Grupo Oficcina Multimédia: diferenças entre revisões

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Em [[2012]], o GOM completou 35 anos de atuação cultural<ref name=zerohora> [http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2013/05/peca-teatral-aldebaran-trata-dos-descaminhos-da-modernidade-4132327.html Peça teatral "Aldebaran" trata dos descaminhos da modernidade]</ref> <ref> [http://www.pessoacomunicacao.com.br/archives/artigos/ao-completar-35-anos-grupo-oficcina-multimedia-estreia-aldebaran Ao completar 35 anos Grupo Oficcina Multimédia estréia Aldebaran]</ref> e, em 2017, chegou aos 40 anos de atividade ininterrupta<ref>{{Citar web |url=https://www.ufmg.br/online/radio/arquivos/047253.shtml |titulo=40 Anos do Grupo Oficcina Multimédia |acessodata=2021-04-30 |website=Rádio UFMG Educativa}}</ref>, tendo recebido homenagem do Festival de Inverno da UFMG, que na ocasião comemorava 50 anos<ref>[https://www.ufmg.br/90anos/49a-edicao-do-festival-de-inverno-comeca-nesta-sexta/ Festival de Inverno começa nesta sexta], portal UFMG 90 anos</ref>.
 
==Espetáculos==
 
===''BIOGRAFIA''===
Havia um sonho, que ficou frustrado, não realizado pelas imposições do jogo do poder. Até que a morte jogou no ar tudo que não pode fazer em vida, e o que foi obrigado a fazer. A morte até lhe pareceu um alívio, já que seu sonho maior (“desde menino seu grande sonho era tocar violino) e todos os outros foram “proibidos”, morreu de repente, era pessoa comum, nenhuma importância maior. “Não saiu noticia em lugar algum. E porque ninguém noticiou”, o poeta Ferreira Gular fez um poema dramático para muitas vozes. Depois, quatro mulheres artistas criaram um espetáculo baseado nas palavras do poeta, mas preferiram o silêncio verbal para contar a “Notícia de morte de Alberto da Silva”, usando vários tipos de linguagens para se expressar, somente teatro, dança, musica, pantomima, recursos visuais, plásticos e sonoros.
 
===''K''===
“K” absorve e manifesta ao público a essência do espírito kafkiano, denunciando a situação do homem como vitima de mecanismos estranhos criados pela sociedade. O personagem central é inicialmente tratado como animal em fase de adestramento. Em tal quadro, fica claro o triângulo edipiano que vai se repetir sob outras formas e a presença da repressão que se inicia a partir do berço, através da presença dos pais que preparam o homem para o ridículo e complicado mundo social. Uma vez integrado ao contexto do faz de conta burocrático e cercado de pessoas nas quais as anomalias parecem naturais, o personagem acaba devorando pela máquina do absurdo, alimentando-se de documentos e diplomas tão desnecessários. Entre uma fuga e outra, ele sonha com a magia da liberdade total e acaba novamente prisioneiro entre as paredes da fria e inevitável realidade, vitima da violência do próprio sistema. A temática e atualíssima, mais do que nunca enfrentamos os obstáculos de ordem social, política e burocrática, graças aos quais todo um povo se decepcionam, frustrado em suas esperanças mais legitimas. O elenco está homogêneo e a presença dos músicos como integrantes do cenário dá ao espetáculo um visual agradável e onírico. É um trabalho sério de jovens vanguardistas que anseiam rasgar fronteiras rumo à totalidade e à comunhão das artes.
 
===''DOMINGO DE SOL''===
“Domingo de Sol” é a história de personagens anônimos que se encontram num parque e ali permanecem. Pouco a pouco vão perdendo seu anonimato, deixando transparecer sonhos, fantasias e desejos, assumindo a partir daí, identidades diferenciadas.
O título da peça corresponde a um quadro neo-impressionista de George Seurat: “Um Domingo na Grande Jatte” que foi o ponto de partida do trabalho. O quadro é tomado apenas como um referencial sofrendo distorções e transformações à medida que as imagens começam a fluir no tempo e no espaço. Trata-se na realidade de revelar um momento de libertação dentro das artes plásticas, ou seja o da passagem do figurativo para o abstracionismo.
 
===''DECIFRA–ME QUE EU TE DEVORO ''===
[[Decifra-me que eu te devoro (1986)]]
Deuses e heróis do passado, presente e futuro, diluídos em seu perfil histórico, desmistificados, comprimidos num espaço-tempo “kitsch”, emprestam seus poderes supremos, saltando das revistas em quadrinhos para as telas de TV. Circulam em miniaturas, chaveiros, calendários, cinzeiros, nomeiam bares, restaurantes, produtos de limpeza, cosméticos, comestíveis, ou são peças de decoração, vale-brindes, souvenirs, compondo um mosaico cultural de feições inteiramente novas. Perderam seu texto e com ele toda a sua dramaticidade. Travestidos em novas roupagens, suas questões metafísicas caíram no vazio. Quebradas as fronteiras espaciais e temporais, esses heróis e divindades servem hoje à mística do consumo.
 
===''Quantum''===
A peça Quantum é o resultado da organização de estruturas sonoras- visuais dramáticas criadas pelo grupo ou sub-grupos, integrado: som vocal e instrumento, objeto, luz, movimento e dança.
Desta integração surgiram as idéias- motivos em pequenas estruturas dramáticas, sujeitas à fragmentação, distribuídas dentro de um roteiro móvel , transformadas em “visões fragmentadas” que brincam continuamente no tempo e no espaço. Assim o jogo se desenrola num espaço cênico simetricamente dividido como um tabuleiro de xadrez.
A estrutura musical da peça tem como referência a fala com a sua sutileza timbrística, rítmica e melódica . As palavras surgem como uma mescla de tons e ruídos, desprovidas de significados , articulados enquanto material expressivo. Os instrumentos repetem com a mesma intenção da fala , resultando desta perspectiva o todo musical da peça.
O aspecto lúdico da peça é reforçado pela própria estrutura como um todo, não obedecendo a uma lógica discursiva linear. Sob esta perspectiva, os dados expressivos podem sofrer varias combinações, tornando o espectador cúmplice da proposta.
Quantum – palavra de origem latina, significa a quota de cada um na execução de uma partilha.
 
===''SÉTIMA LUA''===
A peça se apóia num hai-kai- forma poética japonesa- do poeta Matsuo Baschô. No dia sete do sétimo mês é a festa das estrelas. Segundo a lenda, nesse dia se juntam duas estrelas enamoradas que vivem nas margens opostas do Rio do Céu. ( Via Láctea ).
Como suporte dramático foi tomado o sexto dia, ou seja, a espera, dentro do seu aspecto estático, sujeito no entanto a todas interferências que venham promover a quebra a estaticidade característica da espera em sua pureza. Assim os comportamentos expressivos transitam entre calma, ansiedade, loucura, angústia, explosões, comemorações antecipadas, num jogo de múltiplas emoções, livres de um tempo cronológico. Essas variações se manifestam em todos os elementos que compõe o espetáculo: luz, som, movimento, material cênico, incluindo os pequenos rituais do cotidiano que a antecedem o momento de um encontro.
Enquanto linguagem, a peça busca a simplicidade e a concisão que caracterizam o poema japonês numa economia intencional do material expressivo, que mais sugere do que conta ou descreve. Fica assim, o espaço para a sensibilidade do espectador que passa a participar com seu próprio potencial perceptível e criador.
Musicalmente são trabalhadas as mesmas fontes sonoras em cena e em fita magnética, se alternando, se justapondo, se completando em múltiplas combinações timbrísticas, rítmicas e melódicas.
 
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