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|ocupação = [[cerâmica|barrista]]
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'''Rosa Ramalho''' ([[14 de agosto]] de [[1888]] - [[24 de setembro]] de [[1977]]) é o nome artístico de '''Rosa Barbosa Lopes''', uma [[Escultura|escultora]], [[ceramista]] e figura emblemática da [[olaria]] tradicional [[Portugal|portuguesa]].<ref name=":1">{{Citar web |url=https://www.cm-barcelos.pt/cool_timeline/rosa-ramalho/ |titulo=Rosa “Ramalho” |acessodata=2021-01-19 |website=Município de Barcelos |lingua=pt-PT}}</ref>
 
Seu trabalho é caracterizado por peças figurativas que evocam o surrealismo e transitam entre o real e o fantástico. Suas peças exprimem uma imaginação prodigiosa e uma visão singular do através de personagens como as alminhas, o cristo, os cabeçudos, o galo, o galo mulher, o homem-sereia, o carrocho, a cabra, a pinha, a banda, a ceia, o cavaleiro, entre outras.<ref>{{Citar web |url=https://www.aerosaramalho.pt/patrono |titulo=Patrono {{!}} Agrupamento de Escolas Rosa Ramalho |acessodata=2021-01-19 |website=www.aerosaramalho.pt}}</ref>
 
== Biografia ==
Rosa Ramalho nasceu ano [[14no delugar agosto]] deda [[1888]]Cova, na freguesia de [[São Martinho de Galegos]], (concelho de [[Barcelos]]). O apelido adotado por ela, e sob o qual veio a ser conhecida, vem de uma expressão que sua avó dizia à seu pai: “não saias daqui, põe-te à sombra dos ramalhos!”. Filha de um sapateiro, Luís Lopes e de uma tecedeira, Emília Barbosa, ela nunca frequentou a escola. <ref name=":0">{{Citar web |url=http://pesquisa.adb.uminho.pt/viewer?id=1017302&FileID=511528 |titulo=Batismos |acessodata=2020-12-08 |website=pesquisa.adb.uminho.pt |lingua=pt}}</ref><ref name=":1" /> Aprendeu a trabalhar o [[Argila|barro]] desde muito nova, mas interrompeu a atividade quando casou-se aos 1918 anos e teve oito filhos (três morreram à nascença). Durante esse período, empara [[Manhente]]fazer algum dinheiro, aRosa [[20ia depara fevereiro]]casa de [[1908]],uma comvizinha umque moleiromodelava figuras, Antóniodepois dadas Mota,suas naturalatividades dedomésticas [[Sãoe Romãodomiciliárias. daInicialmente, Ucha]]para (concelhotecer tiras de [[Barcelos]])<refcestas, name=":0"mas />depois para, depor quemolho tevee setepor filhos.hábito, Aprendeuaprender a trabalharfazer oessas tais figuras com [[Argila|barro]] desdepor muitocozer nova,(ou maschacota) interrompeue acom atividadetintas durantenão-cerâmicas, cercaa departir 50da anosterra paraque cuidartinha daà famíliadisposição. Mas foi só após a morte do marido, a [[17 de junho]] deem [[1956]], eque ela já com 68 anos de idade, retomouque oela trabalho cominiciou o barrotrabalho e começou apelo criarqual as figuras queveio a tornaramser famosa.conhecida, Ascom suasfiguras peçasde simultaneamentecontornos dramáticasdramáticos e fantasistasfantasiosos, denotadorasprovenientes de uma imaginação prodigiosa,fértil distinguiam-nae repleta de outrosmitologias barristaslocais.<ref>{{Citar eweb oleiros|ultimo=Brandão e|primeiro=Lucas proporcionaram|url=https://www.comunidadeculturaearte.com/quem-lhefoi-rosa-ramalho-a-mais-celebre-ceramista-portuguesa/ uma|titulo=Quem famafoi queRosa ultrapassouRamalho, fronteiras.a mais célebre ceramista portuguesa? |data=2020-12-06 |acessodata=2021-01-19 |website=Comunidade Cultura e Arte |lingua=pt-PT}}</ref>
 
A trajetória artística de Rosa começa com as tradicionais feiras populares, e foi assim que ela vendeu seus primeiros bonecos em Barcelos. Quando o pintor [[António Quadros (pintor)|Antonio Quadros]] conheceu seu trabalho, ele passou a divulgar as suas exposições nas feiras.<ref>{{citar web |ultimo=Melício |primeiro=SILVELENE DO CARMO PEREIRA |url=https://run.unl.pt/bitstream/10362/24509/1/DISSERTACAO%20FINAL%20SILVELENE%20MELICIO.pdf |titulo=A Construção do Valor Estético da Escultura Barrista Popular: Comparações entre Portugal e Brasil |data=01-03-2017 |acessodata=19-01-2021 |publicado=Universidade Nova de Lisboa}}</ref> Quando o trabalho de Rosa ficou conhecido pelos membros da [[Escola Superior de Belas-Artes do Porto|Escola Superior de Belas Artes do Porto]], a modelagem de figuras em barro passou a ser valorizada pela "elite" artística e ganhou um estatuto superior no país.<ref>{{citar web |ultimo=Museu de Olaria |primeiro= |url=https://www.museuolaria.pt/wp-content/uploads/2019/09/ProgramaMO_2019-2020_Corrido.pdf |titulo=Exposição O FIGURADO |data= |acessodata=19-01-2021 |publicado=Museu de Olaria}}</ref>
Foi ao [[António Quadros (pintor)|pintor António Quadros]] que se deveu a descoberta de Rosa Ramalho pela crítica artística e a sua divulgação nos meios "cultos".
 
Uma de suas peças, encontrada no acervo da Fundação Marques da Silva (FMS), da [[Universidade do Porto]], integrou a exposição "Mais que Arquitectura", no Palacete Lopes Martins, em 2020.<ref>{{Citar web |ultimo=Andrade |primeiro=Sérgio C. |url=https://www.publico.pt/2020/10/17/culturaipsilon/noticia/ha-arquitectura-fundacao-marques-silva-1935381 |titulo=Há mais do que arquitectura na Fundação Marques da Silva |acessodata=2021-01-19 |website=PÚBLICO |lingua=pt}}</ref>
 
A obra de Rosa Ramalho pode ser encontrada no [[Museu de Olaria]], em Barcelos, em uma sala dedicada ao figurado.<ref>{{Citar web |url=https://www.museuolaria.pt/?ai1ec_event=o-figurado-de-rosa-ramalho-na-colecao-do-espanhol |titulo=O Figurado de Rosa Ramalho na Coleção do Espanhol (2020-02-15) |acessodata=2021-01-19 |lingua=pt-PT}}</ref>
 
O seu trabalho é continuado atualmente pela neta [[Júlia Ramalho]] que a acompanhava no trabalho do telheiro.
 
== Prêmio e reconhecimentos ==
Em 1968 recebeu a medalha "As Artes ao Serviço da Nação". Nesse ano foi apresentada na Feira de Artesanato de [[Cascais]] e os seus trabalhos passaram a ser procurados por milhares de portugueses e estrangeiros.
 
Foi a primeira barrista a ser conhecida individualmente pelo próprio nome e teve o reconhecimento, entre outros, da Presidência da República, que em 9 de Abril de 1981, a título póstumo, lhe atribuiu o grau de Dama da [[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada]].<ref>{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=153 |título=Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas |data= |acessodata=2020-07-25 |publicado=Presidência da República Portuguesa |acessodata=2020-07-25 |notas=Resultado da busca de "Rosa Barbosa Lopes".}}</ref>
Foi sepultada a [[25 de setembro]] de [[1977]] [http://www.fmsoares.pt/aeb_online/visualizador.php?bd=IMPRENSA&nome_da_pasta=06828.178.27951&numero_da_pagina=20] no pequeno cemitério de São Martinho. A população de Barcelos dirigiu, logo na altura, uma proposta ao governo no sentido de transformar o barracão e o telheiro num museu de cerâmica com o nome da barrista.
 
== Legado ==
Foi a primeira barrista a ser conhecida individualmente pelo próprio nome e teve o reconhecimento, entre outros, da Presidência da República, que em 9 de Abril de 1981, a título póstumo, lhe atribuiu o grau de Dama da [[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada]].<ref>{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=153 |título=Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas |data= |publicado=Presidência da República Portuguesa |acessodata=2020-07-25 |notas=Resultado da busca de "Rosa Barbosa Lopes".}}</ref>
'''Literatura'''
 
O escritor [[Mário Cláudio]] lhe dedicou um livro, ''"Rosa"'' (1988), que integra sua "''Trilogia da mão"'' (1993), três volumes sobre artistas portuguêses e sobre as raízes míticas da portugalidade.<ref>{{Citar web |ultimo=LeYa |url=https://www.leyaonline.com/pt/livros/romance/trilogia-da-mao/ |titulo=Trilogia da Mão - CLÁUDIO, MÁRIO |acessodata=2021-01-19 |website=Leyaonline}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.wook.pt/livro/rosa-mario-claudio/69133 |titulo=Rosa - Livro - WOOK |acessodata=2021-01-19 |website=www.wook.pt |lingua=pt-PT}}</ref>
Sobre a artista há um livro de [[Mário Cláudio]] (''Rosa'', de 1988, integrado na ''Trilogia da mão'') e uma curta-metragem documental de Nuno Paulo Bouça (''À volta de Rosa Ramalho'', de 1996). Atualmente dá nome a uma rua da cidade de Barcelos, a uma rua em Polima (freguesia de S.Domingos de Rana, Cascais) e a uma escola EB 2,3 da freguesia de [[Barcelinhos]]. A sua antiga oficina, em São Martinho de Galegos, poderá vir a tornar-se num museu de olaria com o seu nome.
 
'''Moda'''
O seu trabalho é continuado atualmente pela neta [[Júlia Ramalho]] que a acompanhava no trabalho do telheiro.
 
A estilista portuguesa [[Alexandra Moura]] apresentou uma colecção inteiramente inspirada na obra de Rosa Ramalho na passarela da [[Semana da Moda de Milão|Semana de Moda em Milão]] de 2019. As peças continham estampadas algumas das criaturas imaginadas pela ceramista, bem como afrases da sua autoria. Além disso, o tradicional lenço preto que Rosa usava na cabeça foi usado por algumas modelos que também levaram nos rostos pinturas coloridas que remetiam novamente para as criaturas da artista.<ref>{{Citar web |ultimo=PT |primeiro=FashionNetwork com |url=https://pt.fashionnetwork.com/news/Alexandra-moura-estreia-se-em-milao-com-homenagem-a-rosa-ramalho,1072615.html |titulo=Alexandra Moura estreia-se em Milão com homenagem a Rosa Ramalho |acessodata=2021-01-19 |website=FashionNetwork.com |lingua=pt}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.nit.pt/compras/moda/portugal-fashion-alexandra-moura-rosa |titulo=Portugal Fashion: Alexandra Moura inspirou-se em Rosa, a verdadeira mulher do Norte |acessodata=2021-01-19 |website=NiT |lingua=pt-PT}}</ref>
 
'''Cinema'''
 
Previsto para chegar ao cinema em 2021, a [[animação]] portuguesa de ''[[Stop motion|stop-motion]]'' ''"Os demónios do meu avô"'', a primeira longa-metragem de animação de Nuno Beato, se inspirou nas figuras de barro de Rosa para explorar o imaginário das aldeias. As personagens remetem aos monstros da artista e são demónios que personificam medos que na história são usados pelo avô da personagem principal, Rosa, para mistificar quem o rodeia.<ref>{{Citar web |url=https://pt.euronews.com/2019/10/21/os-demonios-do-meu-avo-ganham-vida |titulo="Os demónios do meu avô" ganham vida |data=2019-10-21 |acessodata=2021-01-19 |website=euronews |lingua=pt}}</ref>
 
 
Rosa também dá o nome de uma rua em [[Barcelos]]<ref>{{Citar web |url=https://www.codigo-postal.pt/ |titulo=Código Postal |acessodata=2021-01-19 |website=Código Postal |lingua=pt-pt}}</ref> e também é patrona de uma escola em [[Barcelinhos]], o Agrupamento de Escolas Rosa Ramalho.<ref>{{Citar web |url=http://www.aerosaramalho.pt/patrono |titulo=Patrono {{!}} Agrupamento de Escolas Rosa Ramalho |acessodata=2021-01-19 |website=www.aerosaramalho.pt}}</ref>
 
{{== Referências|Notas}} ==
<references />
 
== Ligações externas ==
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* [http://www.barcelos-popular.pt/?zona=ntc&tema=8&id=620 A herança de Rosa Ramalho]
 
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{{Referências|Notas}}
 
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[[Categoria:Ceramistas de Portugal]]
[[Categoria:Artesãos de Portugal]]
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[[Categoria:Cavaleiros da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada]]
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