tinham sido encontrados escritos a lápis numa porta de um armário na casa de Hauptmann. O próprio Hauptmann admitiu à polícia num interrogatório que tinha escrito a morada de Condon na porta do armário: "Devo ter lido no jornal sobre a história. Estava um pouco interessado e queria guardar um pouco disso, e possivelmente estava no armário, e a ler o jornal e anotei a morada". Quando questionado sobre o número de telefone de Condon, ele apenas respondeu, "Não consigo dar uma explicação sobre o número de telefone".
 
A defesa não desafiou a identificação do corpo, uma prática comum em casos de assassinato na altura para evitar a exposição do júri a uma intensa análise do corpo e à sua condição.