Linguística histórica: diferenças entre revisões

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"Um conjunto de diferentes elaborações teóricas, que compartilham uma concepção [[imanência|imanentista]] da linguagem verbal (isto é, a linguagem assumida como um objeto autônomo, definido por relações puramente linguísticas, internas), concepção essa cujas coordenadas básicas encontram suas origens próximas no trabalho de Saussure, no início do [[século XX]]" (Faraco op. cit., p. 98).
 
O [[estruturalismo]] foi permeando várias outras ciências e seu método foi dando vários frutos. Um dos maiores expoentes do estruturalismo foi, sem dúvida, o [[antropólogo]] francês [[Claude Lévi-Strauss]]. O método estruturalista consiste em se desmontar o objeto recortado e remontá-lo, visando entender suas relação internas, as leis ou regras que regem a sua constituição e o seu funcionamento. Assim sendo, temos na linguística as grandes [[dicotomia]]s saussurianas, que servem, antes de tudo, para delimitar corretamente o objeto e abordá-lo sob essa perspectiva, desmontando-o entre essas dicotomias e posteriormente montando-o mais uma vez. Segundo Borba (1972) mesmo que a sincronia e a diacronia tenham pontos de vista diferentes eles não se opõem ao estruturalismo, mostrando que há mudanças no sistema não de forma isoladas. Assim faz com que a linguística histórica estabeleça uma comparação de estados sucessivos previamente descritos, dando ao estado diacrônico uma base mais sólida e uma melhor compreensão de conjunto, possibilitando uma visão de conjunto melhor. <nowiki><ref></nowiki>https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/download/3515/3288<nowiki></ref></nowiki>. Fazendo uso desse cabedal conceitual, Émile Benveniste analisa separadamente os termos que derivaram de ''pecu'', apresentando primeiramente o termo ''pecunia'', e em seguida uma análise do termo ''peculium'':
 
# ''Pecunia'': Benveniste afirma que se o derivado pecunia significa exclusivamente fortuna, dinheiro, é porque o termo de base ''pecu'' se remete somente a um [[Valor (economia)|valor econômico]], e significa "posse móvel". Somente desta forma é que ''pecúnia'' adquire um sentido constante na história. O autor diz ainda que a errônea interpretação desses termos deve-se às noções inexatas que foram transpostas pelos primeiros latinos e, posteriormente, à "ingênua tradução" de ''pecunia'' como "riqueza em gado", feita pelos modernos.