Estrada de Ferro Leopoldina: diferenças entre revisões

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{{Info/Ferrovia
| nome = Estrada de Ferro Leopoldina
| mapa = 1965-Estrada-de-Ferro-Leopoldina.png
| legenda_mapa = Mapa da ferrovia, em 1965.
| abreviações = EFL
| local_de_operação = [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], [[Minas Gerais]] e [[Espírito Santo]]
| ano_inicial = [[1874]]
| ano_final = [[1975]]
| bitola = 1,000 mm
| frota_locomotivas =
| frota_vagões =
| sede = [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[Brasil]]
| sucessora = [[Rede Ferroviária Federal]]
| antecessora = -
}}
[[FicheiroImagem:Ef leopoldina.JPG|thumb|250px|Detalhe da fachada da [[Estação Barão de Mauá]], principal estação da E.F. Leopoldina.]]
A '''Estrada de Ferro Leopoldina''' foi a primeira [[ferrovia]] implantada no atual estado de [[Minas Gerais]], na região Sudeste do [[Brasil]]. Inaugurada em [[1874]], expandiu-se principalmente no [[estado do Rio de Janeiro]] e chegou até [[Vitória (cidade)|Vitória]], no estado do [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]].<ref>[http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_rj_petropolis/efl_petropolis.htm]</ref>
 
== História ==
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A Lei da então Província de Minas Gerais nº 1.826, de [[10 de Outubro]] de [[1871]], autorizava o Presidente da Província a conceder uma subvenção de 9:000$000 réis por quilômetro ou a garantir os juros de 7% ao ano sobre o capital de 2.400:000$000 réis à companhia que se organizasse para construir uma estrada de ferro, ligando a cidade de [[Leopoldina (Minas Gerais)|Leopoldina]] à de Porto Novo do Cunha (hoje [[Além Paraíba]]), na divisa da Província de Minas Gerais com a do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], onde então findavam os trilhos da [[Estrada de Ferro Central do Brasil|Estrada de Ferro Dom Pedro II]].
 
O Decreto Imperial nº 4.914, de [[27 de Março]] de [[1872]], concedeu ao engenheiro Antônio Paulo de Mello Barreto autorização para organizar uma companhia a fim de construir aquela estrada de ferro. Constituída sob o nome '''Companhia Estrada de Ferro Leopoldina''', o Decreto nº 4.976 de [[5 de Junho]] de [[1872]] autorizava-a a funcionar no país, aprovando-lhe os estatutos.
 
Os estudos para a implantação de um primeiro trecho, com a extensão de 38 quilômetros, foram iniciados em [[10 de Outubro]] desse mesmo ano, pelo engenheiro [[João Gomes do Val]]. Aprovados em Fevereiro do ano seguinte, iniciou-se em Março a construção da ferrovia.
 
Os trabalhos desenvolveram-se com rapidez, sendo esse trecho inaugurado em [[8 de Outubro]] de [[1874]], na presença do Imperador [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]] (1840-1889) e de autoridades civis e eclesiásticas. Este trecho contava com três estações — São José (São José d’Além Parahyba), no quilômetro 3, Pântano (atual [[Fernando Lobo]]), no quilômetro 12, e [[Volta Grande]], no quilômetro 27 —, cinco locomotivas (duas ''Rogers'', duas ''Baldwin'' e uma belga, batizadas de ''Visconde de Abaeté'', ''Conselheiro Theodoro'', ''Godoy'', ''Cataguazes'' e ''Pomba''), oito carros de passageiros e quarenta e oito vagões de carga.
 
Foram inauguradas em curto espaço de tempo as estações de São Luiz e a de Providência, até que os trilhos alcançaram Santa Rita de Meia Pataca (atual [[Cataguases]]) e [[Leopoldina (Minas Gerais)|Leopoldina]].
 
=== Expansão ===
[[FicheiroImagem:Leopoldina Strecke.jpg|thumb|250px|leftesquerda|Linhas da Estrada de Ferro Leopoldina]]
Em 1894, a Estrada de Ferro Leopoldina passa por uma profunda crise financeira, que culminaram com a transferência do seu controle acionário para os credores britânicos. Para esse fim foi criada em [[Londres]] a '''The Leopoldina Railway Company Ltd.''', que assumiu a operação da ferrovia a partir de [[1898]]. Os novos titulares deram início à reestruturação e modernização da operação, construindo novas linhas e adquirindo trinta e oito pequenas ferrovias, no centro e norte do Estado do Rio de Janeiro, Sudeste de Minas Gerais e Sul do [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]], como por exemplo a [[Estrada de Ferro Mauá]], a primeira do Brasil. O sistema chegou a compreender, em seu auge, mais de 3.200 quilômetros de trilhos, incluindo [[cremalheira]]s nos trechos mais acentuados da [[Serra do Mar]].
 
[[Imagem:Carta das Linhas Férreas da Companhia Leopoldina.pdf|thumb|250px|rightdireita|Carta das Linhas Férreas da Companhia Leopoldina, acervo do Arquivo Nacional]]
 
Entre os principais planos de nova companhia estava o prolongamento da linha de São Francisco Xavier até o Cais do Porto e, consequentemente, ao Centro do Rio, um imenso avanço no transporte de passageiros e de carga, sendo a Leopoldina Railway obrigada a construir uma estação que atendesse a esta nova demanda. Para a construção da Estação Central da Leopoldina, foi contratado o escritório de Robert Prentice, arquiteto inglês que também projetou o palacete da Rua São Clemente, que abrigaria a embaixada inglesa e que atualmente é a sede da Prefeitura do Rio de Janeiro.<ref>[http://www.ferrovias.com.br/portal/estacao-barao-de-maua-90-anos-de-historia-2/]</ref>
 
Em 15 de novembro de 1924, tiveram início as obras do edifício. A estação da Leopoldina Railway foi inaugurada sob o nome [[Estação Leopoldina|Estação Barão de Mauá]], com muita propriedade, numa justa homenagem a quem foi o pioneiro do transporte ferroviário nacional e patrono das ferrovias brasileiras, em [[6 de dezembro]] de [[1926]], sendo Presidente da República [[Arthur da Silva Bernardes]] e Ministro da Viação e Obras Públicas Francisco Sá. A estação era uma construção de grande porte, com 130m de fachada principal e quatro pavimentos.<ref>[http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_rj_petropolis/brmaua.htm]</ref>
[[Imagem:Carta das Linhas Férreas da Companhia Leopoldina.pdf|thumb|250px|right|Carta das Linhas Férreas da Companhia Leopoldina, acervo do Arquivo Nacional]]
 
Entre os principais planos de nova companhia estava o prolongamento da linha de São Francisco Xavier até o Cais do Porto e, consequentemente, ao Centro do Rio, um imenso avanço no transporte de passageiros e de carga, sendo a Leopoldina Railway obrigada a construir uma estação que atendesse a esta nova demanda. Para a construção da Estação Central da Leopoldina, foi contratado o escritório de Robert Prentice, arquiteto inglês que também projetou o palacete da Rua São Clemente, que abrigaria a embaixada inglesa e que atualmente é a sede da Prefeitura do Rio de Janeiro.<ref>http://www.ferrovias.com.br/portal/estacao-barao-de-maua-90-anos-de-historia-2/</ref>
 
Em 15 de novembro de 1924, tiveram início as obras do edifício. A estação da Leopoldina Railway foi inaugurada sob o nome [[Estação Leopoldina|Estação Barão de Mauá]], com muita propriedade, numa justa homenagem a quem foi o pioneiro do transporte ferroviário nacional e patrono das ferrovias brasileiras, em [[6 de dezembro]] de [[1926]], sendo Presidente da República [[Arthur da Silva Bernardes]] e Ministro da Viação e Obras Públicas Francisco Sá. A estação era uma construção de grande porte, com 130m de fachada principal e quatro pavimentos.<ref>http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_rj_petropolis/brmaua.htm</ref>
 
As linhas férreas da ''Leopoldina Railway'' atingem em [[1931]] uma extensão total de 3.086 km. Cabe mencionar a principal linha tronco entre Barão de Mauá e Vitória com 598 km, atravessando a Baixada Fluminense até a cidade de Campos, sempre do lado norte do Rio Paraíba, seguindo para Vitória via Cachoeiro de Itapemirim. Destacam-se também as linhas tronco de Saracuruna e Capitinga com 595 km e Porto das Caixas a Manhuaçu com 500 km. Responsável pelo escoamento de grande parte do café da região e por transportar passageiros aos municípios mineiros, capixabas e fluminenses, [[Carangola]] possuía a principal estação de trens do Leste de Minas. Após a desativação de grande parte da ferrovia, os trilhos foram erradicados do município em 1977, e desde então, a antiga estação abriga o atual Terminal Rodoviário.
 
[[FicheiroImagem:Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará.tif|miniaturadaimagem|250x250px|Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará em construção, em 1867. Acervo do [[Arquivo Nacional (Brasil)|Arquivo Nacional]].]]
 
=== Extinção ===
A ''Leopoldina Railway'' voltou a enfrentar dificuldades com o declínio da lavoura cafeeira na região atendida pelas suas linhas, agravadas com as restrições impostas à época da [[Segunda Guerra Mundial]]. Sem conseguir se recuperar ao término desta, o Governo Federal encampou-a em [[20 de dezembro]] de [[1950]], a lei nº 1.288 autorizava a implantação definitiva da ferrovia que passou a chamar '''Estrada de Ferro Leopoldina''' (EFL), ficando sob a jurisdição do Ministério da Viação de Obras Públicas.
 
Em 1957 foi incorporada pela [[Rede Ferroviária Federal]] (RFFSA), sendo que parte da malha foi revitalizada com a aquisição de novas locomotivas diesel-elétricas, automotrizes, carros de passageiros em aço carbono e vagões de diversos tipos, além da melhoria acentuada da via permanente. Porém, esta fase também foi marcada por um progressivo declínio, com a supressão de vários ramais, incluindo as cremalheiras, que desapareceram em [[1965]].<ref>[http://vfco.brazilia.jor.br/ferrovias/EFL/Leopoldina.Resumo.Historico.shtml]</ref>
 
Atualmente, as antigas linhas da Leopoldina são administradas sob regime de concessão pela [[Ferrovia Centro Atlântica]] (FCA), mas apenas uma pequena fração das linhas originais ainda opera regularmente.<ref>[https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/03/21/interna_gerais,745550/viagem-pela-antiga-estrada-de-ferro-leopoldina-resta-apenas-na-memoria.shtml]</ref>
 
== Ver também ==
Linha 59 ⟶ 57:
* [[Linha Guapimirim da SuperVia]]
* [[Linha Niterói da Central]]
 
{{Referências}}
 
== Ligações externas ==
* {{Link||2=http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_rj_petropolis/efl_petropolis.htm |3=Estações ferroviárias do Brasil}}
 
{{Referências}}
 
{{Ferrovias do Brasil}}
{{Tópicos sobre o Império do Brasil}}