Tristão: diferenças entre revisões

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[[FicheiroImagem:Rogelio de Egusquiza - Tristán e Iseo (La vida).jpg|miniaturadaimagem|''Tristán e Iseo (La vida)'' de Rogelio de Egusquiza (1912)]]
'''Tristão''' (também conhecido por '''Tristan''', '''Tristam''', '''Drustanus''', '''Drystan''', etc.) é uma personagem lendária das histórias do [[Ciclo Arturiano]] presente na lenda de [[Tristão e Isolda]]. Tristão é um dos [[Cavaleiros da Távola Redonda]] e aparece como um das personagens principais da obra [[Tristão e Isolda]] de [[Wagner]]. Conforme a versão da lenda, ele era filho de [[Brancaflor]] e de [[Rivalen]] ou de [[Isabel da Cornualha]] e de [[Meliodas]], e sobrinho do Rei Marcos da Cornualha, enviado à [[Irlanda]] em busca de [[Isolda]] para que esta se case com o rei. Contudo, acidentalmente, ele e Isolda bebem uma poção mágica durante a viagem e apaixonam-se um pelo outro.
 
== Ciclo Arturiano ==
[[FicheiroImagem:Hb-tristain.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Brasão de "Tristain's"]]
Na história de [[Tristão e Isolda]], Tristão é sobrinho do rei [[Marcos da Cornualha]], enviado para buscar [[Isolda]] na [[Irlanda Gaélica|Irlanda]] para se casar com o rei. No entanto, ele e Isolda acidentalmente consomem uma poção do amor durante o trajeto e se apaixonam perdidamente. A dupla então passa por inúmeras provações que testam seu caso secreto, antes do fim trágico.
 
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== Raízes históricas ==
[[FicheiroImagem:Tristram_tiles_British_Museum.jpg|miniaturadaimagem|Cenas da história de Tristão em azulejos do século 13 da Abadia de Chertsey]]
Existem aspectos obscuros para Tristão; seu antigo nome [[Línguas britônicas|britônico]] parece significar "espadas de ferro retinindo", enquanto a [[Línguas românicas|versão mais recente em línguas românicas]], incluindo o francês, é interpretada como "tristeza" de acordo com o trágico romance de Tristão e Isolda. Tristão também pode derivar da lendária Pictish Chronicle Drest ou Drust, que freqüentemente aparece como o nome de vários reis [[Língua picta|pictos]] antigos na Escócia moderna, bem ao noroeste; Drustanus é simplesmente Drust traduzido para o [[latim]]. Pode ter se originado de uma lenda antiga a respeito de um rei picto que matou um gigante no passado distante, que se espalhou pelas ilhas, ou o nome também pode vir de um santo picto do século 6 que tinha outra forma do nome - ou pode ter migrado do sudoeste devido à fama das lendas de Arthur. Além disso, havia um Tristão que testemunhou um documento legal na [[Abadia de São Galo]] na [[Suábia]] em 807.
 
O ''Romance de Tristão e Isolda'', do poeta franco-normando [[Béroul]], possivelmente a versão mais antiga existente,<ref>{{Citar livro|título=The Romance of Tristan|ultimo=Fedrick|primeiro=Alan S.|editora=Penguin Classics|ano=1970|localização=Great Britain|páginas=9|isbn=0-14-044230-8}}</ref> é notável por suas localizações geográficas muito específicas na Cornualha. Outro aspecto estranho é seu reino, [[Lyonesse]], de cuja existência não há evidências. No entanto, havia dois lugares chamados [[Lyonesse]]: um na Bretanha, o outro a transcrição do [[francês antigo]] de [[Lothian]]. No entanto, as [[Ilhas Scilly]] também foram propostas para ser este lugar, uma vez que foram possivelmente uma ilha até a época romana e várias ilhas são interligadas na maré baixa. Independentemente disso, Tristão sendo um príncipe de Lothian tornaria seu nome mais sensato, Lothian estando nas fronteiras do Alto-Reinado dos pictos (e uma vez que fazia parte do território dos pictos; Tristão pode na verdade ter sido um príncipe dos pictos sob um rei britânico). Também há registros de um Turstan Crectune, cujo nome deu o nome à aldeia Lothian de Crichton. Ele recebeu terras em 1128 pelo rei [[David I da Escócia]]. Outra sugestão é que ele poderia ter sido adotado pela família de Marcos da Cornualha, uma prática histórica atestada pelo direito romano.
 
O pesquisador Sigmund Eisner chegou à conclusão de que o nome Tristan vem de Drust, filho de Talorc, mas que a lenda de Tristan como a conhecemos, foi reunida por um monge irlandês que vivia no norte da Grã-Bretanha por volta do início do século VIII.<ref>Sigmund Eisner, ''The Tristan Legend, A Study in Sources'', Northwestern University Press, Chicago, 1969, pp. 37, 52.</ref> Eisner explica que os monges irlandeses dessa época deveriam estar familiarizados com as narrativas gregas e romanas das quais a lenda se baseia, como [[Píramo e Tisbe]]; eles também deveriam estar familiarizados com os [[Mitologia celta|elementos celtas]] da história, como ''The Pursuit of Diarmuid e Gráinne''. Eisner conclui que "o autor da história de Tristão usou os nomes e algumas das tradições locais de seu próprio passado recente. A essas figuras ele anexou aventuras que haviam sido herdadas da mitologia [[Mitologia romana|romana]] e [[Mitologia grega|grega]]. Ele viveu no norte da Grã-Bretanha, foi associado a um mosteiro e iniciou a primeira versão da história de Tristão em suas viagens para onde quer que tenha sido encontrada.”<ref>Sigmund Eisner, ''The Tristan Legend: A Study in Sources'', Northwestern University Press, Chicago, 1969, p. 37.</ref>
 
== The Tristan Stone ==
[[FicheiroImagem:The_Tristan_Stone_by_A3082_Fowey_-_geograph.org.uk_-_800074.jpg|alt=|esquerda|miniaturadaimagem|270x270px|A Pedra de Tristão em 2008]]
A possível evidência de suas raízes no [[sudoeste da Inglaterra]] é o pilar de granito inscrito do século 6 conhecido como ''The Tristan Stone'', ou ''The Longstone'' ({{Lang-kw|Menhir}}, significando ''pedra longa''), situado ao lado da estrada que leva a Fowey, na Cornualha. Ele mede cerca de 2,7 metros de altura e foi instalado em uma base de concreto moderna. Até a década de 1980, estava em sua posição original a alguns metros da estrada costeira em um campo próximo à curva para o pequeno porto de Polkerris. Ficou então mais perto do Castelo Dore e pode ter sido a origem da associação deste local com a história do trágico amor de Tristão e Isolda. Há uma [[cruz tau]] de um lado e uma inscrição em latim do outro, agora muito desgastada, onde se lê: <ref>[http://www.megalithic.co.uk/article.php?sid=8342 Megalithic Portal]</ref><blockquote>''DRVSTANVS HIC IACIT''
 
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''[Aqui jaz Drustanus, filho de Cunomorus]''</blockquote>
[[FicheiroImagem:Plaque_detailing_the_history_of_the_Tristan_Stone_-_geograph.org.uk_-_800076.jpg|alt=|miniaturadaimagem|180x180px|A placa da história da pedra]]
Foi sugerido, e é afirmado com segurança na placa ao lado da pedra, que os personagens mencionados são Tristão, do qual Drustan é uma variante e Cynvawr latinizado para Cunomorus. Cynvawr, por sua vez, como diz o autor do século 9, [[Nênio]], que compilou um relato pseudo-histórico do Rei Arthur, ser identificado com o rei Marcos conhecido no pseudônimo ‘QVONOMORVS’. Por volta de 1540, [[John Leland]] registrou uma terceira linha faltando agora: CVM DOMINA OUSILLA ('com a senhora Ousilla': Ousilla é concebivelmente uma latinização do Cornish ''Eselt''), mas perdeu a primeira linha maltratada pelo tempo (‘DRUSTANVS HIC IACIT’) que tem levou Craig Weatherhill a especular que esta terceira linha poderia ter sido perdida por fratura de pedra,<ref>[[Craig Weatherhill]], ''Cornovia, Ancient sites of Cornwall & Scilly 4000 BC – 1000 AD'' Halsgrove, Wellington, 2009 p. 88.</ref> mas que também levou Goulven Peron a propor ver 'OUSILLA' como uma leitura particular de 'DRUSTANVS'.<ref>Goulven Peron, ''Tristan et Yseut ont-ils existé ?'' Publication de l'Observatoire Zetetique 77, 2013 (fr) ; see also, by the same author and on the same subject (the names DRUSTANUS and OUSILLA on the Long Stone of Fowey) : ''L'origine du roman de Tristan'', Bulletin de la Société Archéologique du Finistère, CXLIII, 2015, pp. 351–370 (fr).</ref>
 
== Ver também ==
 
* [[Palamades (lendas arturianas)]]
{{Referências}}{{Lenda Arturiana}}
 
[[Categoria:Ciclo arturiano]]
[[Categoria:Cavaleiros da Távola Redonda]]