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[[Imagem:Radioactive.svg|miniaturadaimagem|Símbolo internacional de presença de radiação ionizante.<ref name=Eliezer_2/>]]
'''Radiação ionizante''' é a [[radiação]] que possui [[energia]] suficiente para [[Ionização|ionizar]] [[átomo]]s e [[molécula]]s, ou seja, é capaz de arrancar um [[elétron]] de um átomo ou molécula. Refere-se, portanto, a [[Partícula subatômica|partículas]] capazes de produzir [[ionização]] em um meio, sendo diretamente ionizantes as partículas [[Carga elétrica|carregadas]], como elétrons, [[pósitron]]s, [[próton]]s, [[Partícula alfa|alfas]] e indiretamente ionizantes aquelas sem carga, como [[fóton]]s ([[raios X]] e [[Radiação gama|raios gama]]) e [[nêutron]]s. Nestes últimos, a ionização é produzida pela partícula carregada que se origina de sua interação com a matéria.<ref name="Emico2" /> A energia mínima típica da radiação ionizante é cerca de 10 [[elétron-volt|eV]].<ref>{{Citar livro |url=https://books.google.com.br/books?id=4vTJ7UDel5IC&printsec=frontcover&dq=Radiation+Detection+and+Measurement&hl=pt-BR&sa=X&redir_esc=y#v=onepage&q=Radiation%20Detection%20and%20Measurement&f=false |titulo=Radiation Detection and Measurement |ultimo=Knoll |primeiro=Glenn F. |data=2010-08-16|capítulo= Cap. 1 - Radiation Sources |editora=John Wiley & Sons |língua=en |isbn=9780470131480}}</ref>
 
== História ==
Os estudos sobre a radiação ionizante tiveram início no final do [[século XIX]].
 
Em 1895 o físico alemão [[Wilhelm Conrad Roentgen]], estava utilizando um [[tubo de Crookes]] modificado, para estudar os [[Raio catódico|raios catódicos]] (que, posteriormente, foram identificados como sendo elétrons). Os raios catódicos atravessavam uma janela fina de alumínio na extremidade do tubo e provocavam uma [[luminescência]] em um anteparo especial. O que Roentgen notou, foi que afastando o anteparo, a luminescência ainda podia ser vista a uma distância de 2 m do tubo. Além disso, quando objetos, como um livro, eram colocados na frente do tubo, a luminescência ainda persistia, indicando que não podia ser causada pelos raios catódicos, que eram pouco penetrantes. Em função de sua natureza desconhecida, Roentgen batizou o novo fenômeno como raios X. Em 1901, Roentgen recebeu o [[Prêmio Nobel|prêmio nobel]] de física.<ref name="Emico2" /><ref name="UNEP" /><ref name="Emico6" /><ref name="Roentgen" />
 
Um ano depois, em 1896, o físico francês [[Antoine Henri Becquerel]], estava estudando a [[fosforescência]] do [[sulfato]] de [[urânio]] e [[potássio]], um [[sal]] de urânio. Os experimentos consistiam em expor o composto ao sol, juntamente com um [[filme fotográfico]] envolto em um papel opaco e, posteriormente, revelar este filme. Num dia sem sol, Becquerel deixou um pouco deste material sobre o filme envolto no papel opaco guardado em uma gaveta. Posteriormente, ele revelou o filme e, para sua surpresa, verificou que havia uma mancha muito escura no local em que o sal havia ficado. Em uma comunicação à [[Académie des Sciences|Academia de Ciências de Paris]], Becquerel anuncia que o fenômeno era devido a raios emanados espontaneamente pelo material, com propriedades similares aos raios X, tendo assim descoberto a [[radioatividade]] natural.<ref name="Emico2" /><ref name="UNEP" /><ref name="Becquerel" /><ref name="Emico7" />
 
Em 1891, a polonesa [[Marie Curie|Maria Salomea Sklodowska]] vem à Paris para estudar na [[Sorbonne Université|Sorbone]]. Após seu casamento com o físico [[Pierre Curie|Pierre Currie]], passa a se chamar [[Marie Curie]]. Em 1897, começa a estudar os ''raios de Becquerel''. Descobriu que o [[tório]] também emitia raios semelhantes ao do urânio e propõe o termo radioatividade. Em 1898 ela e seu marido Pierre, isolam a partir do mineral [[pechblenda]], dois novos elementos radioativos, o [[polônio]] e o [[Rádio (elemento químico)|rádio]]. O prêmio nobel de física de de 1903 foi divido entre Marie Curie, Pierre Currie e Becquerel.
 
== Efeitos biológicos ==
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=== Aplicações na medicina ===
No início do [[século XX]], quando ainda não havia maiores estudos sobre asos propriedades físico-químicasefeitos da radiação ionizante no corpo humano, uma série de [[terapia]]s com elementos radioativos (especialmente [[urânio]], [[rádio (elemento químico)|rádio]] e [[radônio]]) foram propostas e até mesmo comercializadas. A radiação emitida pelo rádio, por exemplo, era usada para tratar certas doenças como o [[Lúpus eritematoso disseminado|lupus]], [[câncer]] e doenças do [[Sistema nervoso|sistema nervoso,]] embora o próprio Pierre Currie em 1903 já alertava para efeitos nocivos dessas radiações<ref name=Reed/>. Nos [[Estados Unidos]], apenas a partir da [[década de 1930]] foram tomadas medidas para proibir o uso de produtos com substâncias radioativas prejudiciais à saúde. AtéA despeito disso, até a [[década de 1940]], uma empresa americana ainda comercializava medicamentos na forma de [[pomada]]s, [[comprimido]]s e [[supositório]]s contendo elementos radioativos.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=PSb5BwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=Environmental+radon&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwioxLWPoq7RAhXEEZAKHXZpAx8Q6AEIHTAA#v=onepage&q=Environmental%20radon&f=false|titulo=Environmental Radon|ultimo=Cothern|primeiro=C. Richard|ultimo2=Jr|primeiro2=James E. Smith|data=2013-11-21|editora=Springer Science & Business Media|lingua=en|isbn=9781489904737}}</ref>
 
De uma maneira geral, as aplicações das radiações ionizantes na medicina compreendem um campo genericamente denominado [[radiologia]], que por sua vez compreende a [[radioterapia]], a [[Diagnóstico por imagem|radiologia diagnóstica]] e a [[medicina nuclear]].:<ref name="Emico4" />
Radiações podem ser usadas para pesquisa, diagnóstico e tratamento na medicina estando todos esses usos sujeitos às regulações governamentais. Nos EUA, esses usos constituem a principal fonte de exposição humana a radiação.<ref name=":0">{{citar web |ultimo= |primeiro= |url=https://web.archive.org/web/20120405155416/http://www.epa.gov/radiation/docs/402-k-07-006.pdf |titulo=Radiation: Risks and Realities |data=maio de 2007 |acessodata=6 de janeiro de 2017 |publicado=Environmental Protection Agency}}</ref> Na pesquisa, normalmente usam-se pequenas doses de radiação, na busca de novas formas de diagnosticar e tratar doenças.<ref name=":1">{{Citar web |url=https://web.archive.org/web/20130627181106/http://hps.org/publicinformation/ate/q1378.html |titulo=Use of radiation in medicine |data=2013-06-27 |acessodata=2017-01-06}}</ref>
 
* [[Radioterapia]]: utiliza a radiação ionizante principalmente para o tratamento de tumores, induzindo a morte celular desses tecidos. Pode ser realizada com a fonte de radiação situada fora do paciente (teleterapia) ou ainda com fontes seladas introduzidas muito próximas a lesão ([[braquiterapia]]).<ref name="Emico4"/><ref name="Emico5"/>
De uma maneira geral, as aplicações das radiações ionizantes na medicina compreendem um campo genericamente denominado [[radiologia]], que por sua vez compreende a [[radioterapia]], a [[Diagnóstico por imagem|radiologia diagnóstica]] e a [[medicina nuclear]].<ref name=Emico4/>
* [[Imagiologia médica|Radiologia diagnóstica]]: utiliza a radiação ionizante para a obtenção de imagens do interior do corpo, usando filmes fotográficos, telas [[Fluoroscopia|fluoroscópicas]] ou detectores de radiação sensíveis a posição, nesse caso a informação principal é anatômica. Pode-se destacar a [[radiografia]] convencional e a [[Tomografia computadorizada|tomografia]] computadorizada.<ref name="Emico4"/> O uso da radiografia é muito comum sendo que na [[Rússia]] 50% da população está sujeita a eles,<ref name="Pivovarov" /> e nos [[Estados Unidos|EUA]] raios-X são utilizados em mais de metade dos diagnósticos de ferimentos físicos.<ref name=":0" /><ref name=":1" />
* [[Medicina nuclear]]: utiliza radionuclídeos para o diagnostico e tratamento de doenças. Os radionuclídeos possuem [[meia-vida]] curta e são injetados no paciente. No caso do diagnóstico a informação principal está relacionada ao metabolismo e fisiologia.<ref name="Emico4"/>
 
Radiações podem ser usadas para pesquisa, diagnóstico e tratamento na medicina estando todos esses usos sujeitos às regulações governamentais. Nos EUA, esses usos constituem a principal fonte de exposição humana a radiação.<ref name=":0">{{citar web |ultimo= |primeiro= |url=https://web.archive.org/web/20120405155416/http://www.epa.gov/radiation/docs/402-k-07-006.pdf |titulo=Radiation: Risks and Realities |data=maio de 2007 |acessodata=6 de janeiro de 2017 |publicado=Environmental Protection Agency}}</ref> Na pesquisa, normalmente usam-se pequenas doses de radiação, na busca de novas formas de diagnosticar e tratar doenças.<ref name=":1">{{Citar web |url=https://web.archive.org/web/20130627181106/http://hps.org/publicinformation/ate/q1378.html |titulo=Use of radiation in medicine |data=2013-06-27 |acessodata=2017-01-06}}</ref>
 
Um dos usos mais comuns, para diagnóstico, são os raios-X; na Rússia 50% da população está sujeita a eles,<ref name="Pivovarov" /> e nos EUA raios-X são utilizados em mais de metade dos diagnósticos de ferimentos físicos.<ref name=":0" /> Também se destacam a tomografia computadorizada (em inglês ''CT scan'') e o uso de [[Radioisótopo|radionuclídeos]] para formação de imagens na medicina nuclear.<ref name=":1" />
 
Quando usada para tratamento, o principal destaque é o uso da radioterapia para combate ao câncer. Neste caso, os radionuclídeos mais usados são: [[Iodo#Iodo-131|<sup>131</sup>I]], [[Fósforo|<sup>32</sup>P]], [[Estrôncio|<sup>89</sup>Sr]] e [[Samário|<sup>153</sup>Sm]]; <sup>60</sup>Co é usado externamente, como um potente emissor gama.<ref name="RADIO" /> Atualmente, aceleradores lineares de elétrons com energia entre 5 e 30 MeV são as principais máquinas para radioterapia (em 2008 existiam aproximadamente 5 000 destes no mundo). Nessas máquinas, os raios X são produzidos quando os elétrons acelerados atingem um alvo de [[metal pesado]].<ref name="Eickhoff" />
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<ref name=Emico4>{{Citar livro |autor=Okuno, Emico|titulo=Radiação: efeitos, riscos e benefícios |editora= Harbra |local=São Paulo,SP-Brasil |ano=1988}}</ref>
<ref name=Emico5>{{Citar livro|nome=Emico|sobrenome=Okuno|nome2=Elisabeth|sobrenome2=Yoshimura|título=Física das radiações|local=São Paulo|editora=Oficina de textos|ano=2010|página=204|capítulo=Capítulo 12 - Aplicações da radiação ionizante |isbn =978-85-7975-005-2}}</ref>
<ref name=Emico6>{{Citar livro|nome=Emico|sobrenome=Okuno|nome2=Elisabeth|sobrenome2=Yoshimura|título=Física das radiações|local=São Paulo|editora=Oficina de textos|ano=2010|página=33|capítulo=Capítulo 2 - Raios X |isbn =978-85-7975-005-2}}</ref>
<ref name=Emico7>{{Citar livro|nome=Emico|sobrenome=Okuno|nome2=Elisabeth|sobrenome2=Yoshimura|título=Física das radiações|local=São Paulo|editora=Oficina de textos|ano=2010|página=70|capítulo=Capítulo 4 - Desintegração nucler |isbn =978-85-7975-005-2}}</ref>
 
 
<ref name=Pivovarov>{{Citar livro |autor= Pivovarov U. P., Mikhalev V. P.|titulo= Radiatsionnaja ekologija |editora= The Academy Center |local=Moscou|ano=2004|isbn =5-7695-1466-3|idioma=Russo}}</ref>
<ref name=Ho>{{Citar periódico|titulo =Radioactive contamination in hospitals from nuclear medicine patients|jornal =Health physics|autor=Ho S.Y. |coautores = Shearer D. R. |ano =1992 |volume =62 |pagina =462-466 |idioma =Inglês }}</ref>
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<ref name = IPEN3>{{citar web|url=https://www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=35&campo=1643|título=IPEN - Centro de tecnologia das radiações|acessodata=14/05/2021|obra=Irradiações - Uso de acelerador de elétrons para irradiar fios, cabos e mantas}}</ref>
<ref name="RADIO">{{citar web|url=https://world-nuclear.org/information-library/non-power-nuclear-applications/radioisotopes-research/radioisotopes-in-medicine.aspx|título=Radioisotopes in Medicine|acessodata=14/05/2021|data=Abril de 2021|publicado=World Nuclear Association|língua=Inglês}}</ref>
<ref name="UNEP">{{Citar livro|url=http://www.aben.com.br/Arquivos/544/544.pdf|autor=UNSCEAR|título=Radiação: Efeitos e Fontes|formato=pdf|local=Viena|editora=UNEP|ano=2016|isbn =978-92-807-3604-5|acessodata=15/05/2021}}</ref>
 
<ref name="Roentgen">{{citar web|url=https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1901/rontgen/biographical/|título=Wilhelm Conrad Röntgen - Biographical|acessodata=15/05/2021|autor= NobelPrize.org|publicado=Nobel Media|língua=Inglês}}</ref>
<ref name="Becquerel">{{citar web|url=https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1903/becquerel/biographical/|título=Henri Becquerel - Biographical|acessodata=16/05/2021|autor= NobelPrize.org|publicado=Nobel Media|língua=Inglês }}</ref>
<ref name="Reed">{{Citar periódico|titulo =The history of radiation use in medicine|jornal =Journal of vascular surgery|autor=Amy B. Reed|ano =2011 |mes =janeiro |volume =53 |numero =1 suplemento |pagina =3S-5S |editora =Elsevier |doi =https://doi.org/10.1016/j.jvs.2010.07.024 |url =https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0741521410017271 |acessadoem =17/05/2021}}</ref>
}}