José Inácio da Costa: diferenças entre revisões

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{{Info/Biografia
[[Ficheiro:José Inácio Costa.png|miniaturadaimagem|José Inácio da Costa, c.1885 (pintura a óleo), autor desconhecido|295x295px]]
|nome_completo = José Inácio da Costa
'''José Inácio da Costa''' ([[Sintra]], [[Colares (Sintra)|Colares]], [[4 de Maio]] de [[1836]]<ref>{{Citar web|url=http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4829881|titulo=PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-001-B18_m0001.TIF - Livro de registo de baptismos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq|acessodata=2017-08-04|obra=digitarq.arquivos.pt}}</ref> - [[Sintra]], [[Colares]], [[13 de Abril]] de [[1896]]<ref>{{Citar web|url=http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4829881|titulo=PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-001-B18_m0001.TIF - Livro de registo de baptismos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq|acessodata=2017-08-04|obra=digitarq.arquivos.pt}}</ref>) foi um filantropo, benfeitor, industrial e proprietário [[republicano]] da aristocracia lisboeta e sintrense do [[século XIX]], natural de [[Colares (Sintra)|Colares]], vila onde nasceu e faleceu e que muito estimava, tendo sido um dos seus maiores beneméritos. Foi proprietário da Companhia Nacional de Conservas.
|imagem = [[Ficheiro:José Inácio Costa.png|235px]]
|imagem_legenda =
|nascimento_data = {{dni|lang=pt|4|5|1836|si}}
|nascimento_local = [[Colares (Sintra)|Colares]], [[Sintra]], {{PRT1830}} [[Portugal]]
|morte_data = {{nowrap|{{morte|lang=pt|13|4|1896|4|5|1836}}}}
|morte_local = [[Colares (Sintra)|Colares]], [[Sintra]], {{PRT1830}} [[Portugal]]
|nacionalidade = {{PRT1830}} [[Portugal]]
|cônjuge = Ana Paula da Conceição (1837-1908)
|ocupação = [[Industrial]], [[proprietário]], [[filantropo]] e [[militante]] [[republicano]]
|nome_pai = José da Costa (1790-1876)
|nome_mãe = Maria Doroteia de Jesus Costa (1792-1868)
|filhos = José Alfredo da Costa (1857-1862)<br />[[Eduardo Rodrigues da Costa]] (1860-1912)<br />José Inácio Paulo da Costa (1862-1912)
}}
 
'''José Inácio da Costa''' ([[Colares (Sintra)|Colares]], [[Colares (Sintra)|Colares]], [[4 de Maio|4 de maio]] de [[1836]]<ref>{{Citar web|url=http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4829881|titulo=PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-001-B18_m0001.TIF - Livro de registo de baptismos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq|acessodata=2017-08-04|obra=digitarq.arquivos.pt}}</ref> - [[SintraColares]], [[ColaresSintra]], [[13 de Abril|13 de abril]] de [[1896]]<ref>{{Citar web|url=http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4829881|titulo=PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-001-B18_m0001.TIF - Livro de registo de baptismos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq|acessodata=2017-08-04|obra=digitarq.arquivos.pt}}</ref>) foi um [[Filantropia|filantropo]], benfeitor, [[industrial]] e [[proprietário]] [[republicano]] da [[aristocracia]] [[Lisboa|lisboeta]] e [[Sintra|sintrense]] do [[século XIX]], natural de [[Colares (Sintra)|Colares]], vila onde nasceu e faleceu e que muito estimava, tendo sido um dos seus maiores beneméritos. Foi proprietário da Companhia Nacional de Conservas.
 
== Biografia ==
[[Ficheiro:José Inácio Costa 2.pngjpg|esquerda|miniaturadaimagem|259x259px|José Inácio da Costa, c.1885 (pinturadécada ade óleo[[1890]]), autor desconhecido|295x295px.]]
 
José Inácio foi criado no seio de uma família modesta e ainda jovem, fixou-se em [[Lisboa]] onde aprendeu o ofício de [[latoaria]]. Um dos grandes proprietários da fábrica onde trabalhava, sem herdeiros, afeiçoou-se ao jovem e legou-lhe todo o seu património fabril, incluindo a Companhia Nacional de Conservas. Inácio soube gerir o seu património e diversificou a sua actividadeatividade, acumulando uma enorme fortuna. Manteve, apesar de tudo, grande afeição à sua terra natal, onde tem hoje uma rua em seu nome.
 
"''Collares, seu berço natal, sua estância favorita que sempre disse querer nela acabar os seus dias, deve-lhe inolvidáveis benefícios, José Ignácio da Costa queria-lhe como um filho quer a uma mãe extremosa; pugnava pelo seu bem-estar, interessava-se com entusiasmo por tudo quando pudesse aumentar as belezas materiais e o prestígio moral. Começando por embelezar a entrada da Vila com uma magnífica vivenda de campo para si e um belo chalet para os seu filhos, continuou, dotando-a com sucessivos melhoramentos, entre os quais avulta o Éden-Hotel.''
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''Foi iniciador do Montepio em Colares, tendo também dotado a corporação de bombeiros Voluntários com uma bela máquina para extinção de incêndios.''"
 
No ''Correio de Cintra'' de 19 de Abrilabril de 1896 (6 dias após o seu falecimento).<ref>{{Citar web|url=http://riodasmacas.blogspot.pt/2017/05/postal-de-colares.html|titulo=Postal de Colares|acessodata=2017-08-04|obra=riodasmacas.blogspot.pt}}</ref>
 
Inácio da Costa foi também um republicano convicto, integrante do Club [[Fernandes Tomás|Fernandes Thomaz]], onde se faziam conferências públicas de carácter republicano, junto de figuras ilustres da época, como [[Casimiro Freire]], [[Elias Garcia]], [[Sebastião de Magalhães Lima]], [[Zófimo Consiglieri Pedroso]], [[Francisco Teixeira de Queirós]], etc. Ao concorrer à eleição municipal em Lisboa como militante da Lista Republicana, contou com 4492 votos, perdendo para o [[monárquico]] [[Manuel Bento de Sousa]].
 
== Património ==
[[Ficheiro:Éden Hotel Colares.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|255x255px|O ''Éden Hotel'' nos dias de hoje.]]
[[Ficheiro:Villa Costa (pormenor).jpg|miniaturadaimagem|253x253px|''Villa Costa'' (pormenor da entrada, com o apelido em destaque).]]
O [[Chalé|Chalet]] de José Inácio, mandado construir em [[1885]], edificado por mestre Manuel Joaquim de Oliveira, o qual nomeou de ''Villa Costa'' (que hoje aloja um estabelecimento de alojamento local, renomeado ''Villa Vitorino''), constitui um exemplar arquitectónico[[arquitetónico]] muito interessante, com janelas [[Gótico|góticas]] e decoração vegetalista estilizada dos capitéis patentes nas janelas maineladas, cuja gramática recorda vagamente um certo [[estilo revivalista]].<ref>{{Citar web|url=http://riodasmacas.blogspot.pt/2007/11/vila-costa-em-colares.html|titulo=ViIla Costa em Colares|acessodata=2017-08-04|obra=riodasmacas.blogspot.pt}}</ref> Quase em frente à ''Villa Costa'', duas vivendas geminadas, ''Ema'' e ''Alda'', mandadas construir por Inácio para as suas duas netas, Ema Georgina Sales Costa (1882-1952) e Alda de Teves Costa (1884-1960) e que hoje alojam a Farmácia e os Correios de [[Colares (Sintra)|Colares]].
 
O antigo ''Éden Hotel'' é um edificioedifício de relevo na memória de Colares [[Burguesia|burguês]] e [[Romantismo em Portugal|romântico]]. Foi erguido a partir de [[1887]], por ter surgido a ideia de dotar Colares de uma unidade hoteleira de categoria superior. Uma vez construído, arrendou-o Manuel Iglésias que se encarregou de o transformar num importante centro de turismo, tendo mais tarde sido vendido ao pintor [[Veloso Salgado]] que em Colares se fixou e o transformou numa residência de férias. Enquanto funcionou como hotel, por lá passaram figuras como [[Alfredo Keil]], [[Conde de Sabugosa]], [[Conde de Valenças]], [[Fidelino de Figueiredo]], [[Amélia Rey Colaço]] e o marido, [[Robles Monteiro]] e até finais da [[Década de 1950]], a equipa do [[Sport Lisboa e Benfica]], então treinada por [[Otto Glória]]. Ficaram famosos os [[sarau]]s de piano, alguns executados pelo grande [[Vianna da Motta]], morador em Colares nessa época, que fizeram do local um recanto aprazível e único.<ref name="cm-s_Quan">{{citar web|título= Quando Sintra descobriu a Praia |títulotrad= |autor = |obra= Câmara Municipal de Sintra |data= |acessodata= 2017-08-05 | url = http://www.cm-sintra.pt/quando-sintra-descobriu-a-praia |citação= }}</ref>
O Chalet de José Inácio, mandado construir em [[1885]], edificado por mestre Manuel Joaquim de Oliveira, o qual nomeou de ''Villa Costa'' (que hoje aloja um estabelecimento de alojamento local, renomeado Villa Vitorino), constitui um exemplar arquitectónico muito interessante, com janelas [[Gótico|góticas]] e decoração vegetalista estilizada dos capitéis patentes nas janelas maineladas, cuja gramática recorda vagamente um certo [[estilo revivalista]].<ref>{{Citar web|url=http://riodasmacas.blogspot.pt/2007/11/vila-costa-em-colares.html|titulo=ViIla Costa em Colares|acessodata=2017-08-04|obra=riodasmacas.blogspot.pt}}</ref> Quase em frente à ''Villa Costa'', duas vivendas geminadas, ''Ema'' e ''Alda'', mandadas construir por Inácio para as suas duas netas, Ema Georgina Sales Costa (1882-1952) e Alda de Teves Costa (1884-1960) e que hoje alojam a Farmácia e os Correios de [[Colares (Sintra)|Colares]].
 
O antigo ''Éden Hotel'' é um edificio de relevo na memória de Colares [[Burguesia|burguês]] e [[Romantismo em Portugal|romântico]]. Foi erguido a partir de [[1887]], por ter surgido a ideia de dotar Colares de uma unidade hoteleira de categoria superior. Uma vez construído, arrendou-o Manuel Iglésias que se encarregou de o transformar num importante centro de turismo, tendo mais tarde sido vendido ao pintor [[Veloso Salgado]] que em Colares se fixou e o transformou numa residência de férias. Enquanto funcionou como hotel, por lá passaram figuras como [[Alfredo Keil]], [[Conde de Sabugosa]], [[Conde de Valenças]], [[Fidelino de Figueiredo]], [[Amélia Rey Colaço]] e o marido, [[Robles Monteiro]] e até finais da [[Década de 1950]], a equipa do [[Sport Lisboa e Benfica]], então treinada por [[Otto Glória]]. Ficaram famosos os [[sarau]]s de piano, alguns executados pelo grande [[Vianna da Motta]], morador em Colares nessa época, que fizeram do local um recanto aprazível e único.<ref name="cm-s_Quan">{{citar web|título= Quando Sintra descobriu a Praia |títulotrad= |autor = |obra= Câmara Municipal de Sintra |data= |acessodata= 2017-08-05 | url = http://www.cm-sintra.pt/quando-sintra-descobriu-a-praia |citação= }}</ref>
 
José Inácio da Costa esteve também ligado à construção da estrada para a [[Praia das Maçãs]], em [[1886]], à fundação dos Bombeiros e Banda Filarmónica de Colares, em [[1890]] e à restauração da igreja paroquial.
 
José Inácio da Costa esteve também ligado à construção da estrada para a [[Praia das Maçãs]], em [[1886]], à fundação dos Bombeiros e [[Banda filarmónica|Banda Filarmónica]] de Colares, em [[1890]] e à restauração da igreja paroquial.
Faleceu a menos de um mês de completar 60 anos, na sua residência em Colares, tendo sido sepultado no seu jazigo particular do [[Cemitério dos Prazeres]].
[[Ficheiro:Jazigo Costa - Cemitério dos Prazeres.jpg|miniaturadaimagem|379x379px|Jazigo da Família Costa, erigido em 1886, no [[Cemitério dos Prazeres]], em [[Lisboa]].]]
Faleceu a menos de um mês de completar 60 anos, na sua residência em Colares, tendo sido sepultado no seu jazigo particular do [[Cemitério dos Prazeres]], em Lisboa, mandado construir em 1886.<ref>{{Citar web |url=https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=7479491 |titulo=PT-ADLSB-PRQ-PSNT05-003-00051_m0001.tif - Livro de registo de óbitos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq |acessodata=2021-01-16 |website=digitarq.arquivos.pt}}</ref>
 
== Família e Descendênciadescendência ==
Era filho de José da Costa e de Maria Doroteia de Jesus Costa, agricultoreslavradores humildes da freguesia de [[São Martinho (Sintra)|São Martinho]], em [[Sintra]], sendo o mais novo de oito irmãos.
 
Casou com apenas 19 anos, a [[4 de junho|4]] de Junho[[1855]], na [[Igreja de Santa Catarina (Lisboa)|Igreja Paroquial de Santa Catarina]], em [[1855Lisboa]], com Ana Paula da Conceição ([[Olhão (freguesia)|Olhão]], ([[Faro)]], [[23 de julho|23 de Julho]] de [[1837]] - [[Santos-o-Velho|Santos-o-Velho]], ([[Lisboa)]], [[21 de julho]] de [[1908]]), filha de pescadores[[Pescadores|marinheiros]], José Paulo Pereira (1805-1886) e Ana da Conceição Vaz (1808-?), naturais de [[Olhão]].<ref>{{Citar web |url=https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4816588 |titulo=PT-ADLSB-PRQ-PLSB28-002-C25_m0765.TIF - Livro de registo de casamentos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq |acessodata=2021-01-16 |website=digitarq.arquivos.pt}}</ref> Deste matrimónio nasceram três filhos:
 
* José Alfredo da Costa ([[Santa Catarina (Lisboa)|Santa Catarina]], [[Lisboa]], 14 de Junhojunho de 1857 - [[Santa Catarina (Lisboa)|Santa Catarina]], [[Lisboa]], 8 de Fevereirofevereiro de 1861), que faleceu de ''febre catarral maligna'';
* [[Eduardo Rodrigues da Costa]] ([[Santa Catarina (Lisboa)|Santa Catarina]], [[Lisboa]], 2 de Junhojunho de 1860 - São Julião (Lisboaextinta), [[Lisboa]], 7 de Julhojulho de 1912), que casou com Matilde Emília de Sales (1861-1927), com geração; grande benemérito da Vila de Colares, sócio da Real Associação de Bombeiros de Colares e membro deste corpo, a quem ficou incumbida a chefia da nova esquadra, da qual era Comandante o Infante [[Afonso de Bragança, Duque do Porto]], nomeado Comandante Associação dos Bombeiros Voluntários de Colares, iniciando-se assim uma caminhada de distintos serviços à comunidade;<ref>{{Citar web|url=http://www.ahbvcolares.pt/index.php/historia|titulo=História|acessodata=2017-08-04|obra=www.ahbvcolares.pt}}</ref>
* José Inácio Paulo da Costa ([[Santa Catarina (Lisboa)|Santa Catarina]], [[Lisboa]], 1 de Marçomarço de 1862 - [[Colares (Sintra)|Colares]], [[Sintra]], 24 de Fevereirofevereiro de 1912), casou com Maria Felisbela de Teves (1866-1954), com geração; entregou em [[Setembro]] de [[1896]] no [[Ministério das Obras Públicas]] o projectoprojeto para uma ligação ferroviária de Sintra a Colares e Praia das Maçãs, caminho de ferro de tracçãotração reduzida e [[Elétricos de Sintra|Sistema americano]];<ref>{{Citar web|url=http://reinodeklingsor.blogspot.pt/2013/02/sintra-nos-anos-de-1896-e-1897.html|titulo=Sintra nos anos de 1896 a 1910|acessodata=2017-08-04|obra=reinodeklingsor.blogspot.pt}}</ref>
[[Categoria:Industriais de Portugal|José Inácio da Costa]] .
 
== Referências ==