Filosofia medieval: diferenças entre revisões

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{{História da filosofia ocidental}}
[[Ficheiro:Heloise_World_Noted_Women.jpg|miniaturadaimagem|Retrato do século XIX da filósofa francesa [[Heloísa de Argenteuil|Heloísa]]]]
Na [[Idade Média]], ocorreu um intenso sincretismo entre o conhecimento clássico e as crenças religiosas. De fato, uma das principais preocupações dos filósofos medievais foi a de fornecer argumentações racionais, espelhadas nas contribuições dos gregos, para justificar as chamadas verdades reveladas do [[cristianismo]] e do [[islamismo]], tais como a da existência de Deus, a imortalidade da alma, etc.
A '''filosofia medieval''' é a filosofia que se desenvolveu durante o que hoje é conhecido como [[Idade Média]], estendendo-se aproximadamente desde a [[Queda do Império Romano do Ocidente|queda do Império Romano]] no século V até a [[Renascimento|Renascença]] no século XV.<ref name=":0">{{Citar periódico |url=https://plato.stanford.edu/archives/sum2018/entries/medieval-philosophy/ |titulo=Medieval Philosophy |data=2004-08-03 |acessodata=2021-04-14 |ultimo=Spade |primeiro=Paul Vincent}}</ref> A filosofia medieval daria grande ênfase à [[teologia]] por causa do impacto que a religião teve sobre a [[filosofia ocidental]].<ref>''Medieval Philosophy: Essential Readings with Commentary'', edited by Gyula Klima, Fritz Allhoff, Anand Jayprakash Vaidya, Wiley-Blackwell, 2007, p. 3.</ref> A filosofia medieval pode ser dividida em dois períodos: o período antes da redescoberta de [[Aristóteles]] e o período durante e depois de sua redescoberta. O primeiro período foi marcadamente platônico, com um estilo geralmente agradável e assistemático, sem uma clara distinção entre teologia e filosofia.<ref name=":0" /> Alguns dos autores mais importantes foram [[Boécio]], [[João Escoto Erígena]], [[Anselmo de Cantuária]], [[Hildegarda de Bingen]], [[Heloísa de Argenteuil]], [[Herrad de Landsberg]], [[Miguel Pselo]] e [[Pedro Abelardo]]. O segundo período foi mais aristotélico,<ref name=":0" /> onde o [[Escolástica|escolasticismo]] foi o movimento teológico e filosófico dominante. Entre os principais autores deste período estavam [[Raimundo Lúlio]], [[Tomás de Aquino]], [[João Duns Escoto]], [[Roger Bacon]], [[Catarina de Siena]], [[Teodoro Metoquita]], [[Guilherme de Ockham]], [[Boaventura|Boaventura de Bagnoregio]] e [[Cristina de Pisano]].
 
Os temas centrais da filosofia medieval eram a relação entre fé e razão, a existência e natureza de Deus, a questão da compatibilidade dos atributos divinos, o [[problema do mal]], o problema da compatibilidade da onisciência divina com o livre arbítrio, o [[problema dos universais]], a [[causalidade]], os limites do conhecimento, a [[lógica aristotélica]] e a individuação de substâncias divisíveis e indivisíveis.<ref name=":0" /> Os princípios subjacentes a todo o trabalho dos filósofos medievais são:<ref>Gracia, Jorge J. E.; Noone, Timothy B. (2003). ''A Companion to Philosophy in the Middle Ages''. Oxford: Blackwell.</ref>
 
* O uso de [[lógica]], [[dialética]] e análise para descobrir a verdade, conhecida como ''ratio''.
* Respeito pelas intuições dos antigos filósofos, em particular Aristóteles, e deferência à sua autoridade (''auctoritas'').
* Coordenação das intuições da filosofia com o ensino teológico e a [[Revelação divina|revelação]] (''concordia'').
 
Dentro da [[filosofia islâmica]] que se desenvolveu durante este período, destacam-se autores como [[Alquindi]], [[Al-Farabi]], [[Avicena]], [[Averróis]], [[Algazali]] e [[Ibne Caldune]]. Na [[filosofia judaica]], o filósofo mais importante foi [[Maimônides]], que compôs um manual de lógica aristotélica e o [[Guia dos Perplexos]], onde tenta demonstrar que não pode haver contradições entre fé e razão e que todos os [[Metafísica|princípios metafísicos]] da filosofia aristotélica estão presentes na [[Bíblia]] e no [[Talmude]].
 
== Principais períodos ==