Socioconstrutivismo: diferenças entre revisões

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== Conceito ==
=== Lev Vygotsky ===
[[Lev Vygotsky]] nasceu em [[Orsha]], na [[Bielorrússia]] e foi influenciado por seu primo, David Vygodsky. Se formou na Universidade Estadual de [[Moscou]] em 1917 e começou a trabalhar primeiramente no Instituto de Psicologia de [[Moscou]]. Logo a seguir, trabalhou em outras instituições, tanto educacionais, quanto de pesquisa e [[clínica]]s, em [[Moscou]], em [[Leningrado]] e em [[Kharkov]], onde pesquisou extensivamente sobre as ideias de desenvolvimento [[cognição|cognitivo]].
 
Além de ser um pioneiro nesta área, Vygotsky foi também um grande escritor. Seu principal trabalho contém 6 volumes, que foram escritos em 10 anos. Seu interesse [[academia|acadêmico]] era muito amplo e passava pelas áreas do desenvolvimento psicológico, desenvolvimento infantil e desenvolvimento educacional. O contexto filosófico que seus estudos continham incluem não somente interpretações sobre o papel cognitivo no desenvolvimento de mediações, mas também a reinterpretação de conceitos psicológicos, como a noção da internalização do conhecimento. Vygotsky introduziu a noção de "zona de proximidade de desenvolvimento", uma [[metáfora]] inovadora que era capaz de descrever o potencial futuro do desenvolvimento cognitivo humano. Seu trabalho cobriu tópicos muito diversos, e passaram por ramos como a [[psicologia da arte]], o desenvolvimento de funções mentais, a [[filosofia da ciência]] e as metodologias de pesquisas psicológicas, a relação entre o [[aprendizado]] e o desenvolvimento humano, a formação de conceitos, a inter-relação entre as linguagens e o desenvolvimento do pensamento, os estudos de disfunções de aprendizado, e o estudo do desenvolvimento humano além do normal.
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As principais contribuições de Lev Vygotsky foram descritas em "Mente em Sociedade" (1930, 1978) e em "Pensamento e Linguagem" (1934, 1986). Ele, independentemente, acabou chegando às mesmas conclusões que [[Piaget]] a respeito da natureza construtiva do desenvolvimento e do potencial humano.
 
=== Educação ===
O socioconstrutivismo tem sido estudado por muitos [[psicologia da educação|psicólogos da educação]] em todos os lugares do mundo, pois são eles que estão naturalmente preocupados com a implicação desta teoria no [[aprendizado]] das pessoas. O construtivismo é uma das teorias que explicam o [[desenvolvimento infantil]]. Foi criado por [[Jean Piaget]] através de sua [[teoria do desenvolvimento cognitivo]]. Ele também acreditava que as crianças deveriam desenvolver um [[conhecimento]] do mundo para elas próprias. Este pensamento entra em contraste com o [[behaviorismo]], em que o desenvolvimento nasce através de formas específicas de aprendizado, onde as pessoas, teoricamente, são vistas como passivas e receptoras de influências naturais do [[ambiente]] onde vivem, as quais ajudam a transformar seu comportamento e o seu saber. A teoria de Piaget interpreta que as pessoas aprendem de forma ativa, participando ativamente de seu [[aprendizado]], e não de forma passiva como diz a teoria do [[construcionismo]]. O socioconstrutivismo é mais amplo que o construcionismo, incorporando o papel de outros fatores, inclusive da [[cultura]], no desenvolvimento. Neste sentido, ele também pode ser comparado à teoria do aprendizado social, enfatizando a interação através da observação.
 
=== Construcionismo social ===
O socioconstrutivismo não pode ser confundido com o construcionismo social, teoria da Psicologia Social contemporânea. Enquanto o construcionismo social foca nos aprendizados que seriam criados por [[Interação social|interações sociais]] de grupos, o socioconstrutivismo foca no aprendizado do indivíduo que acontece como resultado de sua interação com um grupo.
 
=== Vantagens ===
Uma [[estratégia]] instrucional com base no socialismo e que também é uma área de muita pesquisa se chama CSCL (''[[computer-supported collaborative learning]]''). Esta estratégia proporciona, aos estudantes, a oportunidade de compartilhar [[técnica]]s atuais de [[comunicação]], [[sabedoria]], [[pensamento crítico]] e usar [[tecnologia]]s avançadas encontradas no mercado.
 
O aumento de discussões em sala de aula está de acordo com sua teoria. Afinal de contas, muitas são as vantagens que resultam da implementação de discussões em sala de aula para as pessoas envolvidas. A participação em discussões de grupo permite, aos estudantes, generalizar e transferir conhecimentos mutuamente e os permite expressar suas ideias oralmente.<ref>Reznitskaya, Anderson & Kuo, 2007</ref> Muitos estudos argumentam que as discussões em sala de aula são extremamente importantes, além de ser um teste, para que os estudantes expressem e testem suas ideias, simplifiquem as ideias dos outros, e aprendam mais profundamente o assunto abordado antes de expressá-los.<ref>Corden, 2001; Nystrand, 1996; Reznitskaya, Anderson & Kuo, 2007; Weber, Maher, Powell & Lee, 2008</ref> Grupos grandes ou pequenos são beneficiados com oportunidades de aprendizado de autorregulação, autodeterminação e desejo de perseverar com objetivos.<ref>Corden, 2001; Matsumara, Slater & Crosson, 2008</ref> Adicionalmente, a discussão aumenta a [[motivação]] dos estudantes e aumenta a habilidade de resolver problemas.<ref>Dyson, 2004; Matsumara, Slater & Crosson, 2008; Nystrand, 1996</ref> Aumentar a oportunidade dos estudantes de conversarem e argumentarem uns com os outros e discutir suas idéiasideias aumenta a habilidade de racionalizar o que estão pensando, desenvolver um sentido de autocrítica, e argumentar suas opiniões uns com os outros.<ref>Reznitskaya, Anderson & Kuo, 2007</ref> Além disto, o sentimento de participação e colaboração aumenta, já que os estudantes passam a discutir em seus círculos e, como consequência disto, até mesmo sua confiança tende a aumentar.
 
== Críticas ==
Estudos comprovam que estudantes não são acostumados, de uma forma geral, a participar em discussões acadêmicas.<ref name="corden2001">Corden, 2001; Nystrand, 1996</ref> De acordo com uma pesquisa feita no decorrer de 3 anos, elaborada por Nystrand (1996), professores raramente elegem discussões em classe como forma de ensino. Os resultados da pesquisa, que teve 2 400 participantes de 60 salas de aula diferentes, indicam que os professores dedicam menos de 5% do seu tempo à discussão em classe. Mesmo dentro destes 5%, as discussões não são nada produtivas, já que os alunos estão pouco acostumados a falar e acabam não se expressando de maneira eficaz, ficando, nas mãos do professor, a responsabilidade de conduzir perguntas (normalmente com respostas preestabelecidas) eficientes para que boas ideias sejam geradas.<ref name="corden2001" />
 
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== Ver também ==
* [[Constructo social]]
* Segundo Ivic (2010, p.15) “se houvesse que definir a especificidade da teoria de Vygotsky por uma série de palavras e de fórmulas chave, seria necessário mencionar, pelo menos, as seguintes: sociabilidade do homem, interação social, signo e instrumento, cultura, história, funções mentais superiores. E se houvesse que reunir essas palavras e essas fórmulas em uma única expressão, poder-se-ia dizer que a teoria de Vygotsky é uma “teoria socio-histórico-cultural do desenvolvimento das funções mentais superiores”, ainda que ela seja chamada mais frequentemente de “teoria histórico-cultural””. <ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/817345506|título=Lev Semionovich Vygotsky|ultimo=Ivic, Ivan.|data=2010|editora=Fundação Joaquim Nabuco|local=Recife|oclc=817345506}}</ref>
* Ivic (2010, p.16) “a sociabilidade da criança é o ponto de partida de suas interações sociais com o entorno. Os problemas levantados pela psicologia da interação social são, hoje, bem conhecidos, e é por isso que nos limitaremos a evocar, brevemente, algumas particularidades da concepção de Vygotsky”.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/817345506|título=Lev Semionovich Vygotsky|ultimo=Ivic, Ivan.|data=2010|editora=Fundação Joaquim Nabuco|local=Recife|oclc=817345506}}</ref>
* Ivic (2010, p. 19) “a análise de Vygotsky sobre as relações entre desenvolvimento e aprendizagem, no caso da aquisição da linguagem, nos conduz a definir o primeiro modelo de desenvolvimento: em um processo natural de desenvolvimento, a aprendizagem aparece como um meio de reforçar esse processo natural, pondo à sua disposição os instrumentos criados pela cultura que ampliam as possibilidades naturais do indivíduo e re-estruturam suas funções mentais”.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/817345506|título=Lev Semionovich Vygotsky|ultimo=Ivic, Ivan.|data=2010|editora=Fundação Joaquim Nabuco|local=Recife|oclc=817345506}}</ref>
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* (en) Nystrand, M. (1996). Opening dialogue: Understanding the dynamics of language and learning in the English classroom. New York: Teachers College Press.
* (en) Schmidt, Siegfried J. (2007). Histories & Discourses: Rewriting Constructivism. Exeter: Imprint-Acadenic.
* (en) Glasersfeld, Ernst von (1995). Radical Constructivism: A Way of Knowing and Learning. London: RoutledgeFalmer.
* (en) Grant, Colin B. (2000). Functions and Fictions of Communication. Oxford and Bern: Peter Lang.
* (en) Poerksen, Bernhard (2004), The Certainty of Uncertainty: Dialogues Introducing Constructivism. Exeter: Imprint-Academic.
* (en|) IVIC, Ivan. '''LEV SEMIONOVICH VYGOTSKY'''. Recife: Massangana, 2010. 140 p. <nowiki>ISBN 978-85-7019-542-5</nowiki>.
 
{{Referências}}
 
== Ligações externas ==
* [https://web.archive.org/web/20070820162008/http://projects.coe.uga.edu/epltt/index.php?title=Social_Constructivism Beaumie Kim, Social Constructivism, Emerging Perspectives on Learning, Teaching, and Technology, Department of Educational Psychology and Instructional Technology University of Georgia]
 
{{Portal|Psicologia}}