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== História ==
O butô é o resultado, muito mais filosófico que artístico, da confluência de duas culturas completamente opostas e nitidamente anacrônicas: a ocidental, que vinha sendo moldada pela ideologia americana dos anos 1950, e
Tatsumi Hijikata e [[Kazuo Ohno]], os expoentes e criadores
Propondo a subversão das convenções assumidas pelas vanguardas, o butô busca uma forma de expressão que não seja necessariamente coreografada, nem presa a movimentos estereotipados que remetam a uma técnica específica. Preocupa-se em expressar a individualidade do butoka sem máscaras nem véus de alegoria, mostrando o que o ser humano tem de verdade na alma, no espírito — mesmo que para isso desvende o que pode haver de mais sórdido, solitário e obscuro no interior do dançarino. E, a fim de que isso venha à tona, não cabe que o meio no qual se dá a expressão seja preso a convenções que mascaram a verdade interior do ser humano. O que deve ser feito, segundo a filosofia do butô, é libertar-se das formas do corpo e do pensamento.
[[Kazuo Ohno]] utilizava termos bastante sugestivos para a transmissão de conhecimentos aos discípulos. Eram eles: ''o corpo morto'' — o qual sugere um corpo e uma alma vazios, livres, leves, sem empecilhos que os impeçam de exprimir-se, incluindo-se aqui também a ideia do “olho de peixe”, que lembra os olhos de um cadáver, sem vida e
Como toda a arte que fica grafada nas páginas da história, o butô manifesta o que é universal, o que é o ser humano com a sua torpe verdade. Assim, tanto para o butoka quanto para aqueles que o veem dançar, as máscaras sociais são arrancadas, e a verdade de cada um é brutalmente desvendada, causando, por consequência, uma espécie de alvoroço interior que nos obriga a sair de nossas estaticidades e conformações em busca do nosso verdadeiro eu. Assim, se compreende o intento de Hijikata ao pretender o butô não como uma simples dança, mas como uma filosofia.
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