Queluzito: diferenças entre revisões

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CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS, ETNO-HISTÓRICAS E ARQUEOLÓGICAS |data=24 de julho de 2012 |acessodata=06 de outubro de 2020 |publicado=XVIII Encontro Regional da ANPUH-MG}}</ref>
 
A partir do século XVIII, muitos povoados foram surgindo em decorrência das expedições dos [[bandeirantes]] pelo Caminho Novo da [[Estrada Real]], cuja construção recebeu um forte apoio do então Governador [[Artur de Sá Meneses|Artur de Sá e Meneses]]. Assim, várias fazendas foram erguidas, servindo de entreposto em meio aà abundante [[Mata Atlântica]] local, descrita e documentada por importantes exploradores, como pelo botânico francês [[Auguste de Saint-Hilaire]], o médico alemão [[Georg Heinrich von Langsdorff]], além de outros viajantes europeus àa serviço das cortes imperiais que percorreram a região com propósitos científicos em diversas épocas. <ref>{{Citar periódico |titulo=Plantas medicinais da Estrada Real. |ultimo4=Silva |primeiro9=Maria de Fátima |ultimo8=Santos |primeiro8=Aparecida Celia Paula dos |ultimo7=Grael |primeiro7=Cristiane Fernanda Fuzer |ultimo6=Oliveira |primeiro6=Mariana Amorim de |ultimo5=Goulart |primeiro5=Lorena de Oliveira |primeiro4=Andressa Kamila de Souza |url=http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/4811 |ultimo3=Oliveira |primeiro3=Gabriela Rodrigues Ramos de |ultimo2=Zanetti |primeiro2=Naiara do Nascimento Santiago |ultimo=Brandão |primeiro=Maria das Gracas Lins |lingua=pt-BR |acessodata=2020-10-06 |issn=1983-3687 |data=2008 |ultimo9=Salimenha}}</ref> <ref>{{Citar periódico |titulo=Geotouristic Opportunities of the Caminho dos Diamantes (Estrada Real - MG): a Journey Described Through the Perspective of the Naturalist Travelers |url=http://dx.doi.org/10.11137/2018_2_647_653 |jornal=Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ |data=2018-08-20 |issn=0101-9759 |paginas=647–653 |numero=2 |acessodata=2020-10-08 |doi=10.11137/2018_2_647_653 |primeiro=S. F. |ultimo=PAULA |primeiro2=P. T. A. |ultimo2=CASTRO}}</ref> <ref>{{Citar periódico |titulo=Quels paysages dans les images produites autour de l’itinéraire touristique Estrada Real (Minas Gerais, Brésil) ? |url=http://journals.openedition.org/confins/6428 |jornal=Confins. Revue franco-brésilienne de géographie / Revista franco-brasilera de geografia |data=2010-07-16 |issn=1958-9212 |numero=9 |acessodata=2020-10-08 |doi=10.4000/confins.6428 |lingua=fr |primeiro=Philippe |ultimo=Beringuier |primeiro2=Allaoua |ultimo2=Saadi}}</ref>
 
O povoado onde se iniciou a história da cidade foi fundado na primeira metade do século XVIII, recebendo como primeiro nome ''Santo Amaro do Camapuã'', documentado no ''Livro de Tombo da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre dos Carijós''. Foi Amaro Ribeiro quem edificou a primeira capela na região, dedicada a [[Amaro|Santo Amaro]], cuja construção iniciou-se em 1726. A capela de Santo Amaro tem seu primeiro registro datado de 7 de janeiro de 1742, embora, na história oficial do atual município de Queluzito, conste que o término da obra ocorrera em 12 de março de 1738. Seus livros de registros paroquiais revelam que os primeiros habitantes da região eram portugueses, que vieram explorar ouro nos riachos Camapuã e Brumado. O relatório do ''Termo da Villa Real de Queluz'' (1830) reporta que no local havia apenas ''cinco fogos'' (casas). O crescimento do entorno da capela de Santo Amaro só ocorreu nas primeiras décadas do século XIX, quando a região passou a se dedicar ao abastecimento agropastoril, sendo que parte considerável de sua produção era vendida para [[São João del-Rei|São João Del Rei]]. Esse crescimento comercial intenso resultou na elevação de povoado a freguesia de Santo Amaro de Camapuã, em 1838. <ref name=":0">{{Citar periódico |titulo=Estratégia de família: casamentos endogâmicos em grupos familiares do entorno da Serra do Camapuã (1750-1890) |url=https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUOS-B2YP8Y |data=2018-03-27 |acessodata=2020-10-06 |primeiro=Gabriel Afonso Vieira |ultimo=Chagas}}</ref>
 
Geograficamente como um braço da [[Serra da Mantiqueira]], a Serra do Camapuã, cujo nome significa, em [[Línguas tupi-guaranis|tupi-guarani]], ''seios erguidos'', está localizada no que constituía, inicialmente, a divisa entre as [[Comarca|comarcas]] de [[Ouro Preto]] e [[Rio das Mortes (distrito de São João del-Rei)|Rio das Mortes]]. Em 1790, quando da elevação do Arraial dos Carijós àa Vila de Queluz, a serra ficou subordinada a essa última, que foi integrada à comarca do [[Rio das Mortes (distrito de São João del-Rei)|Rio das Mortes]]. Desde então, até 1833, todo o seu território ficou circunscrito a essa comarca. Nessa última data, a Vila de Queluz foi reincorporada à de Ouro Preto, onde os terrenos dispostos ao sopé de sua vertente leste passaram a fazer parte da comarca de Ouro Preto e os da oeste ficaram sob a jurisdição do Rio das Mortes. Essa instabilidade revela que Santo Amaro do Camapuã assentava-se em uma região limítrofe, de passagem obrigatória para quem desejasse transitar entre São João Del Rei e Vila Rica. <ref name=":0" />
 
Os primeiros povoadores da localidade foram o Inconfidente José da Costa Oliveira, bisavô do jurista, advogado e diplomata [[Lafayette Rodrigues Pereira]], e o português José da Costa Oliveira. Os ''Vieiras'', os ''Costa'', os ''Pacheco de Lima'' e os ''Ferreira de Souza'', famílias portuguesas oriundas da região do [[Minho (província)|Minho]], compuseram os primeiros extratos familiares na região. <ref name=":0" />
 
Em 31 de dezembro de 1943, o então Distrito de Santo Amaro (constituído pelas Lei Provincial nº 907, de 08-06-1858 e Lei Estadual nº 2, de 14-09-1891, subordinado aà Vila de Queluz) recebeu a denominação de Queluzito, sendo elevado à categoria de cidade em 1962. O nome Queluzito é originário da palavra ''queluzita'', uma [[rocha metamórfica]] complexa, composta de espessartita, [[rodonita]], [[rodocrosita]] e [[quartzo]], abundante na região.<ref>{{Citar periódico |titulo=Litotoponímia mineira |url=https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/LETR-B8AFPE |data=2018-12-12 |acessodata=2020-10-05 |primeiro=Maryelle Joelma |ultimo=Cordeiro}}</ref>
 
== Geografia ==
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Dados obtidos no período compreendido entre 2015-2016 do ''Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica'', desenvolvido pela [[Fundação SOS Mata Atlântica]] e o [[Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais]] (INPE), reportam que o município possui 14,0% (3934,00 ha de fisionomia vegetal original) de remanescente caracterizado como [[floresta estacional semidecidual]], com condições edafoclimáticas potencialmente apropriadas para o [[reflorestamento]] de [[Degradação ambiental|áreas degradadas]] e recuperação de nascentes e [[Vegetação ripária|matas ciliares]] empregando [[Espécie nativa|espécies nativas]] raras, agregando valor genético estratégico à região e impulsionando uma crescente economia [[Agrofloresta|agroflorestal]] [[Sustentabilidade|sustentável]]. <ref>{{Citar web |url=http://mapas.sosma.org.br/ |titulo=Mapas SOS Mata Atlântica |acessodata=2020-10-06 |website=mapas.sosma.org.br}}</ref>
 
O cultivo de araucária (''[[Araucaria angustifolia]]''), guapeba-preta (''[[Chrysophyllum imperiale]]''), ipê-roxo ([[Handroanthus impetiginosus|''Handroanthus impetiginosus'']]'')'' e jequitibá-rosa ([[Jequitibá-rosa|''Cariniana legalis'']]''),'' dentre outras espécies, pode contribuir com o [[Equilíbrio ambiental|equilíbrio ecológico]], mantendo a diversificada [[avifauna]] local protegida. A extensa zona rural possui potencial para o cultivo de madeiras de corte, em substituição à pecuária, assim como o potencial para atividades econômicas com baixas emissões de carbono seremser elevadoselevado, como o [[ecoturismo]], devido a diversas pequenas cachoeiras que podem ser visitadas na região, como a Cachoeira do Maciel. Uma das denominações de localidade na zona rural da cidade é conhecida como "''serra dos caixetas''", nome referendado graças à abundância, no passado, da árvore [[caixeta]] (''Tabebuia cassinoides),'' espécie ameaçada de [[extinção]] no [[Brasil]]. <ref>{{Citar web |url=http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Tabebuia%20cassinoides |titulo=Centro Nacional de Conservação da Flora - CNCFlora |acessodata=2020-10-05 |website=cncflora.jbrj.gov.br}}</ref>
 
A fragmentação de habitatshábitats tem agravado esta situação, levando à diminuição da ocorrência de várias espécies animais nos remanescentes de vegetação da região. Aves de maior porte, como alguns [[Jacu|jacus]] (''Penelope spp''.) e [[Mutum-do-sudeste|mutuns]] (''Crax spp''.), estão entre as espécies mais afetadas pela fragmentação dessas áreas verdes, ainda que a elevada presença de periquitos (''[[Brotogeris]] ssp.)'' seja frequentemente observada na região''.'' <ref>{{Citar web |url=http://www.olaria.mg.gov.br/ |titulo=Olaria MG |acessodata=2020-10-06 |lingua=pt-BR}}</ref>
 
Queluzito, dentre os atrativos históricos, geográficos e culturais, faz parte do [[Circuito Turístico Villas e Fazendas|Circuito Turístico Villas e Fazendas de Minas Gerais]], criado em 2001, a partir da associação de oito municípios com identidades culturais, sociais e econômicas semelhantes, todos próximos às históricas [[Congonhas]] e [[Ouro Preto]], configurando-se como exemplo de turismo sustentável. Em termos culturais, destacam-se a [[Congada]], a Festa do Produtor Rural, as [[Folia de Reis|Folias de Reis]] e Folia de São Sebastião, e as celebrações religiosas. <ref>{{Citar web |url=https://minasgeraismg.net/cidades/queluzito#a-cidade-de-queluzito-mg |titulo=Cidade de Queluzito MG - MinasGeraisMG.Net |acessodata=2020-10-06 |website=minasgeraismg.net}}</ref>
 
== Avifauna ==
As espécies de aves comumente observadas no município pertencem às famílias ''[[Anatidae]]'' (''[[Marreca-pé-vermelho|Amazonetta brasiliensis]] ~ "''ananaí"'');, [[Cracidae]]'' (''[[Jacuguaçu|Penelope obscura]] ~'' "jacuaçujacuguaçu");, ''[[Phalacrocoracidae]]'' (''Nannopterum brasilianus ~'' "biguá"'');, [[Ardeidae]]'' (''[[Butorides striata]] ~'' "socozinho"'', [[Ardea alba]] ~'' "garça-branca-grande"''; Syrigma silibatrix ~'' "maria-faceira");, ''[[Threskiornithidae]]'' (''[[Mesembrinibis cayennensis]] ~'' "coró-coró"'', [[Theristicus caudatus]] ~'' "curicaca"). <ref>{{Citar web |url=https://www.wikiaves.com.br/especies.php?t=c&c=3153806# |titulo=Espécies em Queluzito/MG {{!}} Wiki Aves - A Enciclopédia das Aves do Brasil |acessodata=2020-10-29 |website=www.wikiaves.com.br}}</ref>
 
==Ver também==